sábado, agosto 26, 2006

HOMENS QUE FIZERAM E FAZEM NOSSA HISTÓRIA !


Caros Leitores.
Um fato interessante, melhor dizendo, surpreendente, mais profundo ainda, emocionante, aconteceu recentemente conosco, juntamente com nosso amigo de longos anos, Wilson Vieira da Costa, na porta de seu estabelecimento comercial, sua loja, Wilson Automóveis.

Estávamos nós terminando de resolver um negócio, quando passou vagarosamente, carregando duas sacolas de compras, muito absorvida, concentrada ao extremo, com passos cansados, cabeça baixa, a senhora Isa Magalhães Lemos.

Dona Isa, vem a ser para quem não a conhece, viúva do senhor Milton Lemos da Silva, grande empresário e ex-Prefeito de Araguari e de saudosa memória.

Como sempre que ela passava por nós, tempos do senhor Milton ainda vivo, já em cadeira de rodas, tanto ele, como ela, cumprimentávam-nos com carinho e amizade. Sempre os distinguimos e fomos por eles distinguidos. O Wilson e nossa pessoa.

Desta feita, como dissemos acima, ela extremamente concentrada e já cansada pelo caminhar, não nos observando, nós a interpelamos cumprimentando-a alegremente por vê-la vindo das compras.

No ímpeto do “bom dia dona Isa, como vai ?”, ela nos olhou, mudou a fisionomia de abatida para alegre pelo contato, respondeu à nossa saudação, e perguntou-nos:

“Vocês ainda se lembram do Milton, não é mesmo ?”

Respondemos a ela carinhosamente: ora dona Isa, como iríamos nos esquecer do senhor Milton Lemos da Silva. Como os araguarinos irão se esquecer dele ? Como nossa Araguari irá se esquecer daquele que tudo fez para sua grandeza e seu bem ?

Ela alegre nos respondeu: obrigada amigos, é muito bom ouvir isto. É muito reconfortante saber que ele está no coração de seus amigos. É bom saber que não o esqueceram.

Um bom dia para vocês também e mais uma vez obrigada.

E assim, dona Isa, seguiu subindo a rua Afonso Pena, rumo a sua residência no Edifício Ouro Verde.

Cremos nós, que aquilo foi um bálsamo para seu coração. Foi um incentivo para sua vida. Uma colaboração expontânea e sincera de dois amigos de tão exemplar homem que passou sua vida, sua existência, com honra e dignidade para o bem da terra que tanto amou.

Este acontecimento levou-nos a elaborar este Ponto de Vista, na edição especial dos 118 anos de Emancipação Política e Social de Araguari, comemorada neste 28 de agosto de 2006.

“Homens que fizeram e fazem nossa história !”.

Vejamos um pouco do ex-Prefeito de Araguari, Senhor Milton Lemos da Silva.

Grande empresário no ramo cinematográfico. Dotou nossa cidade de três grandes e concorridos cinemas. O primeiro, o Cine Teatro Rex, década de 30, na Praça Manoel Bonito. Centro de grandes atrações, pois além de cinema, era palco de shows artísticos. Grandes astros e estrelas por ele passaram. Palco de eventos, formaturas e outros acontecimentos. Era o ponto de encontro da família araguarina.

Posteriormente, na década de 50, construiu o Cine Teatro Lux, na rua Marciano Santos, esquina com a Pe. Lafaiete. Atraiu freqüentadores diversos. Proporcionou à classe média, diversão e lazer. Eram os mesmos acontecimentos com preços mais acessíveis. Era também cinema e teatro. Centro de mais eventos na cidade. Araguari fervilhava com o povo se locomovendo à noite para as apresentações.

Por fim, construiu na Praça Getúlio Vargas, o Cine Olido. Década de 60. Mais uma casa de diversões. No mesmo prédio onde hoje encontra-se a casa de bailes e shows, uma grande loja de roupas e uma concorrida loja de móveis. Entrava-se nele por baixo da tela panorâmica.

Enquanto não existia a televisão em rede, estas casas cinematográficas funcionaram lotadas, toda semana, em especial aos sábados e domingos com programações duplas. Proporcionaram ao povo grandes espetáculos.

Famílias e mais famílias se constituíram freqüentando e se conhecendo nestas casas de diversões que Milton Lemos dotava a cidade.

Foi sócio e fundador da CTA – Cia. Telefônica Araguarina, ligando Araguari ao mundo. As instalações eram na rua Rio Branco, ao lado da agência dos Correios. Com o sucesso obtido, construiu novas instalações, na av. Cel. Theodolino Pereira de Araújo, onde hoje funciona a Telemar.

Grandes prédios que marcaram o desenvolvimento da cidade foram por ele construídos. Estão aí, portentosos, servindo à comunidade, à população, tendo sido inclusive o que abrigou o Cine Teatro Lux, tombado “Patrimônio Histórico Cultural da Cidade”. Será todo restaurado, resgatando os belos tempos do cinema e do teatro. Será novamente palco de grandes eventos.

Para os que o conheceram de longos anos, lembram-se dele circulando pela cidade, cuidando de seus negócios, em seu Citroën preto. Ficou na mente de muitos com esta imagem.

