Olhando a mesma de relance, identificamos até o ano em que foi tirada, 1955. Foi em uma tarde, durante o expediente, considerando as lojas estarem abertas e a sombra dos prédios atingirem o meio da rua. No período da manhã o sol bate de frente com o lado da Louçadada, do Bradesco e da rua toda. Estávamos com 13 anos.
Então Claudionor nos perguntou: por que 1955 ?
Simples, claro e evidente, foi nossa resposta. Veja este belo carro logo a frente da agência Dodge do saudoso Theodoreto Veloso de Carvalho (no local onde hoje é o Bradesco). Veja a elegância do mesmo em trânsito pela rua de mão dupla que era a Ruy Barbosa. Trata-se do Ford Farlaine, ano 1955, recém chegado a Araguari, de propriedade do agente da Ford, saudoso José Pereira França. Ainda afirmamos, quem o está dirigindo é o Francinha, filho do mesmo.
Do lado de baixo, defronte ao hoje Banco Mercantil, local de onde foi tirada, vemos a Camisaria Wilson, do saudoso Wilson Sopranzetti. Hoje no local está “A Principal”. Ao seu lado, a Livraria do Bolinha, irmão do Wilson, também de grata memória, Walter Sopranzetti.
Tinha um beco coberto, onde funcionava o Mário Relojoeiro e uma Ourivesaria com gravações em canetas, jóias e outros objetos. Posterior foi o Abner Relojoeiro, sendo que atualmente é a New-Man. Logo ao lado, encontramos “A Baiana”, do senhor João e seus irmãos, Otacílio, Demerval, Adalcindo, onde tecidos e roupas em geral, ficando o mostruário em exposição na calçada. No local encontramos hoje a moderníssima “Louçadada”, do nosso amigo Djalma e família.
Logo adiante as modernas instalações da “Dodge”, posterior “Arauto”, onde se vendia Renault e Ford-Willys Overland. No local, com a mesma fachada, a agência do “Bradesco”. Onde hoje é a Movelar, funcionava “Lojas Riachuelo”, famosa por longos anos, fonte de empregos à juventude local.
Aí, continuamos nós, chegamos ao prédio da esquina, que inicialmente foi o Banco de Crédito Real, que posteriormente se mudou para o local de onde tiraram a fotografia, a loja do Sadala Calil Daher, chamada “A Incendiária”, em seu magnífico prédio de apartamentos.
Hoje o Banco Mercantil do Brasil. No local de origem do Crédito Real, funcionou também o Banco do Comércio e Indústria de São Paulo. Na sua parte superior, tinha o consultório do Dr. Clóvis Fernandes de Melo, dentista, o escritório do Dr. Eduardo Brasileiro, advogado, e a residência do gerente do banco, senhor Custódio Pereira, mais conhecido por Custodinho, dado sua popularidade adquirida.
Pelo lado direito, indo para a Manoel Bonito, tinha a Incendiária, já citada, o escritório e a residência do Dr. Olavo Santos, grande advogado de saudosa memória. Logo em seguida, a Relojoaria Londres, do Oliveiros Rodrigues, que tinha na gerência o Oswando dos Santos Monteiro.
O Bar Jockey e a Barbearia Jockey, do Jairo, Jonas, Sebastião, Jair, Eduardo. Mais tarde veio a ser casa de móveis do Bataglione. Finalmente, na esquina, o belo prédio do Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais, hoje demolido, estando em seu lugar o Banco Itaú. Era uma grande agência.
Na parte superior, pela praça, a residência do gerente, o “Zé Chico”, pela Ruy Barbosa, acesso ao escritório de advocacia do Dr. Calil Canut. Belos e saudosos tempos.
Chegamos na Praça Manoel Bonito.
O Pálace Hotel, do senhor Stevan Suzelbeck, a Alfaiataria Ribeiro, o Alfaiate dos Elegantes, com o Hudson Gomes na chefia. Onde hoje funcionam várias lojas, era um só espaço, funcionava o “Minas Bar”do Tuim, pai do Luiz do Kabanas do Bosque e finalmente o maravilhoso e imponente prédio do “Cine Rex”. Dá-se para identificar o prédio da Dr. Afrânio, na época conhecido como “Casa Verde”.
O Jeep defronte a “Londres”, era do Sebastião Peixoto, está com a propaganda da firma que ele trabalhava, “Vacinas Hertape”, a charrete estacionada era do Zé Frezza, que conforme o Djalma da Louçadada, tinha o slogan, “Velocidade e macieza, só na charrete do Zé Frezza”, mais um jeep (muito usados na época por falta de estradas), uma camioneta que infelizmente não conseguimos identificar. Sem contar os transeuntes e ciclistas.
Chegamos ao final. Esperamos que vocês também tenham gostado de nossa viagem em 1955.
Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.
Fotos: Arquivo pessoal
5 comentários:
Na foto do Claudionor (eta homin sumido), vê se um pedaço da loja de tecidos "A Incendiária", à direita. Nesta época, meu tio Evaristo era um de seus balconistas. Ao fundo do prédio, existia uma pequena casa onde moravam meu avô Antônio e as minhas tias Tereza e Diva. Quando criança, fui criado por elas. Portanto, me senti nesta cena retratada. Pena que a minha memória é bem mais curtinha do que a sua. Mas dá para me lembrar bem dos veículos da Willys e da Ford que ficavam expostos na Arauto. Confirmo também o slogan do Zé Freeza (aquilo que era um "carrão"). Abraços e o convite para uma visita pra mim também lá no www.jornaldearaguari.com.
Obrigado Aloísio. Vale a pena um passeio ao passado. As pessoas se sentem bem em rever aquilo que aconteceu. Tempos idos, tempos vividos. Pena eu não conhecê-lo na épóca e não saber da sua história, pois estaria na matéria com certeza. Porém, seu comentário, o colocou dentro dela. Quanto ao www.jornaldearaguari.com, é lido todo momento que acesso o computador. Obrigado e um abraço. Peron Erbetta.
Caro e estimado Dr. Sidney. Quem viveu aquela época, só sente estar agora com idade avançada. Foram os inícios dos anos dourados. Quem hoje não gosta de ouvir músicas, dançar, e passear nas décadas de 50, 60 e 70 ? Ficamos felizes em saber que estamos fazendo os outros felizes com agradáveis recordações. Mais matérias saudosistas estão vindo por aí. Obrigado e um abração. Peron Erbetta
Visitei seu blog sobre a "viagem pela Rui Barbosa" e adorei!!!
Sandra Patesco.
Caro Diretor Antônio
Tive a oportunidade de "viajar" acompanhando seu relato e sinto um pesar de não poder ter vivido nesta época, que apesar de acharem ser "tempos difíceis" imagino ter sido mais simples, mais acolhedor e menos predatório comparado aos dias de hoje. Como é de seu conhecimento, gosto de coisas antigas e a nostalgia é marcante em minha vida. Mais uma vez, parabéns pela matéria e pela memória!!
Abraço.
Sidney
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