domingo, julho 27, 2008

DEVANEIOS III

Caros Leitores.

Antes de iniciarmos este devaneio vamos destacar e agradecer as visitas que recebemos em nossa residência neste final de semana: de São Paulo capital o industrial araguarino Dr. Wiliam Rady e de Itu, interior de São Paulo o empresário Rosalvo Lima.

Rosalvo, araguarino filho do saudoso Sr. Antônio Ribeiro de Lima, que foi agente dos Correios na década de 60, assim como foi um grande orador como já pode ser visto em nosso blog onde publicamos em 14/07/08 um dos seus discursos.

Bem agora iremos conversar sobre a Escola Estadual Professor Antônio Marques.
e

Iremos contar aos caros Leitores, a nossa epopéia como participante que fomos da primeira turma da escola.

Tínhamos já feito a 1ª série do curso ginasial lá no Colégio Regina Pácis, no ano de 1956, arcando nosso Pai com mensalidades caras e que como hoje, não são nada fáceis para quem tem vários filhos estudando.

Lá em casa, éramos quatro. Três irmãs e nós. Elas estudavam no Colégio Sagrado Coração de Jesus e Maria, o Colégio das Freiras, tradicional em todo Brasil. Então era puxado e pesado para qualquer um arcar com despesas escolares para quatro pessoas.

Surgiu então o tão esperado Ginásio Estadual de Araguari, após anos de lutas políticas, que se iniciou na Câmara Municipal de Araguari, com os Vereadores de então, Lutero Vieira, Antônio Marques e Alcides Borges Marra (que se tornou o primeiro Diretor da Escola).

A mesma tomou âmbito estadual através dos deputados Lourival Brasil Filho e Oswaldo Pieruccetti, e com este trabalho foi criado o colégio, com ato assinado pelo então Governador, Juscelino Kubistschek de Oliveira, sendo que a escola só foi liberada em 13 de março de 1957.

Aí então foi um corre, corre daqueles. Onde iria funcionar o ginásio, como fazer, não poderia se perder a homologação da criação da escola, e para tanto, resolveu-se que a mesma iria funcionar nas instalações do Grupo Escolar Raul Soares. Foi uma bomba.

Como seria possível se havia aulas de manhã e à tarde ? Era necessário uma saída, pois as provas de Admissão ao Ginásio (o ensino era rígido, tinha-se que fazer provas para ver se realmente o primário tinha sido bem feito), a data se aproximava, e como se resolver ?

Não foi difícil encontrar-se a resposta, pois com a grande necessidade de um ginásio gratuito, ensino ginasial ao acesso de todas as classes sociais, era necessário o sacrifício e espírito de grandeza de muitos, e foi o que aconteceu.

Definiu-se mesmo no Grupo Escolar Raul Soares, e para tanto ficou determinado que as aulas do Raul Soares, terminariam às 16:00 horas.



As dependências da escola seriam preparadas para as aulas do período que deveria ser o matutino, se iniciasse às 16:20 horas, indo até às 19:20 horas, quando novamente era preparada para receber a partir das 19:40 horas, o período que deveria ser o vespertino, mas que na realidade passou a ser o noturno, o que foi ótimo, de bom alvitre, pois quem trabalhava poderia cursar a 1ª série ginasial.

O período noturno terminava às 23:30 horas, quando então os alunos eram liberados, e na esquina, havia a agência Studebaker, posteriormente DKW-Vemag e finalmente Mercedes Bens, da família Abdala Kedhy, que por deferência especial aos estudantes e seus pais, mantinha toda a frente iluminada para que pudessem se encaminhar aos seus lares com segurança, uma vez que os pais dos mais novos aguardavam defronte o prédio.

Traz muitas saudades lembrarmos de tudo, mas é reconfortante.

Mas aí então, como nós dissemos, tínhamos que fazer os exames de Admissão ao Ginásio, e o pessoal tinha que estar preparado. Era um vestibular. Muitos candidatos para poucas vagas, pois iria funcionar em condições precárias em prédio emprestado. Veio então a disputa de saber.

Todos os aspirantes a vagas, procuravam cursinhos que na época não se chamavam cursinhos, mas sim “turmas de reforços”, criadas nas escolas primárias, como Externato Bom Jesus, da educadora Wanda Pieruccetti, Externato Santa Terezinha, dos padres do Regina e dirigido pela educadora Maria Abud, Externato São José, da Educadora Antonia de Carvalho Barbosa (dona Tonica), e de professoras particulares.


Sem perderem tempo, nossos pais, nos encaminharam para as mãos de Dona Wanda Pieruccetti, que mantinha um quadro invejável de professoras, tendo nós sido designados para estudarmos com a professora Yolanda Ferreira (que veio a ser tornar esposa de nosso particular amigo, Fausto Tomás, hoje aposentado da Rede Ferroviária Federal, assim como ela, aposentada após cumprir longa e produtiva trajetória na arte de ensinar), que não nos deu folga.

Era trabalho em cima de trabalho, pesquisas em cima de pesquisas, o estudo da língua Portuguesa profundamente, assim como aritmética, sem contar história, geografia e outras.

Nunca tivemos que estudar tanto em tão pouco tempo, mas valeu a pena, pois chegou o dia fatídico, dia que alterou a rotina de Araguari, dado ser um fato inédito e que iria mudar o destino estudantil de nossa terra.

As provas foram realizadas lá no Raul Soares. Professores como os Patrocínio Valverde de Morais, Antônio Marques, Diva Santos, João Batista Duarte, Ernane Magalhães, Horlandi Violatti, Olegário Mendes Borges, Maria de Lourdes Reis (escritora de renome), Milza de Amorim Barbosa, Marilda Helena Vasconcelos e outros, faziam parte do corpo docente sob a direção do Professor Alcides Borges Marra.

Eles aplicaram tanto as provas escritas, como fizeram tremer nas bases cada um dos candidatos com as terríveis provas orais. Era saber ou saber.

Não existia outra alternativa. Mas passou, os aprovados foram selecionados, as turmas formadas e as aulas tiveram seus inícios.

Temos aqui que expressarmos os mais sinceros agradecimentos à professora Yolanda Ferreira da Silva Tomás, por ter-nos colocados em condições de sermos aprovados e termos participado da 1ª turma do Colégio Estadual, sendo com nossos colegas que narraremos aqui, pioneiros na fundação de tão majestoso e eficiente estabelecimento de ensino.

Hoje podemos dizer o que representava Araguari no cenário estudantil como a sexta Escola Pública do País, e a quarta de Minas Gerais, conforme comprovações de projetos realizados e enviados à então Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais.

Lembrarmos de colegas pioneiros como o Marco Antônio, nossa pessoa, Perge Rosa (hoje em Goiânia), Relva (médica em São Paulo), Mirna (filha do senhor Joanico, pintor de letras, de saudosa memória), do Abdala Abrão Salomão (trabalhava no J. Porto, mudou-se para Itumbiara onde veio a falecer), era uma pessoa espetacular.

Pelo fato de seu nome iniciar tanto o pré como o sobrenome, com as primeiras letras do alfabeto, Abdala (A+B), como Abrão (A+B), era o primeiro da lista de chamada e servia de teste para nós outros em todas as aulas por ser o primeiro.

Tinha também a Daleo Calil Daher, também médica, o Dr. Fernando Paes de Almeida, o famoso Petrarca (morto em Goiânia), o Dr. Constantino Dias da Silva, o Luiz (Ferinha), o saudoso Carlos Roberto Bittencourt, o Jair Rodrigues, trabalhava no Correio, o José Rodrigues, foi de mudança para Brasília, trabalhava na Vasp.

