sábado, setembro 27, 2008

RECORDANDO - Agências & Carros

Caros Leitores.

A quantidade de referências sobre os assuntos que temos abordado, no que diz respeito a um passado que se foi, deixa-nos simplesmente realizados. Realizados no que diz respeito em trazer um pouquinho de recordações aos nossos corações, com a leitura daquilo que tentamos transmiti-los, em pequenas lembranças.

No afã de não deixarmos escapar nenhum detalhe daquilo que estamos narrando, resultado de nossa vivência nesta querida terra, acabamos por deixar de mencionar nomes e fatos importantes.

Tais acontecimentos são notados pelos leitores, que nos ajudam na lembrança dizendo: “Peron, ficou para trás tal nome, você se esqueceu de tal empresa e assim por diante”. Isto nos proporciona a oportunidade de complementarmos nossa matéria e ao mesmo tempo, constatarmos com alegria a penetração de nossos “Pontos de Vista”. Só temos a agradecer por tudo.
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Desta feita, ao citarmos nomes como da agência Volkswagen no passado em Araguari, omitimos seus proprietários, deveras importantes e saudosos para os araguarinos.
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Trata-se dos senhores Nelson Pinto, Antônio Boaventura Sobrinho, Acari Felix de Sousa e Antenor Alves.
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Eram daqueles homens que impunham pelo fato de citar o nome. As presenças eram marcantes.

Local da Antiga Auto Mecânica São José Ltda na Av. Joaquim Anibal

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Personalidades inabaláveis, e que fizeram a grandeza de nossa cidade. Registra-se nossa lembrança e nossa homenagem. Saudosas memórias.
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Outro fato que causou bastante surpresa para os Leitores, foi o de haver existido em Araguari, uma revenda “Citroen”.
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Não só existiu mas que foi prestigiada por uma série de adeptos desta marca famosa, e que foi a percursora das hoje famosas “Limousines” que transportam magnatas, artistas, celebridades, autoridades e uma série de outros usuários.
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Antes que nos perguntem como, vamos explicando: Na época da 2ª Grande Guerra, Hitler, assoberbado com a tremenda carga que adquiriu com sua loucura de dominar o mundo, não tinha mais tempo para se reunir com seus generais.


Assim sendo, com a França invadida e todo seu poderio nas mãos, determinou para maior agilização de suas reuniões, que o famoso veículo “Citroen”, fosse “alongado”, com o corte ao meio, entre os eixos, e se instalasse nele, uma extensão de carroçaria, o que veio permitir “reuniões” nas viagens dos chefes de comandos e dele própria.



São as famosas histórias de guerra que nos trazem tal informação. Incrível, porém verdade. Era um veículo baixo, largo e comprido, grande estabilidade, o que possibilitou tal criação. Daí para cá, todas as marcas lançam sua limousine e cada uma mais sofisticada que a outra para atendimento das encomendas.

Mas voltando à velha marca, vários Citroens circulavam pela cidade na década de 50, e em nossa memória ficaram gravadas as pessoas dos senhores José Guimarães, professores João Batista Duarte , Natan Rocha e Dr. Juvenil de Freitas, Milton Lemos da Silva, Dr. Hélio Vaz, Aloísio Pereira de Paiva e Dr. Silvio França. Alguns de saudosa memória, e os demais nos brindando com suas presenças.




Impressionante como na memória de uma criança tanta coisa se grava. Era magnífico vermos estes homens em seus “Citroens” pretos, imponentes e marcantes transitando pelas ruas da cidade. Saudades.

Vamos aqui citar uma daquelas que também proporcionou subsistência de famílias e mais famílias durante anos a fio em Araguari.

Aqui o fazemos com alegria.

Citamos aquela que foi uma grande e exemplar empresa.


“Sociedade de Automóveis Abdala Kehdy Ltda”

Esta empresa encontrava-se instalada na avenida Tiradentes com rua Rodolfo Paixão.



Iniciou suas atividades com a famosa e talvez extinta marca americana “Studebaker”, fabricante dos automóveis, camionetas e caminhões durante anos. Teve a década de 50 como sua era de ouro.


Comandada pelo seu criador, senhor Abdala Kehdy, era composta de homens como Dr. Guaracy Faleiros Machado, Fued Mujalli, Edson Kehdy (filho do senhor Abdala), Armando Moura, Carlos Regis Benati, Hélio, mecânico excelente, João Nairon como aprendiz de mecânico e uma gama de funcionários que se desdobravam para servir os inúmeros clientes de tão grande empresa.

Com a extinção da Studebaker, a agência passou a revender os famosos “DKW” Vemag, carros com três cilindros, três pistões, três bobinas, três platinados e que funcionavam em “dois tempos”.

Não tinham cárter.

O óleo lubrificante era misturado na gasolina.

Uma fábula de automóvel, cuja fábrica foi adquirida pela Volkswagem para encerrar a concorrência que era grande. Enquanto duraram, sucesso total. Lembrem-se do já mostrado DKW – Vemag do Wiliam Rady, adquirido da família do senhor José Coelho e restaurado. Está uma jóia.


Acima DKW de propriedade de Wliam Rady / Abaixo detalhe das três bobinas no motor


Ainda na década de 50, lembramo-nos perfeitamente, a agência Abdala Kehdy, passou a revender os consagrados caminhões e ônibus da marca “Mercedes Benz”.





Foi um grande sucesso. A agência sempre no mesmo local. O posto de gasolina e serviços gerais, logo acima, hoje loja de escapamentos, sendo as oficinas, mais adiante, grande barracão, hoje centro comercial.

