Dia desses, um velho amigo, o Joaquim da Silva, amigo de infância, colega lá das décadas de 50 e 60, bancos escolares, Santa Terezinha, Regina Pacis, Escola de Comércio e até de Tiro de Guerra, chegou perto de nós e exclamou atônito: “PERON, O JORDÃO ESTÁ MORRENDO”!
Lógico e evidente que ficamos deveras assustadíssimos com a notícia vinda de sopetão e estarrecedora, pois nos lembramos imediatamente do outro amigo lá das épocas passadas, o “João Brasileiro Jordão”, que se tornou desde a infância, conhecido por todos como “JORDÃO”, o que combinava e combina bastante com seu porte físico.
Daí foi aquele negócio que vocês devem estar imaginando. O que foi o que está acontencendo foi acidente, infarte, afinal diga logo, o que está acontecendo com nosso querido amigo “JORDÃO”?
Eis que vem então em seguida, a notícia que nos acalmou e tranqüilizou (parcialmente, a coisa também era muito séria e preocupante), pois o Joaquim, continuando sua narrativa, disse-nos: “O negócio não é com o nosso amigo JORDÃO não, muito pelo contrário, ele está com uma saúde invejável, passeando por todos os lugares desfrutando de sua aposentadoria.
QUEM ESTÁ MORRENDO, É O RIO JORDÃO, onde despejam as águas do FALECIDO CÓRREGO BREJO ALEGRE, que hoje já se encontra quase que totalmente sepultado, faltando apenas 4 túmulos para acobertá-lo definitivamente.
Córrego Brejo Alegre chegando (da direita para esquerda) no Rio Jordão (de cima para baixo).
Desnecessário se faz dizer da nossa tristeza, pois em um lampejo, voltamos lá em 1950, 51, 52 e até 60, ao lembrar-nos quando ainda crianças, percorríamos diariamente o “BREJO ALEGRE”, da rua Quinca Mariano até na Marciano Santos, no percurso que fazíamos ao ir para as aulas do Santa Terezinha da nossa “Maria Abud” (é difícil uma pessoa da nossa geração que por lá não passou) e no trajeto, armávamos armadilhas para apanhar “lambaris” que no retorno recolhíamos fazendo com a “turma” belas fritadas dos mesmos. Coisas de “moleques” que éramos.
Caros Leitores podemos dizer que “ASSISTIMOS” no decorrer destes anos, a morte lenta e dolorosa do majestoso CÓRREGO BREJO ALEGRE, e todas as conseqüências causadas com a mesma à população ribeirinha e também a toda cidade.
O primeiro saneamento feito no Brejo Alegre foi executado por uma empresa de propriedade do Engenheiro Fratescki, de Uberaba.
A obra iniciou defronte a hoje CDL, Câmara de Dirigentes e Lojistas, por volta de 1955.
Ainda os quatro primeiros quarteirões lá permanecem à espera da cobertura final. É um desafio que vem atravessando os anos.
Ao que parece, o Prefeito atual foi em busca de verbas para a realização dos serviços.
Posteriormente, em diferrentes gestões de nossos prefeitos, vieram as obras fechando o canal.
Infelizmente no decorrer destes anos, não foi construída uma “ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE SUAS ÁGUAS”, para depois, depois as mesmas desaguarem no “RIO JORDÃO”, este rio que o Joaquim, nosso amigo, veio nos dizer que está morrendo.
Triste ficamos e todos estão, é com o fato DELE ter morrido, e em conseqüência, estar MATANDO O RIO JORDÃO com suas águas lodosas, impregnadas de dejetos, lixos e mais lixos jogados indistintamente.
Nossa esperança é a construção da tão necessária ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS, livrando assim a nossa querida ARAGUARI, de despejar os DEJETOS de mais de 100 mil habitantes que possuímos, neste falecido Brejo Alegre que em conseqüência está MATANDO o RIO JORDÃO, que foi outrora local de lazer para a população araguarina.
Ficamos felizes com a informação encontrada no site da Superintendência de Água e Esgoto de Araguari, (http://www.saearaguari.com.br/desenv/aguaesgoto.php) onde consta que já foi obtida a Licença de Instalação junto ao COPAM (Conselho Estadual Política Ambiental), para o início das obras de uma Estação de Tratamento de Esgoto do Córrego Brejo Alegre. Esta se juntará as já existentes:
ETE – Distrito de Amanhece;
ETE – Distrito de Piracaíba;
ETE – Bairro São Sebastião;
ETE – Córrego dos Verdes.
Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.
2 comentários:
Nossa, até eu assustei com a notícia da morte do Jordão... Mas mesmo sendo tudo explicado, fica a esperança de dias melhores para o rio... Afinal, precisamos da água limpa, para podermos depois usufruir dela... Abraços.
Que lamentável essa matéria foi escrita em 2009 e já estamos em 2014 e nada do tratamento de água da cidade e o rio Jordão continua pedindo socorro e cada vez mais fraco com tanta poluição.
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