O grande exemplo de todos, o senhor Joaquim Floriano Lemos, aposentado do Banco do Brasil e empresário, foi estudar quando teve oportunidade na época, e uma gama de outros colegas que o tempo nos apaga da memória, mas quando os vemos, vêm à tona, de forma saudável e alegre, trazendo-nos a alegria de termos convividos juntos.

Íamos nos esquecendo. Aos sábados, para compensar os horários das aulas semanais serem menores pelo fator tempo, tínhamos aulas, sendo o período da tarde das 08:00 às 11:00 horas, e o período da noite das 13:00 às 17:00 horas.

Era o melhor dia, pois havia mais tempo para contatos, amizades, trocarmos conhecimentos, ouvirmos histórias dos professores que vinham de Uberlândia (pela estrada do Pau Furado), vinham de guarda pó, terno e gravata. Eram os professores Horlandi Violatti e Olegário Mendes Borges.


O corpo docente da escola mantinha com os alunos, um clima de cordialidade, de amizade, compreensão, cremos nós, hoje, após analisarmos os tempos, de vermos e sentirmos o sacrifício de cada aluno em busca do saber, do valor de cada um, de cada sacrifício feito sabemos o que passou.

Vivíamos em um clima de harmonia, de grandes amizades, um compreendia o outro, sempre querendo se ajudar mutuamente, sem disputas em ser o primeiro, mas coesos em vencermos juntos.

Dr. Marco Antônio Neves, na época o Marco Antônio, certa feita, idealizou e concretizou com a ajuda da direção da escola, de colegas e até do comércio local, um jornal.

Sim caros Leitores, um jornal para aquela turma de primeira viagem, ou melhor, de primeira série. Este jornal era de cunho seríssimo, contendo matérias várias, de gente grande. Noticiário geral da escola, matérias de alunos com temas de reflexões, estudos, diversões, entrevistas, piadas, coluna social, esportes, enfim um jornal que marcou época.

Chamava-se “O Estadual”, tendo como diretor, redator e redator chefe, o próprio Marco Antônio. Ocupávamos o cargo de gerente. Contávamos com a colaboração de todos os alunos e dos professores.

Era editado e impresso na tipografia São José, e sua circulação era em toda a cidade, não se restringindo apenas na escola. Possui Marco Antônio, guardado a sete chaves, toda a coleção preciosa de cada exemplar.

Mas o Ginásio Estadual era novo, e nós não compartilhávamos das comemorações em datas significativas e comemorativas da cidade.

Regina Pácis, a Escola de Comércio, o Colégio das Freiras participavam, colocando seus alunos nas ruas em desfiles comandados com suas belas fanfarras, ficando o nosso Ginásio Estadual representado apenas por alguns alunos uniformizados e que eram designados para representar o Ginásio nas solenidades.

Ora, não poderíamos deixar as coisas daquele jeito. Nossa escola tinha até jornal, coisa que os outros não tinham, e na hora de desfilar não tínhamos uma banda, uma fanfarra.


Como sempre, Marco Antônio e nós, juntamente com outros alunos que tomavam frente de tudo, levantamos a questão. Nos reunimos com o Diretor, os professores, e partimos para a aquisição de nossa banda.

O Estado não dava verba para tal finalidade, a escola não tinha como arrumar, então nós, os alunos, os intrépidos alunos, resolvemos levantar o dinheiro, a verba para comprarmos os instrumentos.

Para tanto, foi feita uma rifa, rifa de uma caneta “Parker 21”, dentro do estojo, uma beleza. Vendemos todos os bilhetes, e por incrível que pareça, correndo pela Loteria Federal. Quem foi o premiado?

Foi justamente o Marco Antônio Neves, o idealizador do rifa para termos a banda. Tudo bem. Rifa corrida, prêmio entregue com solenidade, dinheiro levantado.

Partimos nós para a compra dos primeiros instrumentos lá em São Paulo, da hoje espetacular fanfarra que a Escola Estadual Professor Antônio Marques possui e que demonstrações em exibições em várias cidades realiza, além de ser a mais destacada de Araguari.

Compramos dois surdos, um bumbo, duas caixas de guerra, um tarol e foi só, o que o dinheiro deu.

Os instrumentos chegaram em Araguari. Marco Antônio era o “chefe da banda”, pequena mas nossa, tínhamos nossa banda, iríamos desfilar com banda própria.

Nos lembramos bem, caros Leitores, Marco Antônio pegou o tarol (verdadeiro mestre no repique, ritimista de mão cheia), nós ficamos com o bumbo (cremos por sermos o maior da turma) e fomos nós treinar com afinco para desfilarmos no 7 de Setembro de 1958.

Este não passou em branco, ficou devidamente registrada a presença do Estadual pela rua Ruy Barbosa, garbosamente dentre as demais escolas.

Nossa banda era pequena. Se sobressaiu pela sua peculiaridade de ser pequena, porém com rítimo e cadência, além do belo uniforme que usávamos, calças azuis marinho com camisas de mangas compridas e golas olímpicas brancas.

Para nós, era o máximo, a realização de um sonho. Para o povo, a prova da garra de uma juventude em busca de um ideal.

Mas não nos demos por satisfeitos. No ano seguinte, fizemos outra rifa, desta feita, uma bicicleta, não nos lembramos da marca, não foi o Marco Antônio que ganhou não, foi gente da cidade, não nos lembramos quem. Uma vez mais, solenidade na entrega do prêmio.

Dinheiro levantado, procedemos a compra de instrumentos de sopro. Foram seis cornetas adquiridas juntamente com três tubas, além de mais meia dúzia de tambores e mais dois tarois. Agora sim, tínhamos uma pequena fanfarra.

Marco Antônio continuou a treinar os instrumentos de percussão, e o inspetor de alunos, hoje advogado em Goiânia, Dr. Jonalvo Alamy, filho o saudoso Dr. João Alamy Filho, o advogado dos Irmãos Naves, foi ser o instrutor dos instrumentos de sopro.

Ficou uma beleza, foi idealizado um novo uniforme, calças azuis marinho, camisas olímpicas, porém amarelas, como o nome do Estadual na frente, com um grande periquito nas costas.

Aí sim, aí nós abafamos. Desfilamos e fomos aplaudidos por todos que assistiram. Fomos homenageados pela escola com medalhas pelas vitórias conquistadas, a aquisição da banda e o garboso desfile, igualando-nos às demais escolas, não só nos estudos, mas também nas comemorações cívicas.
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São passados 50 anos. Jubileu de Ouro. O Estadual ganhou prédio novo na Av. Minas Gerais 2273. Sua denominação passou a ser de um daqueles mestres que tanto lutou por ela. Escola Estadual Professor Antônio Marques.
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Uma infinidade de alunos recebem a luz dos ensinamentos de mestres gabaritados. O prédio é imenso. Possui de tudo. Das salas de aulas a ginásio poli esportivo. A banda, a pequena e humilde banda que nós formamos, hoje vem a ser o famoso “Trovão Azul”, ficamos ao vermos tudo isto.


Colégio Estadual, estudamos nele, lecionamos nele, nossos filhos por ele passaram. Gerações e gerações recebem os ensinamentos nele, e dele partem para a vida. Nos orgulhamos dele.

Nossos cumprimentos por Araguari possuir um estabelecimento de ensino deste naipe. Estabelecimento este que prepara o aluno para enfrentar vestibulares e seguirem carreira profissional. Dele também saem excelentes profissionais que por um motivo ou outro, não continuam os estudos. Estão aptos a seguirem em frente.