Araguari e toda região foi servida por anos e anos por esta empresa, até sua venda a terceiros e transferência para a BR – 050.

E assim caros Leitores, fizemos uma “parcial” no que diz respeito a revenda de veículos em nossa cidade de 50 até os dias atuais. Cremos que pudemos mostrar nossa grandeza através dos intrépidos e arrojados homens que passaram na história desta terra querida.

Viajamos juntos pelo passado. Matamos saudades. Lembramos pessoas que fizeram e que ainda fazem por nós.

Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.

segunda-feira, setembro 22, 2008

Devaneios IV - Fotos

Caros Leitores,

Para ilustrar melhor nosso Devaneio IV, seguem novas fotografias da praça do Rosário e seus entornos:




Abaixo a Rua Quinca Mariano citada na matéria, vista da Av. Mato Grosso para o centro da cidade.


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Segue também comentário que recebemos do nosso colaborador Natal, de Brasília, que além de nos ajudar a corrigir o nome do sr. Sr. Demócrito Wandenkolk, também traz um enriquecedor comentário:
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"... trabalhei para ele na sapataria/selaria durante 5 meses enquanto aguardava o início do serviço militar obrigatório no Batalhão Mauá, isso em 1973, quando eu já estava convocado. Meu trabalho era de vendedor balconista da Loja, onde convivi e aprendi muito com a austeridade alemã do Sr. Demócrito, juntamente com seu velho companheiro, o amigo Totó (acho que o correto é Sr. Bertarini). Prestei o serviço militar começando em 15 de janeiro de 1974 até novembro e como civil de 1975 até 1976 (no almoxarifado da OGG).
Abraço.
Natal"

sábado, setembro 20, 2008

Devaneios IV

Caros Leitores.

Desta feita, dando continuidade aos nossos devaneios por Araguari, vamos percorrer outros caminhos da cidade, iniciaremos descendo pela rua Cel. Lindolfo Rodrigues da Cunha , percorrendo o trecho da Praça Padre Nilo (Praça da Matriz), até a Praça do Rosário e em seguida Praça Manoel Bonito.


Temos logo no início, o sobradinho que por longos anos funcionou a selaria e sapataria do senhor Demócrito Wandenkolk.

Defronte, a grande casa da família Rodrigues da Cunha, mais precisamente do Cel. Lindolfo, que empresta o nome à rua, hoje demolida e no local a residência do senhor Nasário Augusto Vilela, em frente o prédio também demolido do Hotel Central.
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Vamos descendo, e deparamos com o terreno vago, onde antes se encontrava o majestoso Hotel Brasil, da família Carlos Lazarini. Lembramos então que quando viemos para Araguari, lá ficamos hospedados por três meses, até ser desocupada a casa do senhor Raulino Naves, na antiga Rua Goiás, hoje Cel. José Ferreira Alves, e nela residia a família do saudoso senhor Eduardo Rodrigues da Cunha (ex-prefeito e fazendeiro).

O senhor Eduardo, mudou-se para a mansão que havia construído na Av. Tiradentes, onde hoje está o banco HSBC, e que funcionou antes, após a demolição da referida mansão, a Caixa Econômica Estadual e o Bemge.

Continuando, vimos a casa do também saudoso senhor Osmundo Rodrigues da Cunha, ali na esquina com a Rua Aurélio de Oliveira. Foi uma visão tão bonita, que pudemos ver inclusive a família reunida no grande alpendre, e estacionado na porta seu belo carro Chevrolet 1951 de cor cinza.


Aí, chegamos no córrego, passamos sobre a velha ponte e atingimos a esquina, esquina famosa, moravam nela, os senhores Absair Machado aqui pela esquerda de quem sobe. Na frente, onde hoje é um sobrado, havia uma grande casa, que foi comercial e residencial.

No nosso tempo naquela rua, ela já estava vazia, e servia até de acampamento de ciganos que aportavam na cidade. (Chegamos, juntos com nossos pais, a freqüentar casamentos entre eles que se tornaram grandes vizinhos na região).

Defronte, pela direita, esquina vaga, e a primeira pela então Rua Goiás, a casa da senhora Alzirinha, mãe do Dr. Juvenil de Freitas, local onde íamos apanhar e chupar Jabuticabas.

Depois Dr. Juvenil quando se casou, construiu a casa de cá, onde constituiu sua família. Sempre guardado na garagem seu carro Citroen modelo 1951 (interessante, todos os Citroens eram pretos).

No lado de cima da rua, a bela casa de frente arredondada, da família do senhor José de Sá, que como o senhor Absair, mudaram-se para Goiânia na década de 50. Aquela casa hoje mora a senhora Maria Zilda da Cunha Cavalcanti, irmã dos nossos amigos e leitores, Diomedes da Cunha e Fausto Pereira da Cunha, lá da Buggy Acessórios.

Caros Leitores, quantas saudades trazem em nossas mentes revivermos o passado, mas como é bom lembrar deles, comparar as casas, as ruas com o que vemos hoje. Novas edificações, casas reformadas, modificadas, muitas com as mesmas famílias morando. É como se estivéssemos lá, no tempo e no espaço, dentro da maravilhosa máquina do tempo que é o nosso cérebro.


Mas aí chegamos na esquina da Praça do Rosário, e pudemos ver a velha casa e o armazém do saudoso senhor Genésio Borges, pai da Dra. Lindaura Silva Borges. Lá na venda comprávamos de tudo, e nas festas do Rosário, seu Genésio vendia para nós as bombinhas, foguetes, busca-pés, rebenta coió, traques, e outros barulhentos fogos de artifícios para festejarmos lá na velha praça que ainda não tinha traçadas as suas passarelas e jardins.

