Caros Leitores.
Voltemos um pouco ao passado. Vamos hoje narrar uma história, história esta de muita importância, pois nela iremos viver a vida do personagem que ilustra nosso Ponto de Vista, Bartolomeu Teixeira.
Estamos em 1950, temos juntamente com ele, 8 anos de idade.
Após cumprirmos com a semana de escola, estávamos de folga no sábado. Aí, logo pela manhã, nosso pai, Julio Erbetta, nos levou de carro até a antiga rua Mauá, nº 330, hoje Antonio Camilo da Costa, lá na esquina com a rua Josias Batista Leite, para passarmos o dia brincando com o filho de seu amigo e companheiro de serviço na Cia. Prada de Eletricidade, vindos de Santa Rita do Passa Quatro, SP, saudoso senhor Pedro Teixeira.
Foi aí que passamos a viver uma vida de pequenos amigos, posteriormente rapazes, grandes amigos, hoje maduros, grandes irmãos, tanto pela convivência, como membros que somos da Ordem Maçônica, filhos da Loja Maçônica União Araguarina.
Como se fosse hoje, trazemos na lembrança aquele dia.
Chegando na casa do Bartolomeu, logo, logo, fomos para o grande quintal. O tempo estava chuvoso, mas em nada atrapalhou, pelo contrário, contribuiu para que no terreno molhado, fizéssemos estradinhas, com pontes, porteiras, pequena serra, para com nossos automóveis e caminhões de plástico, brincássemos como se na realidade fosse uma grande viagem de transporte de cargas que fazíamos, nos arrastando pelo chão já barrento, indo e voltando pelo longo trajeto que construímos para sentirmos o prazer de guiar os pequenos veículos de plásticos, como se de verdade fossem, realizando nossas imaginações, sonhos vividos em nosso íntimo.
Logo, a dona Maria, mãe do Bartolomeu, nos chamou para o almoço que estava servido à mesa. Puxa vida, pensamos nós, a manhã já foi embora. Tão rápido. Na escola demora tanto para passar o tempo e aqui passou em um minuto. Ficamos até tristes em ter chegado a hora do almoço, mas lá fomos nós nos lavar e sentar-mos á mesa para um suculento almoço. Que almoço gostoso. Tinha arroz, feijão, tomate, alface, carne de vaca, de porco, pepino, pimentão, jiló e um punhado de coisas que em casa nós não comíamos mesmo.
Aprendemos a comer frutas, legumes e verduras lá, feitas pela dona Maria, pois, como todas crianças nas casas delas, se recusam a comer. Estávamos fora, e, com vergonha de dizer que não comia, comemos de tudo. E que beleza que foi. Inesquecível.
Logo após o almoço, voltamos para o quintal, desta feita para jogar bola. Chutamos bola metade da tarde .A outra metade, brincamos no balanço feito na hora, corda pendurada na trava. E a tarde foi embora rápido, pois logo chegou nosso pai para nos buscar de retorno a nossa casa. Já estávamos inclusive de banho tomado, pois de tanto brincarmos, corrermos, pularmos, vivermos um dia tão agitado, após o café da tarde, dona Maria fez-nos tomar o banho e com as roupas limpas levadas na trouxa quando fomos pela manhã, trocá-las pelas do dia agitado que acabávamos de passar. Será que hoje ainda brincam assim ?
Passaram-se 10 anos, estávamos agora com 18 anos.
Em ato contínuo, fomos servir o Exército, através do saudoso Tiro de Guerra 57, e ao mesmo tempo, em uma deferência de nosso pai, atendendo sugestão do companheiro Pedro Teixeira, admitiu-nos, Bartolomeu e nós, na Cia. Prada de Eletricidade. Tal contratação, foi com a condição de que nela, não seríamos filhos de chefes, mas sim, empregados subordinados a sub chefes, em obediência total.
Lá fomos, Bartolomeu , Déo Garcia, Joaquim dos Reis Sobrinho e nós, trabalharmos como entregadores de conta de energia, e lendo os medidores de energia. Por dois anos ficamos neste serviço.
Era uma época pesada para dois jovens que éramos, pois levantávamos as 04:45 horas, recebíamos instrução militar no TG 57 das 05:30 até as 07:00 horas e as 07:30 horas já estávamos no serviço, prontos a percorrer as ruas da cidade fazendo nossas tarefas. À noite, Escola Técnica de Comércio Machado de Assis.
Jovens e ávidos pelo saber, fomos estudar em Uberlândia, Bartolomeu formou-se em Administração de Empresas, Ciências Contábeis e Economia. Em 1972 já estava com três diplomas superiores na mão.