Então, é isto aí caros Leitores, em nosso Devaneio III, pudemos trazer até vocês um pouquinho da fundação do Estadual, orgulho araguarino, fruto da luta de homens que muito fizeram por nós.
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Fica aqui a promessa que em outros Devaneios, traremos a todos mais detalhes, pormenores deste orgulho do ensino araguarino, a Escola Estadual Professor Antônio Marques.

Contaremos sobre seus diretores, professores, alunos, homens que se destacam por este Brasil imenso, pelo exterior, e que tiveram suas bases lá, naqueles bancos, com ensinamentos de abnegados professores, de corpos docentes que passaram e que estão gerindo os destinos da cultura de nossa gente.

Chegamos assim caros Leitores, a mais um Ponto de Vista, feito com amor, com carinho, procurando mostrar como foi o início de grandes coisas que possuímos.

Araguari é uma cidade de cultura. Possui um grande número de pessoas célebres e que devem ser citadas. Com o passar dos tempos, é nossa intenção destacarmos uma por uma.

Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.
Fotos: Arquivo pessoal / Google Earth

quarta-feira, julho 23, 2008

Wiliam Rady - Comentário Recebido

Da matéria onde falamos do ilustre araguarino Wiliam Rady (http://peron-erbetta.blogspot.com/2008/05/wiliam-rady.html) recebemos o emocionante comentário do leitor Sidnei de Carvalho, que reproduzimos na integra para compartilharmos com os leitores.

"Boa tarde.

Foi com grande satisfação que tomei conhecimento de seu blog, e
pude relembrar os momentos incríveis vividos ao lado desta pessoa
tão incrível que é o Sr. Wiliam Rady.

Tive a oportunidade de conviver com o W. Rady quando de nossa
passagem pela VW do Brasil e sou testemunha do imenso carinho
que ele sempre dispensou à sua amada Araguari, e a paixão que
sempre nutriu pela aviação.

Em sua narrativa não consta uma outra incrível faceta do Sr. Rady,
a sua fantástica capacidade de descrever em mínimos detalhes todos
os aviões envolvidos na 2ª Grande Guerra, enquanto ia desenhando
o mesmo de uma forma quase que fotográfica.

Nas horas do almoço, lá na Volkswagen do Brasil, era quase que um
ritual ficar ouvindo-o falar com paixão sobre aviões ou então aproveitar
de sua imensa inteligência para aprender ou esclarecer dúvidas à res-
peito de qualquer matéria que estivesse-mos estudando.

Bons tempos aquele, sinto saudades mas uma imensa alegria em
saber que o Rady tenha alcançado seus sonhos e se tornado um
executivo de tanto sucesso.

Parabéns pela narrativa e pela oportunidade de voltar a recordar de
uma pessoa tão querida e especial.

Um forte abraço

Sidnei de Carvalho"

Caro Sidnei, compartilhamos com você a admiração ao amigo Wiliam Rady e agradecemos o envio da mensagem.

Ferroviários




Leitores,


A partir da matéria que publicamos em 05 / 07 / 08 sobre o bairro Goiás (http://peron-erbetta.blogspot.com/2008/07/devaneio-ii.html) recebemos a mensagem do leitor André Luiz de Juiz de Fora:


"Bom dia!


Sou membro da associação de preservação ferroviária, regional cruzeiro, interessante a história da Estrada de Ferro Goiás, parte dela em solo mineiro foi encampada pela rede mineira de viação.


Existe algum acervo da EF Goiás, digo locomotiva a vapor.


Abraços


André Luiz"


Caro André, agradecemos pela mensagem e informamos que aqui em Araguari, foi lançado o projeto do "Trem Turístico".


Existe o projeto de sair da Estação Ferroviária da Goiás, hoje Palácio dos Ferroviários, sede da Prefeitura. Rodar pelos pontos pitorescos e históricos da cidade e retornaria para o ponto de partida.

Deste projeto tem-se as locomotivas a vapor (Maria Fumaça). Foram reformadas 3, assim como vagões de madeira.


Isto posto, o André nos enviou o seguinte comentário, com a uma foto da locomotiva articulada 1301 e solicitou informações como segue:



"Boa tarde!


Agradeço por responder minha mensagem, vc disse que três locomotivas a vapor estão restauradas, vc sabe quais são?



Existe uma locomotiva articulada que foi da Central do Brasil e transferida para a Goiás era articulada, 1301. Peço informações se possível.


Antecipadamente agradeço.


André Luiz"


André obrigado pelas referências ao site, estaremos pesquisando os pontos solicitados e caso algum leitor possa nos ajudar favor enviar informações.

Capitão Oliveira

Caros Leitores,
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Trazemos para o blog, através do seu filho Coronel Jackson, notícias do Capitão Antônio de Oliveira, uma pessoa com uma bela história de vida e que valoriza Araguari como demonstrado em nossa matéria Herói de Guerra Visitou Terra Natal de 26/04/08, quando tivemos a oportunidade de contar sobre uma de suas visitas a Araguari.
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http://peron-erbetta.blogspot.com/2008/04/heri-de-guerra-visita-terra-natal.html
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"Ao Prezado Peron,

Remeto-lhe para conhecimento a reportagem publicada no jornal Nº 142/agosto/2008 do NOSSO CLUBE- COPM (CLUBE DOS OFICIAIS DA PMMG) sobre a vida do meu pai, cap EB Oliveira.
Abordou sobre a sua participação na 2ª grande guerra e falou sobre a importância da família.

ABRAÇOS DO AMIGO,

CEL JACKSON "

CLIQUE PARA AMPLIAR
















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Agradecemos ao Cel Jackson o envio da reportagem e desejamos ao Cap. Oliveira que continue com essa força e disposição, um grande exemplo.

sábado, julho 19, 2008

Matando Saudades

Caros Leitores.

Voltemos um pouco ao passado para vivermos duas vezes através das fotografias do acervo de Antônio Gebhardt.
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Foto n° 1 – Vista parcial da Praça Manoel Bonito. Década de 60.

Vê-se de cima do para-peito parte da bela fonte luminosa. A bonita e conservada arborização.

Bancos nos caminhos embelezando a praça. Belos coqueiros. O obelisco em que se encontrava o relógio marca “Norma” bem a esquerda. No plano de fundo, o prédio do Pálace Hotel e do Cine Rex, podendo se ver o luminoso do mesmo.

Várias gerações desfrutaram da beleza desta que foi a mais bela praça de Araguari, marcada pela fonte luminosa, pelo coreto e pelos canteiros floridos de “beijos”. Local de lazer das famílias.

À noite, ponto de encontro de namorados, assim como início de muitos.
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Foto n° 2 – Década de 60. Local, saudosa e inesquecível Praça Manoel Bonito.

Foto de outro ângulo. Tirada do sobrado da esquina da Av. Tiradentes. Observem os vários e agradáveis caminhos que compunham a velha praça.

Toda iluminada com postes-colunas de ferro fundido, tendo ao topo, um globo de iluminação.

Podemos ver os bancos cercados da planta “Beijo”. As arvores que produziam frutos com uma casca dura que após secas, abriam-se mostrando as sementes.

Vemos o obelisco com o relógio marca “Norma” (ficou gravada a marca em nossa memória, pelo fato de nosso pai ter um relógio de pulso da mesma marca presente que foi da Cia. Prada de Eletricidade pelos 25 anos de serviços completados na época).

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Ao fundo o majestoso Pálace Hotel, tendo ao lado o Cine Rex. Na esquina, a Casa Verde. Defronte, o edifício J.P. Logo acima o prédio dos irmãos Barbosa, onde funcionou o Banco do Brasil, hoje um templo evangélico. Velhos tempos. Quantas saudades.
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Foto n° 3 – Praça Manoel Bonito na década de 50.