Era mato e terra, mas a impotente e maravilhosa igrejinha de Nossa Senhora do Rosário, com seu telhado caindo, sua cruz no alto pendida para o lado direito, seu piso de chão batido, seu altar cercado de tapumes trabalhados de madeira, e que durante o dia acolhia além dos fiéis as belas andorinhas que existiam em bandos e aos poucos foram desaparecendo de nossos olhos.

A igreja tinha até suas paredes de adobo já se desmanchando pela ação do tempo, mas as festas eram realizadas, com os congados, moçambiques, festas juninas, barraquinhas, tudo que fazem hoje, porém sem a presença da saudosa igrejinha que marcou grande época nos corações de quem a conheceu. Por uma infelicidade e até por falta de idéia, a mesma foi demolida ao invés ser reformada e preservada para a posteridade.

Em seu lugar surgiu outra bela e significativa igreja que cumpre seu papel junto à sociedade. Mas vejam vocês, lembramo-nos das Missões Religiosas, dos padres missionários que estiveram em Araguari lá por 60, e realizaram uma semana de pregações e atos religiosos, arregimentando novamente para a igreja, fiéis, fiéis estes que se afastaram no decorrer dos tempos.


Foi brilhante e maravilhoso, ficando seu encerramento marcado com a colocação de uma grande cruz, um cruzeiro de aroeira, especialmente construído para marcar o encerramento das missões, e este Cruzeiro, dado seu tamanho, foi levantado e implantado em sua posição pela velha Turma de Manutenção da Cia. Prada.

Temos a foto que registra o fato. Centenas de pessoas lotavam a praça para o ato de fé. Praça do Rosário, quantas recordações nos trás. Paramos o carro ao lado e ficamos relembrando. Lembramos do Professor João Batista Duarte em sua residência, também com seu carro na garagem, era um Citroen, preto.

Professor João, mestre da matemática. Passando com ele de ano era provar que realmente havia aprendido a matéria correspondente. Caso contrário, bomba. Grande homem, nossos respeitos.

Lá na praça, moravam pessoas conhecidas, Professor José Coimbra, o senhor João Coimbra, grande família, seus familiares ainda residem lá.

A senhora Nair Caldeira Valente, residia na casa da esquina de baixo, na de cima era a casa de comércio, conhecida como Casa Verde, vendia de tudo, de uma agulha a uma peça pesada, eram atacadistas, só não nos recordamos dos nomes, mas fica registrado, da mesma forma o velho casarão do lado de cá.

Pudemos lembrar também do senhor Itelino que trabalhava na Casa Aníbal, o Vasco Duarte, o Domingos de Souza (Lamparina), o sogro do Euler Coutinho, Clitano Guimarães, o senhor Vicente de Paulo Coutinho, o Abdala Mameri e vários outros que ainda citaremos em mais matérias que desejamos fazer a respeito.

Dirigindo para o centro da cidade, descendo pela Rua Quinca Mariano, na esquina com a antiga Rua Goiás, temos a casa do senhor Pedro Araújo, pai do Vicente, Dolival, Dermeval, João Araújo, e lembramos-nos da família inteira reunida, pois morávamos ao lado, na casa do senhor Raulino Naves, e posteriormente onde é a casa do saudoso senhor Waldor Naves.

Lembramo-nos até da senhora Odete, da Fátima Araujo, da senhora Amélia, da senhora Ismélia, do Dr. Hélio Vaz, do senhor Nelson Pinto com a família, do senhor Oswaldo Pinto, da família inteira do Dr. Alvaro Teixeira, de saudosa memória, era inclusive compadre de nosso Pai.

Então, como gostamos de lembrar tudo, até os carrões da época parados nas portas, nos Araújo e Naves, dois Fords 1951, duas camionetas também Ford.

O Ford 50 do senhor Anaximandro Alvarenga que morava na Rua Afonso Pena, mas ia todo dia à casa de seus parentes, Nelson e Oswaldo Pinto para as conversas de fim de tarde.

A camioneta Chevrolet 1951 do senhor Zequinha Boiadeiro, pai do Zezinho, do Oswaldo e da Shirlei. A camioneta do senhor Absair, também Chevrolet 1951, que ele mandou colocar carroçaria de madeira para transportar mais carga.

O Citroen 51 do Dr. Hélio Vaz. Na esquina, onde hoje é a casa do Zírzio Tomaz Pereira, era a grande casa da senhora Nenê Paranhos. Ficava cheia aos domingos com a reunião de todos os familiares.

O senhor Délio Paes, era parente, e sempre lá estava, e até passava cinema para a meninada no grande páteo que a casa possuía com jabuticabeiras. Tinha ele um Buick sedan verde.

Nosso Pai havia adquirido um Ford 1951, verde garrafa. Foi seu orgulho. Muitos em Araguari lembram-se dele pelas ruas da cidade.

Continuando, descemos, passamos pela Rua Rio Branco, e lá lembramos que ficava na porta, o Pontiac 1951 do senhor Justino Carvalho, verde e amarelo.

Puxa, que saudades, mas o que consola é que vivemos cada momento de nossa vida. Como já referimos, “éramos felizes e “o” sabíamos”. Seguimos até a Praça Manoel Bonito onde temos os longos bancos.


Podemos relembrar os carros de praça, os táxis, que existiam nas décadas de 50, 60 e 70, aqueles que sempre viveram da profissão honrada e ao mesmo tempo perigosa, considerando fatos ocorridos e que chegam a amedrontar os que nela militam.