Em 1972, um fato inédito, inusitado, simplesmente emocionante, aconteceu em nossa cidade.

Todas as lideranças, todas as entidades de classe, todos os partidos políticos, todos os segmentos da sociedade, se uniram em torno de um nome para governar Araguari de 1972 a 1976, sem concorrência, sem disputas, sem desavenças, única e exclusivamente para que tivéssemos uma administração voltada realmente para o desenvolvimento da terra, dentro de um regime ditatorial em que vivia o Brasil.

Os araguarinos queriam um homem que não apresentasse nenhuma rejeição em qualquer segmento da sociedade, comercialmente, socialmente, familiarmente, e, finalmente, politicamente falando.

De vários encontros realizados, veio à tona o nome deste inesquecível homem, homem que deixou um marco pela sua conduta inabalável, sua dignidade intocável, seu dinamismo inigualável.

“Milton Lemos da Silva”.

Deste consenso político, saiu como candidato a Vice-Prefeito, o médico, Dr. Luiz Fernando de Belém Botelho.

Em 31 de janeiro de 1973 eles tomaram posse de seus cargos. Milton Lemos da Silva, Prefeito de Araguari. Dr. Luiz Fernando de Belém Botelho, Vice- Prefeito de nossa cidade.

Em seu mandato, Milton Lemos da Silva, continuou a dar total e irrestrito apoio à diversificação agrícola, iniciada no mandato de seu antecessor, Dr. Milton de Lima Filho.

Teve, Milton Lemos da Silva, seu mandato voltado mais para a urbanização da cidade, como asfalto, com mais de 300.000 metros lineares de ruas, tendo feito um acordo com a CEMIG – na época, Centrais Elétricas de Minas Gerais, obtendo como resultado a nova iluminação da cidade. Toda a área central, assim como os arrabaldes, os locais mais distantes, os bairros, tiveram suas iluminações aumentadas e substituídas as lâmpadas incandescentes por lâmpadas de vapor de mercúrio. As mesmas se encontram até os dias atuais, estando gradativamente sendo substituídas por mais modernas e de longa duração.

Assumia a Presidência da República, o General Ernesto Geisel, que pôs fim ao processo sucessório fechado, tornando-o aparentemente mais aberto e menos traumático dos quatro até aquela data ocorridos no regime militar.

Necessitando de mais espaço para o funcionalismo público trabalhar, assim como possuir também uma sede com gabinetes próprios para as funções, locou do Colégio Sagrado Coração de Jesus, as instalações onde funcionou a sede da Prefeitura até este mês, ou seja, rua Virgílio de Melo Franco, 550, onde funcionou também a antiga e extinta FAFI, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araguari. A Prefeitura está sendo transferida para o “Palácio dos Ferroviários” de acordo com as necessidades e possibilidades prementes.

Milton Lemos da Silva, juntamente com o Dr. Luiz Fernando Belém Botelho, cumpriram seus mandatos com honra e dignidade. Cumpriram fielmente os cargos para os quais foram eleitos.
Deixaram uma marca indelével na história de Araguari. Melhor dizendo, fizeram, ampliaram nossa história.

Em fins de 1976, novas eleições se realizaram, tendo sido reeleito Prefeito de Araguari, o senhor Fausto Fernandes de Melo, com o médico, Dr. Luiz Cláudio Barreiros da Cunha como Vice-Prefeito.

Os araguarinos, suas lideranças, nunca se arrependeram de terem chegado à conclusão que chegaram em 1972, o consenso político que levou o primeiro e único candidato eleito Prefeito de Araguari sem concorrentes. Senhor Milton Lemos da Silva, de inesquecível memória, construtor de nossa história.

Na história política administrativa de nossa cidade, passaram os Agentes Executivos e Prefeitos que são os “Homens que fizeram e fazem a nossa história !”.

José Rodrigues da Cunha ; Raphael Rodrigues Alves; José Rodrigues Alves; Aurélio Antônio de Oliveira; Olímpio Ferreira dos Santos; Adalardo Alberto Pereira da Cunha; Marciano Santos; Mário da Silva Pereira; Delermando Cardoso, Dr. José Jehovah Santos; Jaime Veloso Meimberg; Edmundo Augusto Lins; Dr. Elmiro Barbosa; Dr. Oswaldo Pieruccetti; Cel. Theodolino Pereira de Araújo; Dr. Adalcindo de Amorim; Eduardo Rodrigues da Cunha Neto; Milton Lemos da Silva, todos geriram os destinos de Araguari, deixando registradas com letras de ouro, suas passagens pela Administração Pública local. “Estes homens fizeram nossa história”. Já nos deixaram. Encontram-se em um plano superior. Cumpriram suas missões.

Que geriram nossos destinos e encontram-se entre nós, desfrutando inclusive da data comemorativa, temos: Dr. Miguel Domingos de Oliveira, duas gestões; Fausto Fernandes de Melo, duas gestões; Dr. Milton de Lima Filho, duas gestões; Dr. Neiton de Paiva Neves; Wanderley Inácio; Dr. Marcos Antônio Alvim, duas gestões, sendo segunda a atual.

