Caros Leitores.
O negócio é grave! A coisa é delicada! A situação é difícil!
Como o próprio título de nosso Ponto de Vista que abre o ano de 2007 diz, “Bosque John Kennedy – Situação difícil”!
Mas por que situação difícil! Ele está lá no lugar dele muito antes de Araguari aparecer, muito antes de ser transformada de distrito em cidade. Há gerações e gerações. E agora lá vem este colunista, este formador de opinião, este homem que todos sabem “adorar” Araguari, dizer que a situação do nosso Bosque, o Bosque de centenárias, frondosas e maravilhosas árvores estar com a situação difícil. Ora, no segundo Ponto de Vista do ano, logo com um desses? Não tem cabimento tal afirmativa por parte dele, e, nós como Leitores que somos, temos e vamos questionar o “por que” desta afirmativa.
Por que Peron, por que o Bosque John Kennedy está em situação difícil? Vamos lá, dê motivos convincentes para analisarmos e podermos tirar nossas conclusões quanto à sua afirmativa.
Se estiver com a razão (o que já lhe é peculiar), lógico e evidente que bateremos palmas. Mas, se estiver errado, tenha certeza, irá perder com sua credibilidade perante seus Leitores.
É, caros Leitores, desta feita entramos em uma que teremos que queimar muita massa cinzenta para convencermos vocês que temos razão. E vejam bem, já estamos com a concordância de todos, uma vez o que iremos narrar, irá mudar a opinião geral. Ficarão em nosso favor e pedindo as soluções que apresentaremos em forma de sugestões ao Senhor Prefeito Municipal, Psicólogo, Dr. Marcos Antônio Alvim, através de sua Secretaria de Meio Ambiente, que, diga-se de passagem, muito bem dirigida pelo Senhor Mauro César Rodrigues.
Antes de iniciarmos, confirmemos aqui nosso amor e carinho para com o Bosque, Bosque este que brincamos quando crianças, em nossa juventude usávamos para treinarmos a fanfarra que criamos no Colégio Estadual, hoje, E. E. Professor Antônio Marques, Bosque em que em nossa infância e juventude, também usávamos para passearmos nas ligações internas cimentadas, antes, terra batida, de bicicletas, fazendo o que hoje chama-se “Cross”. Era uma verdadeira aventura correr entre galhos, cipós, folhas secas, folhas úmidas misturadas, chão fofo, escorregadio, traiçoeiro que era. Enfim, passávamos a tarde, após as aulas tanto de manhã, como à tarde, conforme o ano que cursávamos.
O tempo passou, crescemos, casamos, constituímos família, e, fomos residir logo ali, pertinho do Bosque, na rua dos Expedicionários, 199. Lá nossos filhos vieram ao mundo. O Julio, dia 10 de junho de 1969, e, o Fernando no dia 28 de agosto de 1972, dia em que o então Prefeito, Dr. Milton de Lima Filho, fazia a inauguração da urbanização do Bosque John Kennedy, transformando-o na maior, bem organizada, linda e segura reserva florestal urbana que temos conhecimento.
Lembramo-nos bem, estávamos lá, presenciamos a tudo. Corríamos do hospital onde estava nosso filho recém nascido para as solenidades de inauguração daquilo que tanto amamos, o Bosque, de nossa alegria de vê-lo com toda infra estrutura necessária para o povo usufruir.
Lembramo-nos de quando ali, José Mauro de Vasconcelos, ilustre escritor, plantou um pé de laranja lima, comemorando o lançamento de seu livro, “Meu pé de laranja lima”, com obelisco, placa alusiva ao ato e tudo que tem direito um evento desta natureza, na natureza em festa que estava.
Neste belo Bosque do passado, passeávamos nós, nossa esposa e os dois rebentos, em suas disposições totais, quando corriam, desfrutavam o mini zoológico que infelizmente foi necessário ser desativado em conseqüência da sobrevivência dos animais. Tinha a grande tenda com uma árvore dentro, com papagaios, araras, tucanos, pássaros pequenos, grandes, todos em exibição para os visitantes. Lindo de se ver, saudoso de se lembrar.
Íamos nas jaulas dos macacos. Tinha o Chico, o Chiquinho, a Margarida, nomes que dávamos aos animais que ganhavam pipocas, biscoitos, picolés da meninada e dos adultos que lá estavam. Eles nos conheciam, pois todos os domingos lá chegávamos, levando as guloseimas a eles. Tempos idos.
Estávamos e estamos sempre lá, no Bosque John Kennedy. Vemos seus momentos de glórias, de alegrias. Vemos também seus momentos de tristezas. Ah, como vemos. E é sobre isto que iremos conversar agora.
Em um de nossos passeios pelas passarelas, estivemos prestes a sofrer um grave acidente. Soltou-se lá do alto, da ponta de uma árvore, um grande galho, galho seco. Só não caiu sobre nós porque ouvimos o barulho e imediatamente nos afastamos, vendo parte da riqueza de uma árvore, riqueza do Bosque, caindo, podre, seca, destruída pelo tempo, e, ainda por cima, após tanta sombra ter ofertado aos visitantes, ainda quase feriu um deles, no caso nós que passávamos.