Estando de frente para o Pálace Hotel, a nossa esquerda, era mão para descer, ficava o Ponto Chick, e nele os profissionais:

Sebastião Mogiana, com seu Ford 46, (um detalhe, os carros foram fabricados até 1942, com a 2ª Guerra, as fábricas passaram a construir materiais bélicos, só voltando a construírem carros novamente em 1946).


O nosso amigo Fausto Lieggio, conhecidíssimo por “Tim”, com seu Ford 1942, creme.


O Diamantino de Souza, (também fornecia marmitas ali na Rua Rio Branco, ao lado do senhor Oswaldo Mendes), com seu Mercury 1949 (ele mandou pintá-lo de azul, vermelho, e verde, ganhando na época o apelido de “Sorvete Congel” pelas cores do sorvete concorrente da Kibon).


O José Rodrigues Fernandes, (Zé Teia) com seu Pacard 1950.


O Manoel, (Manelão) morava onde hoje é a casa dos Parafusos, tinha um Ford 1951 azul (foi para Brasilia e lá ficou).


O Emílio D’Amicis, com seu Mercury 1950.


O Abel de Oliveira, (o Belo) com uma Plymouth.

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O Jorge Hilário com um Ford 1939.


O Adriano Goes e seu belo Mercury 1946, a Totonha do Acrísio, tinha um Pacard 1947, era de seu marido e ela o manteve no ponto.

Estes eram os da época no Ponto Chick, os anos passaram muitos partiram para a eternidade, e outros vieram dar continuidade a nobre profissão.

Prosseguindo o Ponto Ideal, está no seu lugar de sempre. Nunca sofreu alterações de local, pois o Ponto Chick, com a mudança de mão, foi passado para onde está hoje. Então lá trabalhavam:

O Civi, não lembramos o nome dele, com seu Ford preto 1941.


O José Machado, filho da Totonha, com um Chevrolet 1951.


O José Martins Ferreira (Zé Chuvita), com um Ford 1946.

Lindolfo Santiago tinha um Ford 38.


O senhor Benedito Honório Dias, (Pavão) com seu Ford 1946 preto. (Era dono da Pensão Pavão, na Samuel Santos, com a José do Patrocínio).


O Simonides Honório Dias, filho do Pavão, tinha uma Studebaker, azul, 1951.

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Elmiro Honório Dias, o Mirote, também filho do Pavão, trabalhava com seu Ford 48.

Tinha o Napoleão com um Pacard 1950, os irmãos Joel e Martinez Martins Baesse, o Joel com um Ford 48 e o Martinez com um Chevrolet 1951 (ambos foram para Brasilia de quando sua construção. Lá permaneceram por longos anos, retornando posteriormente para Araguari).

Para completar a lembrança destes homens que colaboraram com a grandeza de Araguari, se sustentaram, criaram suas famílias, sendo que gerações se sucedem no ramo, homens que levaram e trouxeram pessoas, autoridades, pessoas humildes, todas as classes, completamos o que consideramos uma homenagem a eles, citando os do Ponto São João, que se localizava ali no alto da Praça, com o grande espaço estacionavam de ré seus veículos, defronte ao Bar São João que lhe emprestava o nome, hoje Fogão de Lenha e outras casas comerciais.

Lá trabalhavam:
Benjamim Carrijo,(Ninico) com seu Chevrolet 1951.
O Antonio Queiroz com seu Ford 48.
O José Rita, e seu Ford 39, o Laudelino Borges.
O Lau, com o Chevrolet 1951.
O Celso Vieira da Costa, com Ford 48.
O Sebastião (Tatão) com um Ford 46.
O Wilson Vieira da Costa, com um Ford 48.

Devemos ter omitido algum nome, é lógico, evidente, também não temos memória para tantos detalhes, mas procuramos lembrar o melhor possível.

Vocês observaram a quantidade de Fords e Chevrolets que citamos? Eram os veículos que tínhamos. Não se fabricava no Brasil e a importação era difícil, motivo pelo qual se mantinham com seus veículos por longo tempo e em estado impecável.

Sempre limpos e prontos para o uso na cidade ou em viagens. Recebam os que ainda trabalham, os familiares dos que partiram, os nossos respeitos e nossas homenagens, assim como nossos agradecimentos pelo que fizeram por Araguari e seu maravilhoso povo.

Uma vez mais, expressamos aqui, os mais sinceros e profundos agradecimentos aos nossos distintos leitores que sempre se acercam de nós, manifestando suas opiniões ao que levamos até vocês.

Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.

quinta-feira, setembro 18, 2008

Comentários Camponesa

Caros Leitores, vejam como os comentários da amiga Marilia Cunha enriquecem nossa matéria sobre a Churrascaria Camponesa:

"Meu querido Peron, que bacana você ter feito esta homenagem à Churrascaria Camponesa, um "ícone" da nossa cidade. Você me fez lembrar o "Gordo" e seus agrados às crianças.

Meus filhos foram frequentadores fiéis, durante toda sua infância da Churrascaria Camponesa, levados por nós, Adilson e Marilia, que adorávamos aquele lugarzinho de simplicidade, de rusticismo, de comida boa, de liberdade.

Fui frequentadora fiel do ringue de patinação. Confesso que não era um "az", não era das melhores, levava tombos enormes e sangrentos, joelhos sempre estourados pelas manobras mal feitas. Mas era o meu tempo de juventude e era gostoso.