Paralelamente a estes administradores, outros homens que já partiram desta vida, ajudaram ao desenvolvimento de nossa terra, e nesta retrospectiva, os citamos também, reavivando nas memórias dos cidadãos, os feitos e seus nomes, na comemoração dos 118 anos de Emancipação Política.

Alguns dentre tantos: Dr. João Nascimento de Godoy; Dr. César Silveira; Dr. Ranulfo Cunha; José Bittencourt; Dr. Belizário Rodrigues da Cunha; Dr. Antônio Nunes de Carvalho; Julio Erbetta; Theodoreto Veloso de Carvalho; Dr. Jorge Calil Canut; Justino Carvalho; Homero Amaral; Waldemar Coelho, Ernesto Golia, Pedro Araújo; Raulino Naves; Waldor Naves; Dr. José Alves Ferreira Filho; José Araújo (Juca); Dr. Durval de Melo; Dr. Milton de Melo; João Acioly; Brasil Acioly; Celino Botelho; João Vasconcelos Montes; José Zacharias; Michel Radi; Elias David; Michel Kalaf; Eugênio Nasciutti; Luiz Nasciutti; Walter Sopranzetti; Wilson Sopranzetti; Joaquim Magalhães; João Vasconcelos Montes Jr.; Eufrozino de Oliveira; Dr. João Domingos; Mauro Cunha; Pedro Teixeira; Abdala Mameri; Osmundo Rodrigues da Cunha; Martinez Rodrigues da Cunha; Hamilton Rocha; Waldomiro Barbosa; Geraldo Costa; Nelson Pinto; Anaximandro Alvarenga; Modesto Costa; Assad Saad; Abrão Gebrim; José Canut; Dr. Eduardo Brasileiro; José Brasileiro; Pe. Nilo; Pe. Alberto; Pe. Eduardo; Pe. Arnulfo; Amador Resende; Manoel Lemos; Antonino Lemos; Jofre Alamy e tantos outros que também fizeram a grandeza de nossa terra e merecem serem lembrados.

Araguari é hoje o que esses homens construíram.

Assim dona Isa Magalhães Lemos da Silva, fica nossa homenagem ao seu saudoso e inesquecível marido, homem de bem, homem que sua terra, seus amigos, o povo de Araguari nunca esquecerá. Tenha certeza disto.

Todos tem por ele, o maior respeito, a maior gratidão.

Parabéns Araguari, pelos seus 118 anos de Emancipação Política Social.

Parabéns, “Homens que fizeram e fazem a história de Araguari !”.

Era o que tínhamos.

Que Deus nos abençoe.

Um abraço.
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E-mail recebido após a publicação deste artigo no jornal Botija Parda:

“Caro Peron,

“Hoje, eu e minha mãe, dona Isa, lemos com emoção sua coluna , com considerações a respeito do meu pai e ex prefeito Milton Lemos da Silva.
Eu concordo plenamente com ela a respeito da memória do povo, mas isso parece da própria genética ou formação e educação do povo brasileiro. Ao contrario de você, que parece ser um jornalista de muito boa memória, pois até o carro que meu pai possuiu há mais de 50 anos, a cor e o modelo foram lembrados por você.
Foram lembranças muito bem colocadas e precisas, que nos encheram de saudades.
Eu gostaria de lhe transmitir, que para mim, como filho, a maior herança deixada por meu pai, não foram seus bens materiais, mas sim a sua dignidade. Como prefeito e araguarino, ele amou esta cidade como ninguem, e tentou fazer por ela o possível e o impossível.
Eu e minha mãe gostariamos de lhe agradecer de coração, a sincera homenagem que você fez a ele em sua prestigiosa coluna, enviando-lhe um grande abraço, extensivo ao Claudio, diretor do Botija Parda.
Atenciosamente,

Clayton Lemos da Silva.”
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Nossa resposta:

“Caros Clayton e senhora Isa, avivar a memória do povo nada mais é do que nossa obrigação. Relembrar a história de Araguari é uma paixão que temos por amar esta terra. Poder citar coisas e fatos acontecidos que fizeram e fazem nossa história, é, para nós, a realização de um sonho. Homens como Milton Lemos da Silva, conforme tivemos a oportunidade de escrever a respeito, merecem nossa admiração e gratidão. Nós é que agradecemos por tanto que ele fez e pela herança moral que deixou. Obrigado, Peron Erbetta.”
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Vera Vilela deixou um novo comentário sobre a sua postagem "HOMENS QUE FIZERAM E FAZEM NOSSA HISTÓRIA !":


Sr. Peron


Mais uma vez vim até seu blog para conhecer um pouco mais dessa cidade que a cada dia aprendo a gostar mais.

Realmente sua crônica é uma viagem no tempo, para quem não a conhece Araguari aos poucos é desvendada por suas palavras.

Ato bonito o seu de reavivar a memória do povo quanto aos seus personagens ilustres. Assim se faz a história. Parabéns ao senhor e parabéns a Araguari pelo aniversário.