Tirada à noite, já mostrando a magnífica iluminação de então. As claridades no alto, são dos luminosos do Cine Rex e dos Chapéus Prada, sobre o Edifício J.P.

Para a época, uma das belezas da cidade. Ponto de encontro das famílias araguarinas. Ponto inesquecível com a Banda de Música Santa Cecília, cujo o então Juiz de Paz, Odilon Vicente Pereira, era o Diretor.

São muitas coisas para se lembrar.
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Foto n° 4 – Década de 50. Podemos ver a Cadeia Pública, hoje Casa da Cultura Professor Abdala Mameri.

Defronte o Posto Texaco do senhor Wilson Rodrigues da Cunha, hoje em Brasília. Logo acima da Casa da Cultura, as oficinas de Petrônio Acioly e Cia. Ltda., revendedores Chevrolet.

Acima a casa do senhor Manoel Assis Pereira, lá até hoje intacta, como era. Na esquina o antigo Hotel Globo da família de Paulo de Jesus, contador dos Irmãos Marques.

O prédio da Pensão dos Viajantes ao lado, vindo depois o Posto de Gasolina do saudoso senhor Paulo Jorge Zacharias, falecido em acidente de carro na Rua Joaquim Barbosa, na década de 60.

Podemos ver o calçamento das ruas Brasil Acioly e então rua Goiás, com a presença de um carro Ford 41. Haja coração para os que viveram em plenitude total a bela época.
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Foto n° 5 – Voltamos à Praça Manoel Bonito.

A foto tirada do alto da Igreja Presbiteriana. Esta já na década de 60 passando para a de 70. Vemos a bela praça, suas árvores, seus canteiros.

Vemos inclusive em baixo à direita, carros de praça, táxis. Eram do Ponto de Táxi Adorado São João, hoje na Praça Getúlio Vargas.

Ele ficava em frente ao Bar São João, depois Bar Serrot, do saudoso Torres (vejam que Serrot vem a ser Torres ao contrário).

O Pálace Hotel em destaque, assim como o Cine Rex, a casa verde da esquina, o edifício J.P., o Banco do Brasil, ao fundo o Edifício Zacharias.

Podemos observar a rua Cel. Lindolfo França, após abertura, da construção da travessa São Bento (Rua Marta Rocha por ser em curva).

Lá no alto, vemos a casa do saudoso senhor Sebastião César, então Presidente do Fluminense Futebol Clube, assim como outras moradias ainda existentes.

Vemos também à esquerda, o Colégio Sagrado Coração de Jesus. Beleza total. Coisas raras. Matando as saudades.
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Foto n° 6 – Rua Ruy Barbosa.

Foto tirada da esquina da Rua Rodolfo Paixão, direção Marciano Santos. Década de 50. Vemos à direita o Café Tip Top, do falecido Welson Perdiz e seus irmãos.

Logo em seguida, o prédio que abrigava as instalações de Orsi – Caça e Pesca e Artigos em geral.

O senhor Jaime Orsi, mantinha o slogan de propaganda da seguinte forma: Orsi, Não Faz Propaganda. Era um charme. Na parte superior apartamento residencial.

Hoje óticas e lojas várias. Vem após, a Feira das Louças, do saudoso Odilon Rolo. Lojas a seguir, estando também a residência do senhor de saudosa memória, Carlos Guimarães, foi Juiz de Paz.

Lá na esquina, a loja do saudoso Sarkis Manourkian, depois o mesmo construiu o prédio onde funcionou a Soberana por longos anos. Hoje todo reformado uma moderna loja.
Antes da Soberana, tínhamos a Casa Tem Tem, do Rabib Porto, totalmente destruída em um incêndio, assim como as lojas ao lado. Era a Mina de Ouro, do falecido Felício de Lúcia. Após a rua Marciano Santos, várias residências.

Pela esquerda, vemos o prédio do senhor Hermínio Carraro, com a famosa e inesquecível Casa Radio sob seu apartamento onde reside até hoje.

Ele era revendedor dos produtos Frigidaire. Seguindo, temos a livraria A Escolar, em prédio das irmãs Mordente. A Sapataria Garotti, do Ivar Garotti, hoje de Fernando Araújo, e, a casa de peças de Petrônio Acioly e Cia. Ltda., hoje Casas Bahia.

Pela rua Ruy Barbosa, vemos uma carroça em trânsito, um carro Chevrolet 51 estacionado na esquerda e um Ford 41 à direita.

Adiante da Escolar, ficava a Instaladora, do Mário e do senhor Onesino Rodrigues da Cunha. Observamos vários transeuntes, o que prova o movimento intenso da época. Ah coração.
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Foto n° 7 – Majestoso prédio da Estrada de Ferro Goiás. Década de 50.

Observamos o sistema de postes com colunas para iluminação, com globos luminosos sobre os mesmos.

Os bancos para descanso dos viajantes e canteiros ainda por serem feitos. Calçamento em chão batido.

Hoje o maravilhoso Palácio dos Ferroviários, orgulho dos ferroviários e do povo araguarino.
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Foto n° 8 – Está aí, caros Leitores. A então maravilhosa esquina da rua Marciano Santos com a Av. Tiradentes.

À esquerda a casa do Cel. Marciano Santos, hoje Banco Real. Abaixo casas comerciais da década de 50. Na esquina da Ruy Barbosa, o prédio, sendo em baixo um bar, e na parte superior, a sede da Liga Araguarina de Futebol.

Que belo Chevrolet 51 sob pela rua chegando na esquina da avenida. Observem o calçamento, tanto da rua, como da avenida. Vejam que a Tiradentes possuía canteiros, e, neles os postes de ferro fundido com uma luminária grande central e sobre o braço do mesmo, duas pequenas laterais, uma de cada lado. Era lindo e aconchegante.

Pela direita vemos esquina de cima da Agência Ford, de José Pereira França e Cia. Ltda., Onde hoje é a Farmácia São Sebastião, era o Posto de Gasolina. Onde funciona a Buggy Equipamentos era a casa de peças e equipamentos. Na parte superior residia o senhor Geraldo França.

Na esquina de baixo, a casa do Dr. José Jehovah Santos. Morou nela também o senhor Bernardino, além de outros ocupantes. Foi o Relicário. Hoje demolida a casa, sendo em seu lugar construído em grande edifício.

Lá na esquina de baixo, a Casa Patrícia, no apartamento a residência da senhora Mariinha Acioly. Várias lojas ali se estabeleceram, sendo a última a Livraria São José. O prédio foi demolido e em seu lugar estão as Casas Bahia. Um tempo lindo que se foi.
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Foto n° 9 – Estamos agora na Rua Dr. Afrânio. Década de 50.


Pela esquerda vemos a Casa Nova do senhor Berberian, a tabuleta da Esportiva Calçados, dos senhores Romildo Spotto e João Rezende.

O prédio demolido da Farmácia Nogueira e residência do senhor Achileu Nogueira não aparece, porém em seguida, o Patrimônio Histórico e Culturas de Araguari, o prédio da extinta Cia. Prada de Eletricidade quando aqui chegamos em 1949. Nosso pai era Gerente da empresa.

Logo após, instalações de um bar com salão de sinuca. Era do senhor Adelino Povoa. O encarregado era o Barbosa, que depois foi inspetor de alunos do Colégio Estadual.

Foto Geraldo vem a seguir, naquelas portas seguintes. Vemos A Ideal, do senhor Antônio Tomé. A residência e loja do senhor Américo Damião, e, o prédio do Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais.

Do outro lado da esquina, a Casa Santo Agostinho, as residências dos Ferreira Alves, o Foto Gebhardt, na esquina da Praça da Matriz, o outro bar do senhor Adelino Povoa, e lá no fundo a imponente Casa Paroquial.