Homenagem minha também ao Celso e Santinha, com quem convivi muitos anos e que estão sempre presentes no meu rol de afetos. Beijão, Peron. Obrigada por nos trazer de volta à vida verdadeira.

Marilia "

sábado, setembro 13, 2008

50 Anos da Churrascaria Camponesa

Caros Leitores.

Um programa tradicional na nossa Araguari é freqüentar a “Churrascaria Camponesa”.
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Esse é um programa que eu e a Terezinha, a esposa e companheira inseparável, fazemos nos 40 anos de casados que temos.

Nosso pedido: o “típico” churrasco servido na quase cinqüentenária churrascaria, desde a sua fundação, pois em 2008 está completando seu Jubileu de Ouro.

Observar o recinto é relembrar tempos idos, tempos de namoro e noivado em que lá jantávamos. Tempo de nossos filhos pequenos e que lá almoçávamos, quando os meninos ganhavam pirulitos do “Gordo”, famoso e alegre garçom da época, sendo que à noitinha voltávamos para saborearmos uma cervejinha e um jantar para arrematar o domingo alegre. Belos tempos.

O piso original do estabelecimento foi construído para um ringue de patinação. A estrutura e esteios de aroeira permanecem intactos.

Quando do ringue de patinação, onde os jovens da época patinavam em patins com rodas de aço, nós, crianças na ocasião, década de 50, anos 54 a 57 mais precisamente, ficávamos no parapeito admirando os ases da patinação fazerem suas acrobacias.

Lembramo-nos dentre outros, dos irmãos Lucindo e Amélio Valente com suas performances que deixavam a todos maravilhados.

No local, existia uma casinha em um canto, onde o Paulo Nogueira, cedia para que o “Manga de Colete”, o Elias, aquele “velhinho” que andava com um porrete nas mãos provocando a meninada a mexer com ele, para que o mesmo ficasse irado e corresse atrás da turma.

Era nesta casinha que o Elias, “Manga de Colete” morava. Se os meninos não mexiam, ah, que tristeza era ver o “Manga de Colete” jogar pedras (nunca para acertar, mas só para assustar) nos meninos (inclusive nós), para que em revide, o irritássemos. Saudades.

Em 58, o senhor Ovídio Nogueira, juntamente com o João Grillo, adaptaram o ringue de patinação para uma churrascaria. Fizeram tudo rusticamente. Queriam um ambiente especialmente próprio para churrascaria. E o fizeram.

As duas caveiras de vaca que estão na porta de entrada, são as originais. O João Grillo foi buscá-las no Matadouro Municipal, escolhidas a dedo para atração pública. Dão a nota característica nos dias atuais.



O Luiz Roberto Cruvinel Santos, o “Cruvinel da Ótica”, passou a exercer o cargo de Gerente do estabelecimento que recebeu o nome de “Churrascaria Camponesa”. Com sua gentileza peculiar, permaneceu no cargo até seu ingresso no Banco de Crédito Real.

A churrascaria ficou em poder dos fundadores até 1965, quando foi vendida para o Herculano de Melo Franco, ex-funcionário do Ovídio, na farmácia, hoje em Brasília.

Para substituir o Cruvinel na churrascaria, entrou o Heráclito Roberto Filho, também da farmácia, juntamente com o senhor Geraldo Machado dos Santos, pai do Cruvinel. Leni Cruvinel Cunha Coelho, viúva do Teófilo Coelho, por longo tempo ajudou na manutenção da Camponesa para atender sua enorme e fiel clientela.

Apenas para ilustrar, a Farmácia do Ovídio, sempre foi onde é, na rua Marciano Santos, ao lado do “Rueda” (lembram-se?) e pelo outro lado, com a Padaria das Famílias, do Heitor de Carvalho. Belos tempos.

O atendimento segue no mesmo estilo do Antonio Mota, o “Gordo”, garçom de tempos idos, sempre servindo um suculento.

Tudo continua criteriosamente como anos e anos atrás. Arroz soltinho, vinagrete, feijão tropeiro, couve refogada e o belo espeto com o gostoso churrasco de vaca ou de porco.

Em março de 1966, Celso Rodrigues do Nascimento, o Celso da Rodoviária, adquiriu a “Churrascaria Camponesa”, quando juntamente com sua esposa, Maria Aparecida de Oliveira, a inesquecível “Santinha”, passaram a administrar a mesma.

“Santinha”, com toda sua alegria e comunicação, tornava o ambiente familiar, aconchegante e amigo, pois a todos tratava com sua simpatia, enquanto Celso ficava no comando dos pedidos e no controle musical, sendo que até um pequeno palco a churrascaria tinha para a apresentação de artistas locais e visitantes. Nelson Gonçalves e Altemar Dutra eram as principais atrações em discos e fitas no decorrer dos longos dias e agradáveis noites.

“Santinha” partiu em 1988, minutos após o falecimento de sua mãe, senhora Augusta Carpaneda de Oliveira, com 92 anos, estando ambas ainda no hospital.

Celso não esmoreceu. Levantou a cabeça, trouxe seus filhos, Celso Rodrigues do Nascimento Filho e Cristina Rodrigues do Nascimento Cruz, para com ele trabalharem e continuaram a proporcionar aos araguarinos, as iguarias servidas pela “Camponesa”.

Juntos ficaram por 4 anos. Cristina se casou, deixando de participar, e com o casamento de Celso Filho com Neide Rodrigues do Nascimento, passaram a comandar a churrascaria, sempre no seu estilo tradicional.



A camponesa passou por várias reformas e modernizações, porém, por tradição, continuam mantendo a estrutura original do local, e a presteza do compromisso de qualidade para com os assíduos freqüentadores.