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From: Peron Erbetta (UOL)

To: Vera Vilela

Sent: Tuesday, August 29, 2006 8:19 AM

Subject: Re: Novos comentários em HOMENS QUE FIZERAM E FAZEM NOSSA HISTÓRIA !

Vera, tal comentário vindo de tão conhecedora e culta escritora, ficamos realmente agradecidos e sensibilizados. Gostamos de escrever sobre nossa terra. As manifestações que se apresentam, nos levam a continuar. Não somente nós, mas todos os personagens envolvidos, assim como suas famílias e amigos, também se enaltecem e agradecem pelo reconhecimento público em ter seus feitos relembrados. Como escritora que é, sabe do bem que proporcionamos simplesmente por gostarmos da literatura, da história e de podermos escrever. Gratos, Peron Erbetta.


sexta-feira, agosto 18, 2006

EXEMPLO DE VIDA


Caros Leitores.

Temos um amigo, daqueles cuja amizade se iniciou no ambiente de trabalho. Na extinta Cia. Prada de Eletricidade (como gostamos de relatar fatos que trazem este nome à tona). Já trabalhávamos nela, quando foi admitido este nosso novo amigo e então colega de trabalho.

Seu nome, Mário Ferreira da Silva Júnior.

Ele é daquelas pessoas fantásticas, que procura sempre com bom humor, e, com o pensamento elevado ao Criador, viver sua vida, criando sua família, se relacionando com os amigos e irmãos (de Ordem Maçônica), desfrutando sua aposentadoria conquistada através dos longos 35 anos de trabalho, tempo este adquirido na Cia. Prada e na CEMIG que a sucedeu. O seu primeiro e único emprego. Eletricitário.

Depois que deixamos as empresas que trabalhamos juntos, em 1976, tivemos a alegria e a honra de recebê-lo em nossa Loja Maçônica, a União Araguarina, tornando-nos assim, além de grandes amigos, irmãos Maçons.

Assim sendo, nosso relacionamento é muito grande, e ele, com seu bom humor de sempre, se acercou de nós semana passada dizendo: Peron, gostaria que você escrevesse sobre uma família famosa, antiga, do trabalho, muito grande, constituída por pessoas simples e que não são lembrados como merecem pela sociedade araguarina. Acreditamos ser até por displicência, disse ele. Trata-se da família do senhor José Baliana. Um barbeiro antigo em nossa cidade.

Respondemos a ele: ora Mário, é claro, lógico e evidente que faremos isto com o maior prazer, pois relatar fatos de pessoas, famílias araguarinas, nos proporcionam um bem interior muito grande. Poder divulgar através de nossas linhas o que fizeram e fazem por nós, por Araguari, é um privilégio. Levar aos nossos Leitores coisas boas, só nos traz realização e satisfação pessoal. Traga-nos alguns dados, detalhes da vida do senhor José Baliana que faremos um Ponto de Vista especial para ele e seus familiares.

Eis que o Mário, na semana seguinte, em reunião na nossa União Araguarina, entregou-nos um relato minucioso sobre o referido senhor e seus familiares. A forma com que ele discorreu sobre o assunto, foi tão singela, tão amiga, tão sincera, que não fomos capazes de alterar em nada o seu conteúdo, o que nos levou a transcreve-lo na íntegra. Hei-lo.

“Exemplo de vida – Um vencedor, José Baliana”.

No anos de 1925, nascia no município de Conquista, no Estado de Minas Gerais, José Baliana, filho de Pedro Baliana, que por sua vez, era filho de imigrantes italianos, e, Maria Guerra Baliana, italiana de nascimento, tendo chegado ao Brasil aos nove anos de idade.

O jovem José, teve uma vida simples junto aos pais na zona rural. Não teve a oportunidade de estudar devido aos tempos difíceis e o pouco poder aquisitivo da família.

Seu pai, o senhor Pedro, para sobreviver aprendeu a profissão de “Barbeiro” na zona rural, para complementar o orçamento do lar, pois trabalhava como lavrador, e nesse período, ensinou a profissão ao filho.

Com o passar dos anos, enfrentando a vida dura, tornou-se um rapaz e resolveu arriscar-se em outras plagas. Passou por algumas localidades e acabou chegando em Araguari.

Não se sabe se foi amor a primeira vista, ou pelos belos olhos de dona Maria Chiovatto, lá pelos idos de 1944, acabou ficando por aqui.

Passou então a exercer a profissão que o pai lhe ensinou. “Barbeiro”, instalando seu salão na Praça Juvenil Alves de Melo, ao lado do antigo “Bar 21”. Com sucesso na profissão, e, Araguari sendo na época uma cidade movimentada, em crescimento, convidou seus pais e irmãos, em número de 13 pessoas, para virem para cá.

Chamou para si a responsabilidade de cuidar da família enquanto necessitaram ou até se estabelecerem.

Depois de um namoro de cerca de um ano com a senhora Maria Chiovatto Baliana, se consorciaram em 1946.

Trouxe para sua casa, 4 irmãos da esposa que cuidou com todo o carinho.

Sua falta de estudos nunca foi obstáculo em sua vida. Era bom em matemática e isto muito o ajudou.