Estamos assistindo quase que diariamente, acidentes e mais acidentes com as belas e frondosas árvores. Árvores centenárias. Árvores lindas e que a muitos encantou e acalentou no seu maravilhoso recanto. O Bosque John Kennedy.
Pelo que saibamos, o Bosque, realmente, só passou por uma verdadeira reforma, adaptação, urbanização, limpeza geral, poda de árvores, corte de outras tantas por estarem velhas e já sem vidas, oferecendo perigo em 1972, quando com verba vinda dos Estados Unidos, de uma organização americana, motivo pelo qual recebeu o nome de John Kennedy, tendo o Prefeito, Dr. Milton de Lima Filho, feito, vamos dizer assim, uma verdadeira cidade, naquilo que era uma mata com trilheiros e destinada ao relento. Poucos se arriscavam a entrar no recinto, tanto pelo ermo que era, como pelo fato de maus elementos ali se esconderem para atacar e agredir pessoas que passavam.
Daquela data para cá, o Bosque só foi usado. Usado pelos araguarinos, pelos turistas, pelo povo em geral. Como foi desfrutado. Durante este tempo se esqueceram de que o mesmo, com o passar dos anos, ou seja, 1972 para cá, são passados 35 anos, 35 anos que somados aos mais de 100 já vividos pelas imensas, belas, frondosas árvores, tornaram-nas lógico e evidente, mais velhas, idosas, soltando os galhos secos e podres, caindo inteiras pelo fato de suas raízes já estarem quase sem penetração no terreno cheio de folhas úmidas, estercos naturais que pelas umidades apodrecem as raízes tanto das pequenas como das frondosas árvores. E assim, o maravilhoso Bosque John Kennedy tornou-se um lugar perigoso de freqüentar.
Para os que praticam caminhadas, o risco de galhos caírem sobre eles é grande. Para a meninada que brinca no interior é praticamente uma armadilha. Árvores podres, galhos caindo, pisos estragados, abandono quase que total. Os zeladores tudo fazem para salvar-lhe a vida, mas em vão lutam com bravura.
Agora, agora, caros Leitores, chegamos onde queríamos.
O nosso Bosque John Kennedy encontra-se realmente em situação difícil. Difícil mas que tem solução. Mas esta solução tem que vir logo. Urgente. Urgentemente. O perigo e iminente.
Sob nosso Ponto de Vista, sugerimos ao Senhor Prefeito Municipal, Psicólogo, Dr. Marcos Antônio Alvim, através de seu Secretário de Meio Ambiente Mauro César Rodrigues , contratar pessoas especializadas, colocar em licitação para empresas de recuperação florestal, uma reforma total e geral em todo o Bosque. Não se trata de cortar galhos. Não se trata de limpar o terreno tirando as folhas velhas, caídas e podres pela umidade. Não se trata de reformar as alamedas. Não se trata de cortar grandes galhos e nem podar os pequenos. Urge uma grande modificação em todo o Bosque, para que o mesmo possa vir a ser útil e cumprir com suas finalidades. Um dos locais turísticos mais lindos de Araguari. A maior reserva urbana natural de que temos conhecimento. Nada a iguala. Então não perdê-la.
Mas como seria então esta grande reforma?
O próprio nome diz, fazer de novo. Aproveitar apenas aquilo que oferecer condições de ser aproveitado.
Árvores? As frondosas, porém perigosas árvores, cortá-las. Abrir clareiras se necessário. Construir em seu lugar ambientes com choupanas para o descanso dos usuários. Limpeza geral nas folhas sob toda a extensão do Bosque. Não será uma reforminha. Como dissemos, será fazer de novo. As árvores que forem cortadas, deverão ser plantadas outras em seus locais. Talvez até em locais diferentes, oferecendo espaços para que os arquitetos possam idealizar alguma coisa de útil e dentro daquilo que o meio ambiente exige. Destruir o Bosque, ficarmos sem ele? Nunca, é lógico e evidente. Araguari sem o Bosque está, vamos assim dizer, nua, despida do que é belo, natural. O Bosque para nós é tudo.
Os moradores circunvizinhos estão preocupadíssimos com a queda de árvores quando de uma chuva forte, de uma ventania, ou mesmo por estarem velhas, carcomidas de cupins e outros animais daninhos que a natureza necessita possuir.
Logo, uma reestruturação geral no velho e amigo Bosque John Kennedy, só viria enriquecer ainda mais nossa cidade. Só viria a modernizar aquilo que possuímos e está aos poucos morrendo sem que percebam. Só irá valorizar e proporcionar maior turismo, o que mais está sendo explorado no momento, para que tenhamos também atração para o ávido e curioso turista. Ele necessita ter o que ver para aqui vir. Vemos no que sugerimos, uma das saídas para que voltemos a movimentar a cidade, cidade que agora está cheia de pessoas de fora em conseqüência das Universidades que aí estão oferecendo sobrevivência que gira em torno dela para o povo araguarino.
O Bosque John Kennedy quer, precisa, necessita sobreviver. Vamos salvá-lo. Vamos modernizá-lo. Vamos torná-lo moderno para o deleite de todos, tanto os araguarinos como àqueles que para cá vêm, por um motivo ou outro.
E agora caros Leitores, estão de acordo conosco?
Temos certeza que sim. O bom senso impera. E vocês os tem.
Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.
quinta-feira, fevereiro 08, 2007
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