Em março passado completou 42 anos de trabalhos sob a direção da família Celso Rodrigues do Nascimento. Celso Filho ostenta com orgulho a flâmula de sua inauguração, datada de setembro de 1958.

Nestes cinqüenta anos podemos dizer que os freqüentadores são os mesmos. Araguarinos e visitantes, vários destes nossos amigos e conhecidos. A mesma clientela, o mesmo ambiente, as músicas.

Parabéns Celso. Parabéns a você e sua família. Parabéns por manterem em Araguari, intocável, original, aconchegante, tradicional e único, restaurante cinqüentão, churrascaria famosa para os araguarinos e por quem aqui passa, a “Camponesa”. Original. Como foi. Como é. Como será.

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Destacamos ainda que neste ano de 2008 a Churrascaria Camponesa recebeu o prêmio Top Of Mind na sua categoria, organizado pela Universidade Presidente Antônio Carlos (Unipac), Jornal Gazeta do Triângulo e revistas Evidência e Evidência Rural.


Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.

Fotos: Churracaria Camponesa - Celso Filho / Top Of Mind - Jornal Gazeta do Triângulo (Pedro Fonseca)

domingo, setembro 07, 2008

Patrimônio Histórico de Araguari e Gazeta do Triângulo

Caros Leitores,

O Conselho Deliberativo Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural de Araguari na pessoa da presidente Sra. Juscélia Abadia Peixoto e do secretário Sr. Luciano Caetano Santiago nos enviaram tempo atrás um ofício que muito nos honrou, e que temos agradecimento publicado em nosso blog.

Estamos agora agradecendo ao Jornal Gazeta do Triângulo, e aos jonalistas Aloísio Nunes de Faria e Lêda Pinho pela homenagem prestada a nossa pessoa, com a publicação do ofício do PHCA em sua coluna.
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Estamos emocionados e sensibilizados com a homenagem. Receber estas honrarias são, para quem passou pelo que passamos, o maior bálsamos da vida.
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Agradecemos a todos os comentários que recebemos de amigos e colobaoradores do Blog Ponto de Vista e dividimos os mesmos com todos os leitores:
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Caro Peron
Li a reportagem que fala de você no gazeta.
Na vida tem aqueles que só vêem nossos defeitos, mas em contrapartida existem os que vêem nossas qualidades.
Acho que você merece, mora aqui do lado esquerdo do peito e não paga aluguel.
Posso não concordar com tudo que você diz, mas tem o meu maior apoio.
Um tapinha nas costas amigão.
Mário Ferreira
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Peron:
Fico muitíssimo feliz por saber que seu admirável trabalho de preservar a História de nossa Araguarífoi reconhecido e elogiado por uma entidade oficial, como o Patrimonio Historico.Você mereceu com muita justiça essa homenagem.Meus parabens !
TFA,
Wiliam Rady
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Você merece, grande! Vendo seu texto, me veio à lembrança que desde criança sempre tive muita curiosidade de saber quem foi esse Manoel Bonito, e o que ele fez para merecer para darem o nome dele à Praça principal. Essa curiosidade com certeza não é somente minha. Abraço.
Natal Fernando
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Meu caro Peron
Eu creio que não conheço o Aloísio, mas ele deve ser gente boa. Parece amigo mesmo.
E você merece. Eu já disse uma vez que nós que estamos longe daí valorizamos muito o trabalho de divulgação e de rememorização que você faz das histórias, dos fatos e dos acontecimentos que envolvem Araguari e a nossa gente. É um trabalho que você faz sem interesse. Nada mais justo que a cidade e a gente retribuam esse trabalho seu, pelo menos reconhecendo publicamente o valor do que você faz.
Eu me junto às homenagens, orgulhoso de ser seu amigo e colega de tantos anos.
Parabéns, Peron.
Rosalvo Lima

Fernando,
Nós também ficamos felizes e sensibilizados pela justa homenagem. Você merece. Parabéns.
Marcelo/Yone Erbetta

Parabéns irmão Peron
Voce fez por merecer esta justa homenagem. É assim que construimos nossa história.
Sucesso constante
Gustavo Velasquez Santos

Querido Peron, mais uma vez, a homenagem foi mais que merecida. Pessoas como você, com este senso de cidadania, de amor pela Pátria e por nossa Araguari não aparecem todo dia... Gostei de ler sobre os mandatos do Dr. Jeovah. Trabalhei com ele na Prefeitura. O Miltinho era o Secretário do Prefeito e eu era a Secretária da Secretária do Miltinho. KKKKKKKKKKK. É gostoso lembrar deste tempo.Eu tinha apenas 16 anos.um abraço.

Marilia Cunha

Parabéns,

Sua vitória e reconhecimento é a nossa alegria! Abraços.

Teresa Cristina

Boa tarde amigo Peron,li a matéria no jornal e achei mais que merecida,vc merece muito mais,é o resultado das suas sementes plantadas e com o tempo elas crescem e aparecem as flores,os frutos.......Está começando a colheita!!!!!.
Abraços.
Luzia Antonietti

Parabéns pela justa homenagem recebida. Você Merece, abraços.

Fátima Ruski

Prezado primo: Recebo às vezes uma ou outra notícia de suas atividades jornalísticas. Conheço o espaço eletrônico "peronerbetta", onde pude ler textos seus e de outros, ali publicados. Vi fotos de uma Araguari revisitada por você e tomei conhecimendo de fatos registrados por sua memória sempre minuciosa, embora a atualidade da cidade mineira não lhe escape, sendo abordada e examinada pelo olhar atento de um jornalismo bem exercido. Abraços a todos.