Em 1969, casou-se com Maria Darci Lemos, de cujo enlace vieram os filhos Juliano Lemos Teixeira, Leandra Lemos Teixeira, hoje Fisioterapeuta, e, Lissandra Lemos Teixeira, Contadora. Uma bela família.
Bartolomeu, era o segundo filho de Pedro Teixeira e da senhora Maria de Lima Teixeira, sendo a primogênita de saudosa memória, Carmem Teixeira dos Anjos, e a caçula Benedita Teixeira Greco, residente em Brasília, DF, sendo Diretora Escolar Federal aposentada.
Em 1973, pouco tempo depois que a CEMIG assumiu a distribuição de energia elétrica, em substituição a Cia. Prada de Eletricidade, Bartolomeu se desligou da mesma e foi exercer as profissões em que se formou. Foi trabalhar no Laticínios EVA, do senhor Elpenor Veloso de Araújo, lá ficando de meados de 1973 a 1975.
Em 1973 também, levado pelo espírito de pioneirismo, concursou-se pelo DASP em Goiânia, tendo sido aprovado para Fiscal Estadual de Goiás, Fiscal Federal da SUNAB, e Auditor Federal em Brasília. Optou pelo último, tendo exercido suas funções de 1975 a 1976 na Capital Federal.
Não satisfeito, Bartolomeu exonerou-se do cargo por ter em mente retornar a Araguari. Foi aí que seu regresso iniciou. Através de uma temporada em Goiânia, trabalhando na Construtora Irmãos Vale, ficou até 1978, quando então retornou para a terra querida, Araguari, onde foi assumir seu posto na empresa que foi sócio fundador. ADCAR – Administradora de Consórcios. Para quem não se lembra, um grupo de Araguarinos, fundou esta empresa na rua Brasil Acioly, em um pequeno cômodo defronte a hoje Sincopel. Posteriormente vieram para a rua Afonso Pena, onde hoje é a entrada do estacionamento ao lado do Banco Mercantil, indo posteriormente, até o encerramento de suas atividades, para a rua Brasil Acioly, 23, onde funcionou várias empresas, tendo sido a construtora do imóvel a revendedora Chevrolet, Petrônio Acioly e Cia. Ltda. Tempos idos e saudosos.
Paralelamente a ADCAR, Bartolomeu, juntamente com o Dr. Darli Jeová do Amaral, administraram o Nosso Posto na Virgílio de Melo Franco, de 1991 a 1993, obtendo ótimos resultados.
Em 1993, Bartolomeu aposentou-se justa e merecidamente.
Mas os conhecimentos adquiridos não o deixaram descansar.
Dr. Miguel Domingos de Oliveira, em sua segunda gestão como Prefeito, o convidou e ele aceitou o cargo de Supervisor de Controladoria, ajudando-o na administração do bem público.
Sua capacidade administrativa tornou-se do conhecimento dos empresários araguarinos, e, assim sendo, Dr. Romes Nader, convidou-o a assumir e administrar seus bens, o que fez até 2004, juntamente com o Terraço Hotel.
Bartolomeu resolveu então dar uma parada em suas atividades profissionais e dedicar-se à sua família, desfrutando sua chácara e ao mesmo tempo praticando a filantropia, amparando os menos favorecidos pela vida.
É um dos fundadores da Cantina e Centro Espírita Ondina Vieira, e, faz parte da Diretoria da Creche Espírita Maria Carlota.
Cumpre assim, Bartolomeu Teixeira, após uma longa e produtiva jornada de trabalho, com atividades beneficentes na comunidade araguarina.
Este, caros Leitores, é o nosso personagem de hoje em nosso Ponto de Vista. Cidadão honesto, modesto, trabalhador, digno, caráter inabalável e de grande prestígio.
Chefe de família exemplar, grande amigo, grande cidadão.
Relembramos passagens de sua vida, vida esta que partilhamos no decorrer dos anos, e o homenageamos, para que os nossos concidadãos, tenham conhecimento de uma vida vivida com amor, retidão, trabalho e cercada de amizades.
Abraço-o com o carinho de um grande amigo que sou, de um irmão de Ordem Maçônica, e, de cidadão araguarino reconhecido.
Como foi bom aquele sábado que passamos brincando em sua casa em 1950, e que tínhamos apenas 8 anos de idade.
Que o Grande Arquiteto do Universo continue a cobrir de bênçãos sua vida e de seus familiares, fazendo-o ser a pessoa que é.
Nosso reconhecimento, Bartolomeu Teixeira.
Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.
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