Pela direita o prédio onde funcionou a Farmácia e Drogaria do Povo. Posteriormente as instalações da A Mineira. Em cima, apartamento residencial e o consultório dentário do Dr. Rubens Douat.

Vemos um pedaço do Bar Brasil, do saudoso Cabrito. Seguindo, as instalações da Casa dos Ferros, materiais para construção. Logo após, o prédio onde funcionava na parte térrea o Armazém Central, dos senhores Olímpio Ferreira da Silva e Vicente França.

O Rivalino da padaria, era o entregador de compras do mesmo em domicílio. Na parte superior, a sede social do Fluminense Futebol Clube. Seguindo, a residência do senhor Delermando Cardoso, hoje o Edifício Araguari. Ao seu lado, a Casa Garoto, do saudoso senhor Carlos Alves de da senhora Imirene.

Na esquina vem o J. Porto, loja de tecidos, hoje a Achimaq. A seguir vemos o Cartório de Protestos do senhor Dickson Machado, a residência do senhor Benedito Coutinho e sua sapataria e selaria na esquina da Praça da Matriz.

Observem caros Leitores, o grande movimento da época. Bicicletas, motocicletas, carros, e transeuntes. Vemos que a rua era mão dupla.

Estacionado indo, um Ford 40. Vindo, um Ford 41. Uma camioneta Studebaker atravessada e já um Dodg4 51 cortando a esquina. Não citamos as pessoas nominalmente pelo fato de na época termos 8 anos de idade.

Observem a iluminação da rua. Era em cabos de energia cortando a rua com uma luminária afixada pendurada.

Tempos idos, tempos vividos.

Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.

Participação dos Leitores

Leitores,

Recebemos novos contatos de araguarinos pelo Brasil, vejam o que diz o Sr. Wagner José Pires, atualmente residente no estado do Paraná:

"Caro Dr. Peron

Sou filho de Araguari, aí nascido em 1958. Amo a minha cidade, assim como fez o meu pai, Jovino José Pires, falecido aos 74 anos e apaixonado por Araguari.
A minha mãe e os meus irmãos ainda residem em Araguari.

Hoje estou morando no Estado do Paraná , isto é, a 1.500 Km da nossa querida cidade. O motivo é simples: trabalho! Tive que vir para cá para sobreviver e sustentar a minha família.

Fiz algumas tentativas para retornar, mas todas infrutíferas. Infelizmente Araguari não abre as portas das oportunidades para os seus filhos... Talvez eu esteja sendo severo demais na minha opinião... Mas avalio que pessoas não nascidas aí dispõe de melhores oportunidades...

Fica a saudade... O desejo de que, um dia, quem sabe ...

Parabéns pelo blog! As fotos são maravilhosas e despertam saudades.

Um abraço,

Wagner José Pires."

Agradecemos também as palavras da amiga Marlia Cunha a respeito da homenagem que o blog recebeu do Patrimônio Histórico de Aragauari.

"Querido Peron, muito merecida a homenagem que você recebeu, mais uma.

Que bom que existe ainda no mundo pessoas que valorizam um trabalho como o seu e reconhecem a sua capacidade como jornalista, profissional e cidadão.

Pode ter a certeza que Araguari orgulha-se de você. Eu, como araguarina e apreciadora da história, rendo a você a minha admiração incondicional.

Continue, PERON, divulgando a nossa cidade como só você sabe fazer.

Abraços.

Marilia"

São participações como estas que enriquecem nosso blog, obrigado a todos.

quarta-feira, julho 16, 2008

Agradecimento

Caros Leitores,
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É com grata satisfação que dividimos com todos vocês o ofício que recebemos do Conselho Deliberativo Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural de Araguari com uma mensagem gratificante e emocionante para nós.

CLIQUE PARA ALMPLIAR

















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Agradecemos ao Conselho, a presidente Sra. Juscélia Abadia Peixoto e ao secretário Sr. Luciano Caetano Santiago, certos de ser esta instituição uma guardiã da história araguarina e nos dizemos motivados a continuar promovendo Araguari, junto com todos que colaboram e prestigiam o Blog Ponto de Vista.

segunda-feira, julho 14, 2008

Ponto de Encontro

Leitores praticando nosso conceito de Ponto de Encontro, compartilhamos abaixo textos recebidos de araguarinos que contribuem conosco nesse trabalho de escrevermos sobre nossa Araguari.

Quanto a mensagem enviada pelo Rosalvo Lima, temos a dizer que somos gratos por poder publicar no blog um texto de qualidade e valor histórico como o discurso do Sr. Antônio Ribeiro de Lima.

"Meu caro Peron

Obrigado.

O jornalismo e o jornalista, sem credibilidade, nada são. Nós lemos suas matérias e lhe enviamos comentários e material, porque percebemos credibilidade em você. E você sempre faz um uso bom, pensado e ponderado das coisas que lhe enviamos.

Você mantém o seu blog por altruísmo, já que dinheiro você não ganha. Pelo contrário, deve gastar algum para manter o site no ar. Mais que isso, gasta um tempo importante para pesquisar e para escrever os seus textos. Não vejo você se promovendo, mas, sim, falando da nossa cidade, das coisas e da gente dela, sempre de forma generosa.

Creio que os que estamos longe daí valorizamos e lemos mais seus textos, porque eles nos ligam de volta a Araguari, à cidade e à gente. Creio que nós, que estamos longe, lhe devemos um grande agradecimento. Por essas coisas que nos remetem ao passado e até à infância, como a sirene da Goiás; e pelos reencontros de amigos que você propicia. Longe, somos todos Casimiros de Abreu, chorando o exílio e a saudade da terra natal. Para quem está distante, tudo aí parece melhor que aqui. Aqui até tem palmeiras e sabiás, mas, acredite, “não gorjeiam como lá”.

Obrigado de novo e um abraço.


Rosalvo Lima"

Ainda sobre o discurso do Sr. Antônio Ribeiro de Lima, Natal Fernando que constantemente colabora com nosso blob, direto de Brasília comentou:

"Poderíamos qualificar de infundada a asserção, aqui ouvida com freqüência, de que “Araguari não vai para a frente”, se essa asserção não tivesse o seu fundamento na irreflexão, na incompreensão e no pessimismo de pessoas menos avisadas e imponderadas, incapazes, muitas vezes, de compreender os atos do Governo, e de reconhecer os benefícios da Administração Pública."

Parte do discurso do Sr. Antônio Ribeiro de Lima feito em 23 de agosto de 1962.
Veja só Irmão Peron, desde essa época convivemos com essa "forma" pensamento negativa sobre a cidade e várias vezes falei sobre isso. Também o Sr. Antonio percebeu essa injustiça. Essa corrente negativa somente os jornalistas podem desfazer por meio de marketing bem feito, tanto dentro como fora da cidade, de modo a aumentar a estima das pessoas pelo local onde nascem e moram.

Os atuais candidatos precisam pensar nisso, consultar empresas especializadas, talvez nem precise ser o Duda Mendonça mas tem outros menos desgastados, mas precisamos pensar grande.

Talvez quem sabe esta geração não escute mais as antigas frases de pessimismo; que as crianças de hoje possam crescer gostando da cidade mas sobretudo com a convicção da sua grandeza e do seu potencial de desenvolvimento.
Abraço.

Natal"

Quanto ao pedido da leitora Cidinha Riemslag informamos que estaremos providenciando a biografia solicitada e agradecemos a atenção da leitura de nossa matéria.

"Gostaria de ler a biografia do Dr.Jeová Santos ,ex-prefeito de Araguari.

Meu pai Delermando Rangel foi secretário da prefeitura na sua gestão.