Teresinha Peron Bueno, de Santa Rita do Passa Quatro

Parabéns Fernando! Você marece tudo de bom pelo seu amor e emprenho em prol de uma Araguari. Deus o abençoe.

Marly Teresa de Paiva Montes

Muito obrigado a todos.

sábado, setembro 06, 2008

A independência do Brasil

Caros Leitores,

Neste 07 de setembro de 2008, através de uma pesquisa, trazemos uma breve retrospectiva da nossa história como nação.

O Império Português, nascido no início do século XV abrangeu territórios no norte da África, África Subsaariana, Ásia Ocidental, Subcontinente Indiano, Ásia Oriental, Oceania e América.
e
Dentre estes a partir de 1500, o Brasil passou a fazer parte.

Em nossa trajetória como colônia vivemos diferentes situações, sendo que em janeiro de 1808 recebíamos a Família Real e a Corte Portuguesa, fato esse que comemorou seus 200 anos em 2008.





A Corte veio para o Brasil, escoltada pela marinha Britânica, em um plano estratégico contra a invasão Francesa ordenada por Napoleão e comandada pelo General Junot. Isso fez do Brasil a sede do Império Lusitano.

Foi aí que junto a seus pais, o rei D. João VI e Dona Carlota Joaquina de Burbon, D. Pedro I então com nove anos de idade chegou ao Brasil.






Ao voltar à Portugal, D. João VI deixa seu filho D. Pedro I como Príncipe Regente do Brasil. Os direitos concedidos ao Brasil, entretanto, foram sendo rescindidos pelas cortes. D. Pedro I então alinha-se ao descontentamento brasileiro provocado pelas medidas portuguesas.

Na seqüência D. João VI assinou um documento que tornava inefetivo o título de príncipe regente no Brasil concedido a D. Pedro I e com uma ordem judicial exigiu a volta imediata do príncipe a Portugal.

Após ter recebido um abaixo-assinado com centenas de assinaturas (conhecido como Petição do Fico), que pedia que ele permanecesse no Brasil, o regente recusou-se a embarcar para a Europa e, em 9 de janeiro de 1822, pronunciou, em um episódio que ficou conhecido como Dia do Fico, a frase histórica: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto, diga ao povo que fico!".

Em 7 de setembro de 1822, quando ia de Santos para a capital paulista, recebeu notícias de Portugal por cartas da esposa e de seu ministro José Bonifácio. Assim tomou conhecimento de que fora rebaixado da condição de regente a mero delegado das cortes de Lisboa. Ali mesmo, junto ao riacho do Ipiranga (São Paulo), o herdeiro de D. João VI, ao receber a última ordem do pai para regressar em vergonha ao país, proferiu o famoso grito do Ipiranga: "Independência ou Morte!".


Com isso nasceu o Império do Brasil.




Somente em 1825 a Inglaterra e Portugal reconheceram a independência, mediante o pagamento brasileiro de 1,4 milhão de libras esterlinas para a coroa portuguesa, e uma indenização de guerra no valor de 600 mil libras. Ainda, D. Pedro I renunciava a idéia de, futuramente, anexar colônias portuguesas na África. Aos britânicos foi prometida a abolição da escravatura, mas este episódio perdurou pelo resto do século XIX.

A 7 de abril de 1831, D. Pedro I renunciou ao império, deixando o país nas mãos de seu primogênito, D. Pedro II, que na época tinha 5 anos. Nomeou José Bonifácio de Andrada e Silva como tutor de seus filhos menores, e seguiu para Portugal.

D. Pedro I faleceu em 1834, depois de ainda ter participado das Guerras Liberais portuguesas, onde lutou a favor de sua filha, D. Maria II, cujo trono português fora usurpado por seu tio, D. Miguel I, o qual havia sido indicado regente português anteriormente.

O Império Brasileiro com D. Pedro II seguiu até 1889, quando a monarquia caiu e ocorreu a Proclamação da República Brasileira; assuntos importantes para serem lembrados.

Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.
Fonte: wikipédia - A Enciclopédia Livre

Dr. José Jehovah Santos

Caros Leitores.

Atendendo a nossa leitora internauta, e demais amigos de Araguari, iremos neste Ponto de Vista, falar a respeito do ex-prefeito por dois mandatos de Araguari, Dr. José Jehovah Santos.

Nossa leitora, Cidinha Riemslag, vem a ser filha do senhor Delermando Rangel, que foi secretário do Dr. Jehovah em seu segundo mandato.

Assim sendo, pesquisando o livro “Araguari, 100 anos de dados e fatos”, editado pela extinta FUNEC – Fundação Educacional e Cultural de Araguari, da qual éramos Vice Presidente e Presidente em Exercício, hoje UNIPAC, através da então FAFI – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araguari, coordenado por Maria Consuelo Ferreira Montes Naves e Gilma Maria Rios, encontramos sobre o assunto, o que transcrevemos na íntegra a seguir:



1° MANDATO

Em 1936, assumiu o Governo Municipal, o Dr. José Jehovah Santos. Nascido em Estrela do Sul, Minas Gerais, era filho do Cel. Marciano Santos e de Dona Carolina Almeida dos Santos. Em 1916, foi para o Rio de Janeiro cursar a Faculdade Nacional de Medicina, concluindo seu curso em 1922. De volta a Araguari, passa a clinicar e funda a Casa de Saúde São Sebastião.