Ensinou a profissão de barbeiro para dois cunhados que se interessaram, e lhes facilitou o início na carreira, sendo que um deles sobrevive até hoje exercendo a profissão no Salão Paraná, situado na Travessa Fernão Dias.

Posteriormente, fez o mesmo com seus quatro filhos. Hoje, apenas seu filho Marco possui salão de cabeleireiro na referida praça (Juvenil Alves de Melo).

O casal José e Maria, tiveram 9 filhos, hoje todos casados. Até no momento são 21 netos e 13 bisnetos.

Seu trabalho, sua honestidade e participação, finalmente em 20/12/2005, lhe renderam o reconhecimento da comunidade araguarina, que o premiou com o título de “Cidadão Honorário”.

José foi um homem lutador, enfrentou as dificuldades de frente, nunca teve facilidades na vida. Viveu com dignidade e amor. Foi daqueles valentes, que dão realidade ao velho bordão: “a vida é dura para quem é mole”.

Depois de tantas lutas e vitórias, finalmente foi vencido pelo peso dos anos. Faleceu em 25 de maio de 2006, deixando muitas amizades e saudades.

São seus filhos: Antônio de Paula Baliano, José Afonso Baliana, Cláudio César Baliana, Marisa Baliana, Marco Antônio Baliana, sendo todos casados, pessoas dignas como seus pais.

Seu endereço comercial sempre foi na Praça Juvenil Alves de Melo, próximo ao “Bar 21”.

Os irmãos e cunhados, cuidados por ele, tem descendentes quase que incontáveis, e o engraçado é que por erro de cartórios na época, transformaram-se em “Bagliano, Baliana, Baliano” e outros derivados do da certidão de nascimento italiana.

“Foi-se o homem, ficou o exemplo”.

Assim caros Leitores, de uma forma simples, como dissemos no início, nosso amigo, colega e irmão Mário Ferreira, prestou sua homenagem, aliás muito justa à família Baliana, radicada em nossa cidade há longos e longos anos. Eles são pedras e concreto nos alicerces da Araguari de hoje. Nossa cidade muito a eles deve.

Família tradicional, família do trabalho, digna, honesta, exemplar, receba a homenagem feita pelo amigo de vocês de longa data, também de nossa parte, da coluna Ponto de Vista, do jornal Botija Parda, do povo araguarino que muito os admiram e respeitam.

Obrigado por viverem e lutarem por Araguari.

Era o que tínhamos.

Que Deus nos abençoe.

Um abraço.

DA CAIXA POSTAL DO PONTO DE VISTA

“Peron
Belíssima história, realmente o "bicho homem" é o pior entre todos os animais, pois mata por divertimento e por sentimentos baixos de orgulho, egoísmo e covardia.
Se aprendessemos só um pouquinho com os irracionais seríamos muito mais felizes.
Abraços!”

VERA VILELA

www.encantandotempo.blogspot.com

domingo, agosto 13, 2006

DIA DOS PAIS


(De um Autor desconhecido)

Com minha filha descobri o amor!
Com o meu filho ele se sedimentou
Enorme este amor
O amor que dói, que eleva, que me faz
rir e também chorar...
As vezes de alegria,
as vezes de emoção,
as vezes de dor
e também...
Porque não...
de Medo!
Medo de que a vida maltrate as minhas crias
Medo de não ser o melhor exemplo
Medo de um dia faltar
Não sei se por medo ou por amor...
Esforço-me para dar uma visão real do mundo...
Não para evitar que a vida os maltrate,
Pois sei que não tenho este poder
Mas para que quando isto ocorrer
Eles dêem a real dimensão de cada evento
Crescendo e evoluindo
Com cada sofrimento
A cada dia olho com mais atenção
Para as minhas condutas
que servirão de exemplo
E estou sempre atento...
Inclusive
Para fazer de cada dia
Um dia mais especial
Do que o que passou...
Para quando
Um dia
Eu faltar
Deixar
O maior número possível
De lembranças especiais
E quando chega
Na época do dia dos Pais
Reflito
O quanto evolui
E melhorei
Nessa busca constante do meu melhor
Agradeço a vida
E aos meus filhos
Por me darem a oportunidade de ser Pai

Postado por Julio e Fernando Erbetta p/ o pai blogueiro !

sexta-feira, agosto 11, 2006

"O BICHO HOMEM"


Caros Leitores.

Dia desses, estávamos com nosso amigo, Wilson Vieira, para os mais chegados, o “Cheiro”, amigo de longos anos, lá atrás, de nossa juventude, em seu escritório, loja de automóveis, “Wilson Automóveis”, conversando. Vários assuntos vieram à tona. O principal deles, era sobre o homem. Suas reações; suas atitudes; suas bondades; suas maldades; seu pontecial para tudo; sua humildade para com seus semelhantes; sua arrogância; sua prepotência; sua altivez; sua perseverança; sua tolerância; sua paciência, enfim, comentávamos tudo e todas as atitudes que o homem tem, possui, desfruta, toma, exerce no decorrer de sua vida.

Comentávamos quanto a crimes praticados não só em Araguari, mas em todo o mundo. Falávamos também quanto ao poder que o homem tem para resolver tudo aquilo que se lhe apresenta.