Procurei na int. e não encontrei nenhum dado a respeito do ex-prefeito, Dr. Jeová Santos.

Cidinha Riemslag "

Sobre a matéria Força Expedicionária Brasileira de 10 de maio de 2008 ficamos felizes pelo fato do neto de um dos ex-combatentes citados ter acesso ao texto e nos ter enviando a mensagem que segue:

"Olá!

Estou extremamente emocionado com a informação que encontrei neste site.

Sou neto de José Olí­mpio Emídio.

Muito obrigado por essa emocionante matéria.

Rafael "

Agradecemos também a atenção e carinho do amigo de nossa família, Evandro Marques, executivo araguarino de sucesso trabalhando em Goiânia.

"Dr. Peron,


Boa noite!
Parabéns pela homenagem e título recebido de "Grande Benemérito da Ordem"
Que DEUS abençoe o senhor e sua família sempre...
Um grande abraço do amigo,


Evandro Marques "

sábado, julho 12, 2008

Conversa com os Leitores

Caro leitores,

Faremos uso desse espaço para relatar que são simplesmente emocionantes as mensagens a nós enviadas por vocês, no que diz respeito aos assuntos que aqui tratamos.

O motivo de citarmos pessoas em nossas matérias é para nós uma forma de agradecermos o que elas fizeram e fazem em colaboração com nossa Araguari.

O fato de nosso blog ser visitado por leitores de diferentes lugares é gratificante, pois vemos que existem araguarinos espalhados por este mundo a fora que guardam com carinho os vínculos com sua terra, e levam em seus trabalhos os conhecimentos e experiências vividas aqui.

Assim sendo, nosso blog Ponto de Vista ganha mais um ponto, se tornando também um Ponto de Encontro, onde lembranças, memórias e histórias são tratadas e trocadas.


E com esse intuito transcrevemos abaixo mensagens recebidas durante a semana que passou:

Sobre a matéria que trata do bairro Goiás, Rosalvo Lima disse:
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“Caro Peron

Meu pai escrevia e falava muito bem e, assim, essas qualidades fizeram com que ele fosse colocado para fazer discursos em diversas ocasiões. Numa época em que a mídia atual não existia, os discursos dele muitas vezes se equivalem a uma reportagem.

Eu tenho comigo os originais dos discursos, de próprio punho, com a caligrafia especial de meu pai.

Esse intróito, Peron, é porque a sua matéria sobre os ferroviários me fez lembrar de um discurso que ele fez na inauguração da Praça dos Ferroviários. Fui reler e dei boas risadas.

Assim, achei que você também iria se divertir com ele.

Um abraço.
Rosalvo Lima “


Caro Rosalvo, com sua permissão, publicamos na integra o discurso que o Sr. Antônio Ribeiro de Lima fez em 23 de agosto de 1962.


Entendemos ser esse dicurso uma Peça de Patrimônio Histórico:


Inauguração da Praça dos Ferroviários (bairro de Fátima).
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“Exmo. Sr. Dr. José Jeovah Santos, DD. Prefeito Municipal de Araguari; Exmas. Autoridades religiosas e civis; Srs. Candidatos; Senhoras e Senhores:

Poderíamos qualificar de infundada a asserção, aqui ouvida com freqüência, de que “Araguari não vai para a frente”, se essa asserção não tivesse o seu fundamento na irreflexão, na incompreensão e no pessimismo de pessoas menos avisadas e imponderadas, incapazes, muitas vezes, de compreender os atos do Governo, e de reconhecer os benefícios da Administração Pública.
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O mais importantes desses benefícios é, sem dúvida, o conforto material , mas, principalmente, o conforto moral e espiritual: a liberdade, a paz, o sossego e a tranqüilidade que, mercê de Deus, gozamos em nosso país, benefícios estes decorrentes, quase sempre, de medidas oportunas e eficazes, adotadas pelos nossos Dirigentes.
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Depois da nossa Independência política, proclamada há 140 anos, não tivemos, no Brasil, nenhum governo, cujas leis fossem manifestamente injustas.
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Isto demonstra que Deus tem abençoado e protegido o nosso país, e assistido, de modo especial, os nossos Governantes.

Não podemos negar a ação da Providência sobre os homens, pois que de Deus vem todo poder e toda autoridade, sendo que no poder civil, a autoridade vem de Deus através do povo.

Refutando, pois, a opinião de que “Araguari não vai para a frente”, pretendemos afirmar que Araguari progride.
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Quem chegou a esta cidade em fins de 1955, e já atravessou, aqui, dois períodos administrativos, verifica que, no governo do Sr. Eduardo Rodrigues da Cunha Neto – além de outros melhoramentos – foram calçadas muitas ruas de nossa cidade, imprimindo-lhe um aspecto realmente mais belo e mais agradável.
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De então para cá, pelo menos, Araguari caminhou para dias melhores e mais promissores, vindo a expandir-se, de modo admirável, incontestável e patente, no governo desse grande homem público, que é o Dr. José Jeovah Santos.
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Homem popularíssimo, araguarino dos mais autênticos, amigo enternecido de sua Terra e do seu Povo – Jeovah Santos não se limitou em beneficiar apenas o centro da cidade, nem se preocupou com obras suntuosas. O seu objetivo principal foi levar os benefícios de sua administração a todos os bairros, e a todos os recantos da cidade, atendendo, de todos os lados, e pelos meios mais eficazes, às necessidades mais prementes.
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Entre as suas realizações, que seria longo enumerar, e até mesmo impossível, para quem se acha afastado dos meios políticos, merecem especial atenção os cuidados que dispensou ao bairro de Fátima e à Vila Goiás, como sejam:
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O calçamento da rua de Fátima até o Santuário e a sede da Paróquia do mesmo nome, proporcionando, aos habitantes deste bairro, o conforto e os benefícios a que tanto aspiravam, e oferecendo, aos visitantes de todas as partes, uma impressão das melhores.
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Criou três Grupos Escolares, dois, já em pleno funcionamento.
Favoreceu a instalação da Agência Postal de Fátima, fazendo, no prédio, as adaptações necessárias.
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E agora, vem brindar os moradores deste bairro e suas adjacências, com esta praça, especialmente dedicada aos Ferroviários, e que representa, para a laboriosa classe, uma verdadeira homenagem, pelo nome que leva: “Praça dos Ferroviários”. Uma praça que oferece aspecto sobremaneira agradável e aprazível, que bem pode competir com o dos principais logradouros de nossa cidade.
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Durante a execução de todos esses serviços, Dr. Jeovah deu mostras de administrador de grande habilidade: um administrador que dirige, um administrador que orienta, um administrador que trabalha.
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Nas obras realizadas pelo Prefeito Jeovah Santos, notadamente no bairro de Fátima, é digna de nota a cooperação do vereador Dorival Borges, o popular João Borges.
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Sem a pretensão de menosprezar os desmerecer os demais edis, que integram a egrégia Câmara Municipal de Araguari, podemos afirmar que o vereador João Borges não tem medido esforços nem sacrifícios, e tudo tem feito, junto da Administração Municipal, pelo progresso desta cidade, sempre solícito em atender às justas reivindicações do povo.
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- Senhores! Aí está Sua Excia., o Prefeito Dr. José Jeovah Santos, que ora nos honra com sua presença ... e cujo governo findará daqui a poucos meses.Seu nome, porém, ficará para sempre em nossa memória, e em nossa gratidão.
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Eu pergunto, ao povo de Araguari: - De que modo iremos nós testemunhar-lhe esta gratidão? – Que podemos oferecer ao Dr. José Jeovah Santos?
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Tendo em vista o que ele fez para nossa cidade, o empenho com que nos serviu, e o carinho com que nos tratou, tudo quanto lhe fizéssemos, seria pouco, seria nada.
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No entanto, não podemos perder a oportunidade de lhe retribuirmos de algum modo.
Não obstante os anos de trabalho e de luta, até aqui enfrentados e vencidos em prol da boa causa, Jeovah Santos, como batalhador incansável, que sempre foi, é candidato a Deputado Estadual, e conta com o apoio de todo araguarino, nas eleições de 7 de outubro, para o seu merecido triunfo, para a vitória de Araguari, para a grandeza de Minas e do Brasil.
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Para tanto, urge apoiarmos, também, os demais candidatos, que irão constituir a equipe “Jeovah Santos”, dentro e fora do Município: Dr. Moisés de Carvalho Alves, para Prefeito; Milton de Lima Filho, para vice-Prefeito; Sebastião Paes de Almeida, para Deputado Federal – candidatos estes, que, com Jeovah Santos, já se colocaram à frente de qualquer “Frente”, e merecem a confiança e o apoio do eleitorado, nesta hora decisiva, em que todo cidadão patriota, todo brasileiro digno deste nome, está empenhado na luta por um Brasil melhor, e por uma Nação mais feliz.
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A hora é de luta, e não podemos eleger senão homens abnegados, de sentimentos nobres e de ideal elevado, que sejam capazes de defender os ideais democráticos e promover o bem público; mas que defendam, sobretudo, as nossas Instituições, as nossas tradições morais e religiosas, porque, senhores, são elas que nos honram e nos dignificam no presente, e continuarão a honrar-nos e dignificar-nos no decorrer dos séculos, através da História e dos nossos descendentes.
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É com o voto cerrado e consciente, que iremos defender e salvar o que mais prezamos: - Deus, Pátria, Família, Liberdade!
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Antônio Ribeiro de Lima”
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Leitores, que oportunidade impar tivemos em poder voltar no tempo para alguns viver e para outros reviver um momento histórico como esse.
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Sobre a matéria Tiro de Guerra 57 o digníssimo Comandante Batalhão Mauá Sr. Oriente Leal Filho disse:

“Caro amigo Peron, agradeço pela gentileza da remessa da matéria. Parabéns pela trabalho.

Grato,
Oriente Leal Filho - Cel
Cmt Btl Mauá”

Quanto a matéria da extinta Cia Prada de Eletricidade o amigo Sebastião Xavier Brasil, direto de NY – USA disse:


“Caro Peron,
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Gostaria de parabenizá-lo três vezes:
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Primeiro pelo excelente trabalho de jornalismo que vem desempenhando e orgulhoso araguarino divulgando nossa terra.
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Em segundo, ter citado com tanto carinho e merecidos elogios meu saudoso tio Pedro Teixeira.
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Em terceiro, apesar de estar tão longe do Brasil, me fez parecer muito próximo trazendo a tona recordações de minha infância quando citou a sirene.Minha casa situava-se cerca de 200 metros dali e foi la que cresci vendo meu pai trabalhar dignamente por 35 anos na Estrada de Ferro Goiás.Lembranças jamais esquecidas...Abraços,
e
Sebastião Xavier BrasilNY- USA”
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Recebemos também o comentário do amigo de nossa família Kristian Fernandes, hoje empresário em Viçosa casado com Dayse Juiza de Direito. Kristian é filho dos amigos Dijalma e Marise, ele cresceu junto com nossos filhos na infância que tiveram vizinhos nas redondezas da rua Afonso Pena e Av. Minas Gerais:

“Olá Sr. Fernando

Parabéns pelo Blog Ponto de Vista e é por conhecer pessoas assim como o Sr. que me orgulho de ser Araguarino.

Parabéns também pela homenagem recebida pela Maçonaria, vi as fotos no jornal de araguari (na web) e tenho certeza que os filhos estão orgulhosos, pois é o que se vê no Namdim presente nas fotos.

Kristian”

Sobre a matéria do colégio Santa Terezinha recebemos o comentário da sra Marly Teresa de Paiva Montes que nos deixou muito felizes.

“Fernando bom dia!

Adorei a matéria sobre o Colégio Santa Teresinha. Entrei lá como professora em 1959, minha turma era masculina e lembro-me que Nelsinho Merola foi meu aluno, em 1960, ocupei por um ano o lugar de Maninha junto a Maria Abud, saí porque casando no final do ano, ficou difícil retornar. Maria continua sendo uma amiga querida.

Amei trabalhar lá. Foi um tempo bom em minha vida.

Muito obrigada pelos e-mails sempre com mensagens super interessantes.

Marly”

Agradecemos a todos!

Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.

sábado, julho 05, 2008

DEVANEIO II

Caros Leitores.

Antes de iniciarmos este devaneio, voltaremos a matéria Ponte do Bethout, onde foi narrada uma história sobre a extinta Cia. Prada de Eletricidade.

Nesta omitimos não por esquecimento, mas por emoção onde nos perdendo nas recordações, o nome do braço direito de meu pai nas viagens pela Prada, o homem que onde ele ia, fazia questão de levá-lo por seus extensos conhecimentos técnicos.

Esteve em Ponta Grossa – PR, Santa Rita do Passa Quatro – SP, origem da Prada, Catalão, e veio constituir família aqui em Araguari.

Trata-se do saudoso senhor PEDRO TEIXEIRA, pai do nosso colega, amigo e irmão de Ordem Maçônica, Bartolomeu Teixeira. Nossa homenagem e nossos respeitos senhor Pedro Teixeira e sua distinta família.

Mas a vida é assim mesmo. Uns fazem parte da história, construíram algo, alguma coisa fizeram; outros estão fazendo a história, fazem algo, alguma coisa que será história, estão passando por ela, e muitos não conseguem entrar nela.

Para fazer parte da história, não se fere, não se agride, não se impõe. Basta fazer parte, os demais estão vendo. Quem vê guarda em sua memória para passar adiante no futuro e este futuro pode ser hoje.

Todos nós somos ou podemos ser parte da história. Simpáticos ou não, arrogantes ou não, irônicos ou não, e assim por diante.

Vejam um fragmento de história que resgatamos através de uma matéria publicada no jornal Estado de Minas, que, diga-se de passagem, está completando 80 anos em 2008 e conta desde então muitas histórias "de" e "para" nós mineiros.
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No do dia 20 de maio de 2001 ele ostentava garbosamente a foto da Estação Ferroviária de Araguari, a Estação da Goiás, com uma matéria da correspondente no Triângulo Mineiro Rute Rocha, que transcrevemos na íntegra:

PAISAGENS MINEIRAS – ARAGUARI – ESTAÇÃO FERROVIÁRIA SERÁ RESTAURADA.

“ Abandonada há anos, a antiga Estação Ferroviária de Goiás, deverá ser restaurada para abrigar os projetos culturais do município de Araguari, no Triângulo Mineiro.

O projeto de restauração já foi aprovado pelo Ministério da Cultura e, no ano passado, com patrocínio da CEMIG, o telhado foi reformado.

O restante da obra, que deverá consumir cerca de R$ 700 mil, ainda depende da captação de recursos, que está a cargo da Fundação Educacional e Cultural de Araguari (FUNEC).

O prédio principal da estação é considerado o edifício mais majestoso de Araguari. A Estrada de Ferro Goiás, foi construída em 1928, para atender as necessidades do governo federal de ligar a capital do Rio de Janeiro ao interior de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia.

Em 1954, a sede da estação foi transferida para Goiânia, ficando em Araguari apenas a sub-sede que, três anos depois, foi incorporada pela Rede Feroviária Federal.

