Partiremos do assunto relacionado às “Santas Missões”, realizadas na década de 60, com encerramento apoteótico na Praça do Rosário, e a colocação de um imenso Cruzeiro de aroeira, que lá se encontra até hoje.
Por uma questão de curiosidade, mesmo passando lá pelo Rosário quase que diariamente, fomos até o local do Cruzeiro, e pudemos encontrá-lo, imponente, majestoso, significante, porém carcomido, corroído pelos cupins, já com cascas e lascas de lodo petrificado, rachado em vários locais, necessitando urgentemente de uma reforma geral.
Para que permaneça no local em que se encontra, marcando o grande acontecimento religioso havido em nossa Araguari, lá pela década de 60, e que tanto marcou nos corações dos fiéis as “Santas Missões”.
É importante uma reforma geral do mesmo, sem retirá-lo, por carpinteiros e marceneiros especializados, deixando-o como quando lá foi implantado, e mais, com uma cerimônia religiosa, missa campal, pregações, relembrando o acontecido e ao mesmo tempo, reavivando a fé nos corações dos fiéis, que aos poucos, desiludidos, vão se distanciando dos templos religiosos.
Vamos iniciar nosso passeio novamente pela Praça Padre Nilo, junto a igreja matriz, justamente onde está a bela residência, hoje consultórios médicos, da família do senhor Abrão Gebrim e sua esposa Firmina Gebrim, patriarcas dos Gebrims em Araguari.
O senhor Abrão Gebrim, empreitou a obra para a Construtora Araújo Ltda., do Dr. Gabriel Veloso de Araújo, e desfrutou com sua família de tão confortável e bela residência, nela criando seus filhos.
Deixou uma grande marca na história de nossa cidade. Defronte, onde hoje existe um sobrado na esquina, ao lado da Panificadora Fornalha, era a grande casa da família do senhor José e Amélia Canut.
Da mesma forma patriarcas da família Canut e que também deixaram marco significativo na história de nossa terra. Ambas famílias libanesas, ambas cerealistas, ambas com grande prole que hoje são patrimônios de Araguari.
Forçando a memória, lembramo-nos que a família Gebrim possuia um Pontiac ano 48, e os Canut circulavam com um Chevrolet 51, dirigido pelo senhor Amim Canut, grande amigo.
Logo adiante da casa dos Canut, encontrávamos as grandes instalações das Indústrias Trineiro, do senhor José Marques de Jesus. Fábrica de macarrão de todas as qualidades e de biscoitos. Gerava inúmeros empregos. Infelizmente foi destruída pelo fogo. Hoje no local, farmácia e outros estabelecimentos comerciais.
Ao lado como sempre da SSVP – Sociedade São Vicente de Paula, chegou a ser na época funerária, porém logo desativada.
Na esquina de cima, havia um casarão, de esteio, era uma pensão que foi demolida e infelizmente não nos lembramos dos proprietários. Na esquina de baixo, a casa do senhor Paulo Nogueira Cruvinel, e defronte a ela a família Nicomedes Mariano Nunes.
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Lembramo-nos do senhor Nicomedes, de longas barbas, bicicleta preta, óculos de aros grossos e pretos, chapéu na cabeça, com uma cestinha na garupeira da bicicleta, cheia de lingüiças que ele fazia e ia entregar nos locais pré determinados.
Era um personagem que deixou saudades. Encontramos então a Casa Paroquial, onde vemos a figura do Padre Nilo lá dentro, sempre preocupado em servir, atender aos necessitados e comandando a construção da nova Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus da Cana Verde.
Conseguiu em vida fazer o mais difícil, teve a alegria de ver seu ideal realizado. Hoje lá está a magnífica e majestosa Igreja Matriz com seu campanário, marco histórico de nossa querida Araguari.
Abaixo da Casa Paroquial, a casa da família Vasconcelos (pai do Dr. Landulfo Vasconcelos, dentista), na esquina a casa dos Carilli, depois já vinha o imenso Hotel Central.
Sua frente tomava a quadra inteira. Muito bem freqüentado, principalmente por viajantes e representantes comerciais. Boas instalações por um bom preço. Acessível a todos.
Então com esta rodada pela Praça, fica completado nosso Devaneio IV, uma vez que já falamos do Bar do Adelino e da Selaria do Benedito Coutinho na matéria que tratamos da rua Dr. Afrânio.
Agora mudaremos nossa localização, vamos para a esquina do Colégio das Freiras, esquina das ruas Virgílio de Melo Franco com a Rua Joaquim Aníbal.
Lembramos da “dona Deoclécia” no seu velho buteco de frutas, verduras, doces, e quitandas, naquela casa velha que existia onde hoje funciona uma padaria.
Qual das moças que passou pelo Colégio Sagrado Coração de Jesus e não se lembra da “dona Deoclécia”,
Ela era mãe do ferroviário José de Paulo, e da professora de Artes Industriais, Célia. Isto lá pelas décadas de 60 e 70.
Viramos a esquerda, rumo a estação ferroviária, e vimos o Colégio São Luiz, que era mantido pelas freiras dos Sagrados Corações.
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A grande loja de Joaquim Aníbal, defronte a velha casa das freiras, onde morou por longos anos a família do senhor Oto Tormim, ferroviário aposentado e grande afinador de piando.
Família de nosso relacionamento, assim como as que citamos anteriormente. À direita, esquina com a Maricota Santos, a grande residência dos Rodrigues da Cunha, onde hoje funciona a Secretaria de Trabalho e Ação Social.
Ao lado o senhor Antenor Alves, e defronte a Auto Mecânica São José. Com seus filhos Luiz Alves e Carlos, senhor Antenor revendia os veículos da linha Volks.
Em 1964, nosso pai adquiriu um fusquinha, e nele perdeu a vida em um acidente em 1966. Antes da Volks, tinha a telefônica, velho prédio desativado (hoje Sintespa), uma vez que já funcionava na rua Rio Branco no comando dos senhores Milton Lemos, Ernesto Golia, Waldemar Coelho, Cel. Teodolino Pereira de Araújo e outros.
Continuando, passamos pela casa do senhor Alberto Tomaz e chegamos na Goiás Atlética com seu imponente prédio. e
Local de lazer das famílias ferroviárias, famílias estas que construíram grande parte da história de Araguari. Sempre renderemo-lhes homenagens. Viramos a esquerda e nos dirigimos para o lado da então Estação Rodoviária.
Na esquina, onde é o Posto Araguaia II, era o Posto do senhor Paulo Jorge Zacharias, que junto do senhor Elias Daher, foram agentes aqui dos veículos da linha Kaiser, sendo que o senhor Elias Daher possuía um belo modelo 51, cor vinho, o senhor Paulo Jorge também tinha o seu (não lembramos da cor, porém lembramos que ele faleceu vítima de um desastre com o mesmo quando saia para São Paulo, lá na rua Joaquim Barbosa.
O engenheiro Alex Simeck também possuía um Kaiser verde. Lá na esqsuina do Posto, lembramos do senhor César de Jesus, na porta de seu Hotel Globo.
Ele era o pai do Paulo de Jesus, contador dos Irmãos Marques, da Dorinha de Jesus, professora do Santa Terezinha, da Maria Alice que já citamos aqui como cantora do programa do Carlos Roberto Felice, da Jovem Guarda, lá na Radio Planalto, idos de 60.
Hotel de grande movimento, uma vez estar ao lado de duas estações ferroviárias e de uma rodoviária. Sempre foi concorrido.
Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.
Fotos: Arquivo Pessoal / Google Earth
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