Em certo momento de nossa conversa, o Wilson disse: Peron, certos acontecimentos ficam gravados em nossa memória e não se apagam mais. Continuando disse: lembra-se da fazenda do meu pai (o saudoso João Vieira da Costa), ficava ali na descida para o hoje Pica Pau, lado direito de quem vai para o clube ? Aquela bela e grande casa que era a sede da mesma ? Isto no fim da década de 50, início da de 60, quando o Pica Pau era apenas um “poço” onde nadávamos com a autorização do confrontante do meu pai, senhor Ernesto Golia ?

Claro, lógico, evidente. Nossa resposta foi positiva. Como nos lembramos de tão belos e significativos tempos.

Pois é, disse o Wilson. Lá naquela fazenda, meu pai, no final de cada dia de trabalho, reunia a família na grande cozinha com fogão de lenha, e no calor do ambiente contava-nos histórias com um fundo filosófico fantástico, sendo que na época não entendíamos direito, mas com o passar dos anos, íamos até aplicando aquela sabedoria na criação de nossa família.

Certa noite, continuou ele, meu pai contou a história do “Bicho Homem”.

Curiosos, pedimos a ele que nos contasse a mesma.

Atendendo-nos começou:

Em uma mata, viviam vários animais.

Quando os mesmos estavam reunidos após terem saboreado cada um o seu jantar, a Onça, toda eriçada, rugiu e bradou em alta voz: Sou o mais forte e temido animal destas matas. Comigo ninguém pode. Quem quiser arriscar que me enfrente. Rugiu novamente, brandiu os dentes e ficou aguardando algum animal que a enfrentasse.

Nisto, surgiu lá do fundo um Macaco, todo faceiro, fazendo suas graças e rindo da Onça e ao mesmo tempo dizendo: Você não é de nada, não tem valentia nenhuma, perde toda sua coragem perto do “Bicho Homem”.

Mas quem é o “Bicho Homem”, perguntou a Onça. Onde ele se encontra. Quero na sua frente dar uma boa lição nele. Quero mostrar que nestas matas quem manda sou eu. Que venha o “Bicho Homem”.

O macaco, mais uma vez, debochando da Onça, respondeu: deixa de bobagem Onça. Quando você conhecer “O Bicho Homem”, tenho certeza que nunca mais irá zombar dele. Passará a respeitá-lo e até a servi-lo em sua vida.

A Onça já não agüentava mais tanta ousadia e acabou desafiando o Macaco a lhe mostrar “O Bicho Homem”.

Venha até a estrada que vou lhe mostrar quem vem a ser “O Bicho Homem”, disse o Macaco à Onça bastante nervosa.

Lá foram eles até a estrada que passava na mata.

Após algum tempo que lá estavam, apareceu uma criança. Caminhava toda alegre e inocente, cantando e chutando pedras no caminho.

A Onça toda valente disse: aquilo ali que é “O Bicho Homem ?”.

Respondeu o Macaco em tom sarcástico: não Onça, aquilo ali não é ainda “O Bicho Homem”, mas daqui uns anos o será. Está no caminho para sê-lo.

A Onça cansou de esperar por outro andarilho na estrada e se deitou, depositando a cabeça entre as patas, esperando pelo “Bicho Homem”.

Surge então na estrada, um velho, com um saco nas costas, uma bengala, arqueado pelo tempo, caminhando com dificuldade e devagar.

Bradou a Onça com desprezo: este é “O Bicho Homem” que você disse irá me desbancar ?

Respondeu o Macaco todo faceiro: calma Onça, este já foi “O Bicho Homem”. Hoje ele é apenas um ser no final de sua existência. Já cumpriu com sua missão na vida.

A Onça já estava para vir embora, zombando do Macaco, dizendo não existir o tal de “Bicho Homem” e ele mandar em todo o mato da região, quando surge na estrada um homem de seus 30 anos, todo firme, forte, passos largos, espingarda presa às costas, demonstrando ser um elemento disposto a enfrentar de tudo que lhe aparecesse.

O Macaco então, disse à Onça que já estava meio surpresa com o quadro que via: olha lá Onça, aquele lá, é “O Bicho Homem !”.

A Onça, meio sem graça, porém com toda sua valentia, disse ao Macaco: ora só, aquilo ali que é “O Bicho Homem ?”. Deixa comigo que vou lá dar-lhe uma lição e mostrar quem manda aqui.

Nisto, saiu correndo rugindo rumo ao “Bicho Homem”, mostrando-lhe os dentes afiados, pronta para dar o bote, estraçalhando com o mesmo, quando este, sacou da espingarda, apontou em direção a Onça e sem vacilar, deu um tiro, acertando no “traseiro” da Onça.

Esta então, assustada e envergonhada pelo fato de seu rompante e coragem não ter intimidado “O Bicho Homem”, ainda por cima ter sido ferido pelo mesmo, em uma prova incontestável que realmente “O Bicho Homem” é o rei dos animais, voltou todo sem graça para o Macaco que ria às pampas do acontecido sendo que o mesmo lhe perguntou: viu agora Onça, quem é “O Bicho Homem?”. Viu quem manda em tudo aqui ? Viu que com ele ninguém pode ? Conhece agora seu lugar ?