Em 1973, o tráfego ferroviário foi transferido para um novo terminal e, desde então, o prédio principal da estação que hoje pertence à Prefeitura, está abandonado.

Apesar dos tapumes e trancas nos portões, o prédio tem sido indevidamente usado por andarilhos e mendigos. Tantos anos de abandono, o deixaram em situação bastante precária.

Enquanto a FUNEC tenta conseguir recursos para o projeto de restauração, a Prefeitura tenta viabilizar um mutirão para fazer a limpeza da Estação Ferroviária e protege-la da ação de vândalos. O prédio foi tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal em 1989.”
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Felizmente hoje temos a antiga estação da Goiás toda restaurada, engrandecendo a imagem de Araguari pelo mundo. A mesma já foi exibida na abertura do programa de entrevistas do Jô Soares e circula pela internet em emails com fotografias de prédios de diferentes lugares do mundo.


Tudo isto como sempre nos faz voltar ao passado, e o nosso passado, desta feita começa em 1960, quando iniciamos nossa vida profissional entregando contas de energia, e quando cabia a nossa pessoa, o setor do alto da estação.

Vibrávamos pelo fato de irmos até aquele majestoso, movimentado prédio da estação ferroviária, entregarmos de seção em seção, as contas de energia correspondentes, e em todas, tínhamos já nosso círculo de amizades, e o prazer deles, os ferroviários, era o de nos mostrar as instalações, como funcionava cada área, cada escritório, suas finalidades.

Já na parte das oficinas, tínhamos contato direto com pessoas que amam aquele local, como exemplo, saudoso Mário Nunes, Alaor Puga, a saudosa Elena Bittencourt Zamboni, Arcênio Paranhos Lopes, Fausto Tomaz, Wilian Dickson dos Santos Braga, seu pai, o senhor Idalírio Braga (saudosa memória), senhor Godofredo Tilman (saudosa memória) e outros, vários outros, que fizeram aquela coisa espetacular funcionar.

E lá estávamos nós, circulando por todos os lados. Vendo a reforma de vagões nas oficinas, a construção de auto motrizes, pequenos vagonetes com um motor de automóvel no centro, um câmbio e que não era necessário manobras para virá-las, bastava inverter a alavanca de câmbio para o outro lado e pronto.

A estrada de ferro, seu leito, para os que não sabem, ficava onde hoje é a movimentada Av. Batalhão Mauá, indo até lá embaixo, no Bairro Santa Helena, nas casas feitas pela Gutierrez.

A estrada vinha de São Paulo, era o ponto final da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro, onde fica o trevo da rua Marciano Santos com a Praça da Constituição. Tinha a velha estação (infelizmente demolida) e o início da Estrada de Ferro Goiás.

Viram vocês pela matéria do Estado de Minas, que em 1954, Araguari passou a ser sub-sede, e mesmo assim, as oficinas funcionavam.

Haviam mais de 500 funcionários, ferroviários que amavam a profissão e se orgulhavam, assim como se orgulham, pois aqueles altos da cidade, recebeu o nome de Bairro Goiás, em homenagem aos ferroviários. Sobre esse tema também já falamos no ponto de vista Sirene da Goiás de 01/03/08.
http://peron-erbetta.blogspot.com/2008/03/sirene-da-gois.html

O Major Antônio Carlos Zamitti, diretor da Estrada nas décadas de 40 e 50, quase em seu final, tendo sido inclusive candidato a Prefeito de Araguari nas espetaculares disputas entre o PSD (Partido Social Democrático) e a UDN (União Democrática Nacional), os partidos da época.

Ele mandou construir nos fundos das oficinas, em terreno da ferrovia, uma vila de casas para os ferroviários, casas estas que estão lá até hoje.

Verdadeiras relíquias de uma Araguari antiga, casas estas que formaram ruas e estas ruas receberam os nomes das profissões ferroviárias como:

. Rua dos Portadores eram os que faziam os transporte das correspondências e outros documentos valiosos.

. Rua dos Foguistas, ferroviários que colocavam lenha nas caldeiras das locomotivas a vapor, posteriormente carvão.

. Rua dos Tatus, eram os ferroviários que trabalhavam no leito das linhas férreas, faziam sua manutenção, trocavam dormentes, trilhos etc.

. Rua dos Limpadores, em homenagem aos ferroviários que trabalhavam na manutenção, e lubrificação dos eixos dos vagões, verificavam se as rodas de ferro, molas estavam perfeitas.


Existe até uma piada de uma criança que chegou perto de um ferroviário que batia um martelo de ferro na roda também de ferro, para ver pelo som da batida, se a roda não estava trincada.

Foi interpelado por uma criança de 6 anos perguntando a ele: por que o senhor faz isto ? Ao que ele respondeu, sai para lá menino. Eu faço isto há 30 anos e não sei para que, você com 6 anos já quer saber ? (Esta nos foi contada pelo Mestre da Escola Profissional da Goiás, Arcênio Paranhos Lopes, assim como vários detalhes desta narrativa).

Arcênio Paranhos Lopes, mencionamos aqui com grande orgulho. Foi aluno da Escola Profissional Ferroviária, e posteriormente passou a ser seu professor. Encaminhou muitos e muitos jovens para profissões diversas por este Brasil a fora. Um grande ferroviário, um grande Maçom. Orgulhamo-nos de ser seu irmão de Ordem Maçônica. Um homem exemplar.

Não poderíamos aqui deixar de citar dois detalhes importantíssimos. O primeiro, o grande Hospital Ferroviário, que pertencia à rede. Seu prédio é um espetáculo e de grande utilidade.


Na época, grandes médicos araguarinos se esmeravam para atender a família ferroviária. Havia disputa para se conseguir um lugar para o corpo clínico, cirúrgico, RX e atendimentos de emergência. Quem por lá passou ficou famoso, fez carreira.

O segundo trata-se da Praça dos Ferroviários. Orgulho não só deles, os ferroviários, mas de toda Araguari.

Conforme Arcênio Paranhos Lopes, Mario Nunes, Alaor Puga e outros expoentes da Estrada de Ferro Goiás, a praça só ficou completa, quando recebeu em seus canteiros, a locomotiva símbolo da ferrovia.

Orgulho dos ferroviários. Lá estão Hospital Ferroviário, Praça dos Ferroviários e a Locomotiva Símbolo dos Ferroviários.

Famílias ferroviárias, vocês são simpáticas e queridas por todos os araguarinos. Obrigado por tudo que fizeram por nós.

Os três grandes engenheiros da Estrada de Ferro Goiás, Gaioso Neves, Luiz Schnoor e Bethout, construíram a sede, a estrada e as pontes. História de Araguari. História de um povo.

Conforme já abordamos no ponto de vista Que Bela Visita de 30/06/06, lembramos o fato de existir no prédio da estação um trabalho muito bem feito e que merece ser visto e reconhecido, um museu com fotos, objetos e textos que perpetuam memórias como estas narradas aqui.
http://peron-erbetta.blogspot.com/2006/06/que-bela-visita.html

Caros Leitores é isto aí. Tentamos passar para vocês um pouquinho deste bairro e deste povo maravilhoso que nele vive. O Bairro Goiás.

Uma pequena história da Estrada de Ferro. Devemos ter cometido falhas, erros, enganos. Caso isto tenha ocorrido, comuniquem-se conosco, que com o maior prazer ouviremos a narração e inseriremos na próxima matéria.

Ajudem-nos naquilo que puderem, pois estarão ajudando nossa história. Receberemos com muita alegria.
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Vista de Araguari da torre do prédio da estação

Obrigado caros leitores, sem vocês não realizamos nada.

Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.

Fotos: Fernando P. Martins / Arquivo pessoal / Google