Do seu Governo destacamos algumas leis que se encontram registradas no “Livro de Leis n° 6”, da Prefeitura Municipal. Esse livro teve o seu termo de abertura lavrado no dia 16 de novembro de 1936.

A Lei n° 1 autoriza o Senhor Prefeito Municipal a mandar cercar a zona em que se acha compreendida a cidade. A preocupação era com a instabilidade do país, que ameaçava a segurança municipal.

Em 28 de janeiro de 1938, o Prefeito fez um contrato com o técnico em jardins, Dr. Julio R. Steinmetz, para a construção de um jardim público na Praça da Consolação, a qual através da Lei n° 27, de 10 de novembro, passou a denominar-se Praça Getúlio Vargas.

A Lei n° 22, de 20 de julho de 1938, muda o nome da Praça Francisco Sales, que, no Governo de Mário da Silva Pereira, já tinha recebido a denominação de Praça João Pessoa, sendo que, a partir da Lei acima mencionada, passou a denominar-se Praça Manoel Bonito, em homenagem ao Senhor Manoel dos Santos Laureano, vulgo Manoel Bonito, que muito contribuiu para a urbanização de nossa cidade.

A Lei n° 61, de 28 de janeiro de 1942, autoriza as obras do Estádio Municipal.

A última Lei, assinada por Dr. Jehovah Santos, foi o Decreto Lei n° 84 de 29 de dezembro de 1944, o qual orça a receita e fixa a despesa para o exercício de 1945.

Em 1945, encerra seu mandato e assume o Senhor Jaime Veloso Meimberg.


Residências do Dr. José Jehovah e de seu pai Marciano Santo - Av Tiradentes


2° MANDATO

Estando na época em que os partidos políticos tinham força total como entidades eletivas, o P. S. D. , lança em Araguari a candidatura, novamente, de Dr. José Jehovah Santos, para Prefeito, e para Vice, Antônio Veloso de Araújo. A U. D. N., lança o candidato Antônio Carlos Zamith e do Dr. Antônio Nunes de Carvalho, para Vice Prefeito.

Como a votação era individual, e não por chapa, o resultado das eleições de 58, foi a vitória do P. S. D. para Prefeito e da U. D. N. para Vice Prefeito: José Jehovah Santos e Antônio Nunes de Carvalho, respectivamente.

Esse mandato teve duração de 1959 a 1962.

Na página 485, Do Livro de Atas da Câmara Municipal, encontramos o relato da sessão solene de posse do Dr. José Jehovah Santos, e de Dr. Antônio Nunes de Carvalho, datada de 13 de janeiro de 1959. Quem presidiu a sessão foi o senhor Osires Paranhos.

Eis, na sua redação, o trecho da ata:

“Na ocasião usando a palavra Dr. José Jehovah Santos, Prefeito recém empossado saudou as demais autoridades e afirmou ter o pensamento voltado para o bem do povo, não guardando nenhum rancor ou adversidade... dissertou sobre o sistema econômico que pretende realizar, adotando novos métodos, exigindo do funcionalismo municipal maior colaboração... e finalizou dizendo que no fim de seu governo espera ver o povo feliz”.

Dentre as leis assinadas no seu governo, destacamos a de n° 659, com data de 30 de setembro de 1959, que estabelece a doação de um terreno ao Estado de Minas Gerais para a construção do Edifício do Fórum, na Av. Brasil (hoje Cel. Theodolino Pereira de Araújo).

Nesse segundo governo de José Jehovah Santos ocorreram dois trágicos eventos que abalaram a vida cultural e a econômica do município.

Primeiro foi a destruição pelas chamas, provocado por um curto-circuito, do maior e mais caro patrimônio do município: o acervo bibliográfico da Biblioteca Pio XII. Esta biblioteca estava situada na Av. Tiradentes, em frente ao Hospital São Sebastião. O sinistro ocorreu no dia 23 de julho de 1959, ocasião em que ficaram reduzidos a cinzas cerca de 8 mil volumes de livros, como também centenas de periódicos antigos referentes à história da cidade e região.

A biblioteca Pio XII tinha sido resultado de anos de trabalho, em cuja frente se destacava o denodado incansável professor Walter Barreto Lelis.


O segundo evento foi uma impiedosa seca que assolou a região durante seis meses seguidos. Os prejuízos na pecuária e agricultura foram incalculáveis, além de gerar séria crise no abastecimento de água na cidade.


A fim de dirimir algumas dúvidas, geradas pela escassez de fontes, a respeito do final de governo de José Jehovah Santos, fizemos uma entrevista com seu vice, Dr. Antônio Nunes de Carvalho, o qual nos informou que assumiu o cargo de Prefeito Interino, por três meses, ocasião em que Dr. Jehovah se licenciou para candidatar-se a Deputado Federal.

Seu governo foi encerrado e em 31 de janeiro de 1963, tomaram posse os candidatos eleitos no pleito de outubro de 1962, Dr. Miguel Domingos de Oliveira como Prefeito e Dr. Milton de Lima Filho como Vice Prefeito.

Era o que constava no livro “Araguari, 100 anos de dados e fatos”.

Posteriormente, a Praça entre as ruas Cel. José Ferreira Alves, Brasil Acioly e Wenceslau Braz, recebeu o nome deste homem que impulsionou o progresso de Araguari em décadas e século passado.



Dr. José Jehovah Santos, mudou-se para São Paulo, aonde veio a falecer anos após. Não temos a data de seu falecimento.

E assim, cremos ter realizado o pedido de nossa amiga e leitora Cidinha Riemslag, como também dos demais araguarinos.

Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.
Fotos: Patrimônio Histórico de Araguari e arquivo particular.