A Onça, toda envergonhada com o acontecido, disse ao Macaco: você tem toda razão, “O Bicho Homem” é mesmo violento. Ele é o Rei dos Animais. Com ele ninguém pode. Desculpe o meu erro.

O Macaco e a Onça, voltaram então para dentro da mata, reuniram-se com os demais animais, contaram o acontecido e passaram a respeitar definitivamente ao “Bicho Homem”, como o “animal” mais valente de todos.

“O Bicho Homem”.

“O Rei dos Animais”.

Com estas palavras, Wilson encerrou com lágrimas nos olhos, uma velha história contada pelo seu pai, em tempos idos, que contém um fundo filosófico imenso, podendo nós tirarmos a lição que quisermos, uma vez analisarmos cada um dos acontecimentos de nosso cotidiano, com as atitudes tomadas pelo Rei dos Animais, “O Bicho Homem”.

Apesar de sermos “Animais Racionais”, tomamos atitudes completamente “Irracionais”, levando a humanidade a guerras, corrupções, conflitos, terrorismos, fanatismos, com a ânsia pelo poder, a destruição do meio ambiente, com finais trágicos, enfim, a conseqüências que nem os “Irracionais” provocam, pois seus princípios são os de manter a sobrevivência com a parceira e sua prole. As lutas só ocorrem para a defesa dos mesmos.

Era o que tínhamos.

Que Deus nos abençoe.

Um abraço.

sexta-feira, agosto 04, 2006

COISAS QUE EMOCIONAM !

Caros Leitores.

Revendo os arquivos de nosso Botija Parda, encontramos um pôster da edição nº 67, de 22 de novembro de 1970. Foi uma edição tão significativa, que o Diretor do jornal, o saudoso Dr. João Domingos, resolveu transformar sua primeira página em pôster, para ficar devidamente registrada na história do jornalismo araguarino, acontecimentos de relevância e que não poderiam ser olvidados. Pelo contrário, deveriam, como estão, perpetuando coisas importantes, coisas que emocionam aqueles que têm a oportunidade de ler as matérias nele constantes.

Vamos aqui, para o deleite de vocês, narrar alguns fatos nele registrados: encontramos em manchete, a eleição do Dr. Milton de Lima Filho, com Dr. José Veloso de Araújo, como Prefeito e Vice no pleito eleitoral de outubro daquele ano. Miltinho e Dr. José Veloso, eleitos para governarem Araguari no mandato tampão de 1971 e 1972. Miltinho substituiu o então Prefeito, Fausto Fernandes de Melo.

Registra a edição em nota social, o aniversário da primeira dama, senhora Lourdes Vasconcelos Fernandes.

Em seu rodapé da página, traz também a lista de todos os candidatos a Vereador, com a votação de cada, dirimindo assim quaisquer dúvidas que pudessem surgir. Naquela época os votos eram cédulas individuais. Pela listagem, cada candidato conferiu o resultado de sua campanha e se eleito estava.

Mas, o que realmente nos chamou a atenção, e, pela relevância de seu conteúdo, foi a matéria escrita em sua originalidade para o “Estado de Minas” de 17/11/1970, tendo o Dr. João Domingos transcrito em destaque na íntegra, naquela edição.

Para o conhecimento dos caros Leitores, transcrevemos aqui na íntegra, o conteúdo da referida matéria, de autoria do Dr. Wolney Botelho, de saudosa memória, advogado que era e alto funcionário do Banco do Brasil na capital do Estado. Eis a mesma com o titulo:

“Telefone e Televisão”

Wolney Botelho

“Hoje já é possível falar, quase instantaneamente, sem interferência de telefonista, de Belo Horizonte, com aparelhos do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Curitiba, Porto Alegre e outras cidades. É o advento do sistema de Discagem Direta à Distância, trazido pela Embratel para esta capital, a qual fica ligada às metrópoles citadas, desde agora e, em futuro próximo, a outros centros brasileiros, inclusive as principais do interior de Minas.

Acontecimentos como esse nunca são comentados com freqüência e o destaque que seria justo dedicar-lhes. É da nossa natureza a surpresa inicial, o encantamento primeiro e passageiro ante as novidades, para em seguida relegá-las aos arquivos da rotina, plano da consciência. Os subterrâneos da memória são ávidos sempre e sempre de sensações novas, não importa que sofrimentos, que vigílias, que fadigas, que enganos e desenganos tenham custado os saltos de progresso que o dia a dia registra.

Este é o século dos milagres e eles são filhos quase todos , da tecnologia.

Alguém chamar alguém em Recife ou Porto Alegre, no Rio ou em São Paulo, e tê-lo num instante junto de si, ouvindo sem demora a sua voz, como se centenas de quilômetros de distância simplesmente fossem transformadas em entendimento frente a frente.

É um milagre, em certa medida.

É preciso que a importância desse milagre seja repetida e seja exaltada. Mais ainda quando se considera que é a conquista técnica capaz de contribuir sensivelmente para atenuar os tormentos da famosa solidão humana, a qual se vê um pouco mais vencida, um pouco menos poderosa, cada vez que surge um instrumento que aumenta aproximação entre os homens, como é o caso da Discagem Direta à Distância. Na cerimônia de inauguração do sistema DDD, o presidente da Embratel falou também sobre os projetos para criação da televisão em cores no Brasil. Certamente a inovação não deverá vigorar em tempos muito próximos. Todavia, cumpre dar-lhe desde já o realce devido, pelo que representará, em termos de promoção humana. Enquadra-se no mesmo contexto benéfico e de elevado sentido, de que faz parte o sistema DDD. As cores da vida, reproduzidas no vídeo, conferirão às cenas uma autenticidade maior, às emoções uma verdade mais sensível. Servirá, o melhoramento, da mesma forma que o sistema DDD, para mostrar que o esquema de desenvolvimento nacional tem a marcá-lo o sentido precípuo da solidariedade humana, na medida que propicia a camadas sempre maiores da população, a participação efetiva nos benefícios materiais da civilização.

É política destinada a fixar o País uma imagem altamente favorável, para estímulo de quantos são otimistas, no plano interno, e definido esclarecimento dos que têm no Brasil um idéia deformada do exterior”.

(Transcrito do Estado de Minas, de 17/11/1970).

Caros Leitores, simplesmente fantástica a forma com que Wolney Botelho retratou acontecimentos inusitados para a época de então. O ano de 1970, foi um marco de desenvolvimento da tecnologia super avançada que hoje desfrutamos e que, a cada dia, cada momento, se desenvolve mais, fazendo com que tenhamos que trocar nossos equipamentos eletrônicos, constantemente para acompanharmos a tecnologia que se desenvolve tão rapidamente que mal temos tempo de nos adaptar aos que no momento funcionam.

Estivesse Wolney Botelho vivo hoje, estaria estarrecido, boquiaberto, estupefato, não acreditando no que é possível fazer neste mundo moderno, mundo que se desenvolveu espetacularmente no século passado, principalmente da década de 1950 para cá.

Assistimos recentemente na TV, um documentário na HBO, sobre os melhores filmes de ficção científica feitas em 50. Tal documentário foi narrado pelos cineastas que na ocasião eram crianças e que protagonizaram os mesmos. Citaram eles a precariedade de tecnologia para a realização de cada um, e, a perfeição que ficaram, deixando os que hoje os assistem, simplesmente pasmados com as realidades dos temas abordados. No documentário cenas de “O dia em que a terra parou”, a “Invasão da terra”, “O incrível homem que encolheu”, “A conquista da Lua”, com o fascínio de suas apresentações. A realidade da época com mensagens não de invasores da terra; não alienígenas, mas viagens em busca do saber, da tecnologia, do grande laboratório que é o espaço sideral.

Fascinado na época pela tecnologia do DDD e da promessa da TV a cores, Wolney Botelho transferiu para sua crônica, toda sensibilidade e emoção sentida por ele e pelos cidadãos da transformação pela qual passava a humanidade.

Da invenção do avião, o mais pesado que o ar voando, até a conquista da Lua, Marte, todo o espaço sideral vasculhado pela mão do homem, este ser insaciável pelo saber e pelo avanço da humanidade.

Em todos os aspectos da vida, terra, mar e ar, a tecnologia atingiu um ponto que podemos dizer, 80% da população ainda não se adaptou, e, dificilmente se adaptará, principalmente as pessoas de meia idade para cima. Esta tecnologia, atinge totalmente a população jovem do planeta. Estes sim a dominam. Crianças manejam máquinas complicadas, computadores sofisticados como se fossem brinquedos. Jovens elaboram estudos variados, o comércio, a indústria, a ciência em geral, desfrutam daquilo que conquistaram através destes poucos anos que se passaram desde a matéria de Wolney Botelho. Ao todo apenas 36 anos.

Um novo mundo surgiu. É o ciclo da vida.

Sugerimos ao Dr. Cláudio Henrique Levi Domingos, filho do saudoso Dr. João Domingos, atual Diretor do Botija Parda, a doação deste pôster que retrata aquela edição nº 67 de 22/11/1970, ao Arquivo Público, para que todos tenham oportunidade de ver a beleza da época retratada para a posteridade.

Coisas que emocionam.

Era o que tínhamos.

Que Deus nos abençoe.

Um abraço.

quarta-feira, agosto 02, 2006

CUMPRIMENTOS AO 'PONTO DE VISTA'

Vera Vilela enviou um comentário sobre a postagem "OBRIGADO SENHOR":

”Que maravilha de crônica, viajei através do tempo em sua bela história e com tanta a ensinar. Foi muito gratificante os minutos que estive aqui lendo sua narrativa. Já me habituei a visitar seu blog e eis que me vejo tentada novamente a comentar. Parabéns pela história e pelo reconhecimento e agradecimento a Deus por poder se expressar e levar seu exemplo a tantos que se queixam sem poder comtemplar a beleza que a vida nos oferece.
Abraços”

Vera Vilela

Bauru-SP.

www.encantandotempo.blogspot.com