domingo, janeiro 11, 2009

Gratas Recordações


Caros Leitores.

Vamos destacar hoje, um fato deveras importante e marcante para nós, uma vez sua pessoa vir a ser a responsável por nossa carreira como professor por longos anos.

Vamos trazer à tona, a memória do saudoso e inesquecível professor, Maurício Alves.
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Maurício, nosso companheiro, era uma pessoa de uma personalidade marcante e idealista. Homem decidido, bancário de carreira no extinto Banco Mineiro da Produção, advogado, professor de Contabilidade na saudosa Escola Técnica de Comércio Machado de Assis, de nossa inesquecível Mestra, Maria de Lourdes Lisboa Alves de Castro, sendo também sócio fundador da ADCAR, Administradora de Consórcios, além de um exemplar Homem Maçom.

O tempo passado, tornou-nos grandes amigos, sendo que participávamos de várias atividades juntos. A confiança era recíproca.

Numa bela tarde de 1972, dona Wanda Pieruccetti, então Vice Diretora do Colégio Estadual Professor Antônio Marques, telefonou-nos lá na Cia. Prada, onde trabalhávamos, convidando-nos a assumirmos as aulas de O.S.P.B. – Organização Social e Política Brasileira, da qual era o titular o saudoso professor Dr. Geraldo Braga, que por motivo de saúde havia se licenciado por longo período.


Escola Estadual Professor Antônio Marques



Dona Wanda se expressou desta forma: Fernando (assim que ela nos tratava), necessito de você com urgência para ministrar aulas de O.S.P.B., no lugar do Dr. Geraldo, ainda hoje à noite, lá no Machado de Assis para substitui-lo, pois ele se licenciou.



Assustados com o “convite” de dona Wanda, argumentamos que ainda não estávamos preparados para tal. Ela retrucou: não aceito não como resposta. Está definido. Pegue os diários de classe comigo e assuma seu novo posto no período noturno.

Já mais calmo com a notícia, agradecemos a confiança em nós depositada, passando imediatamente a preocupar-nos com nossa nova missão.
Pensamos então: o que fazer e como fazer.

De imediato, encerrado o expediente na Prada, fomos até o Banco Mineiro da Produção, em busca de socorro com nosso amigo, professor Maurício Alves.



Antiga sede do Banco Mineiro da Produção

Contando o ocorrido para ele, de início recebemos os parabéns pelo convite, sendo que em seguida ele após nos acalmar um pouco com a tamanha responsabilidade adquirida, passou a nos orientar da seguinte forma: “Peron, não se apavore. As aulas noturnas são de 45 minutos.

Assim que você chegar em cada classe, entre, tome seu lugar, coloque os livros sobre a mesa, apresente-se aos alunos explicando o motivo de sua presença, em seguida, abra o Diário de Classe e inicie a chamada dos alunos calmamente, fazendo-os se apresentarem, identificando-se na vida familiar e profissional para um melhor relacionamento.

Quando você terminar a chamada, terá observado que 15 minutos da aula já se foram, restando então mais 30 para o final. Aí então, você irá fazer uma explanação geral de sua vida, o que vai durar mais 10 minutos. Vão ficar faltando 20 minutos. Troque umas idéias com a turma e deixe-os à vontade.

Isto irá gastar 10 minutos. Ficarão restando então 10 minutos para o final. Nestes 10 minutos, você irá falar a respeito da matéria, sua importância na formação do homem e por aí a fora.


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Se nesse meio tempo alguém fizer “uma pergunta fora do esquema para testá-lo” e você não tiver a resposta na ponta da língua, faça de conta que não ouviu e continue sua explanação.


De repente você irá ouvir o sino bater, dando por encerrada a aula. Lá se foram os 10 minutos restantes. Se “aquela pergunta” surgiu, você antes de encerrar a aula diga: “parece que alguém aí falou a respeito de “Tal Fato”. Preparem-se porque na próxima aula iremos debater sobre o assunto. Pronto. A aula foi dada, vocês se conheceram e as próximas serão ministradas tranqüilamente, dentro da programação de cada série.

Caros Leitores, não deu outra. Tudo correu como o Maurício nos orientou. Inclusive a “perguntinha matreira” saiu. Ganhamos a amizade dos alunos daquela sala e das demais que assumimos e que da mesma forma nos comportamos.

No dia seguinte, pela manhã, recebemos a visita do Maurício Alves lá na Prada. Estava curioso para saber de como havíamos saído em nosso primeiro dia de professor, sobretudo com nossa inexperiência e com as orientações dadas por ele.

Satisfeito por tudo ter dado certo, Maurício comentou: é carta marcada Peron. Todo ano é a mesma coisa. Os alunos querem ver a competência de cada professor. Se nos aprovarem no primeiro dia, tudo corre bem o ano todo. Se mostrarmos insegurança, não tivermos firmeza e confiança no que fazemos ou mesmo mandarmos chamar superiores para resolver as questões, podemos largar, porque não servimos para lecionar. Parabéns, disse ele a nós. Ganhamos um novo colega. Abraçou-nos e saiu para um de seus trabalhos diário, no Banco Mineiro.

Assim, tomamos gosto pela profissão, nela permanecendo 5 anos.

Lecionamos de 1972 a 1976, nos colégios Machado de Assis, Antônio Marques, Santo Antônio e Escola de Comércio. Valeu a pena. Gratas recordações. Ex-alunos, hoje grandes amigos e profissionais.
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Colégio Machado de Assis



Colégio Santo Antônio



Escola de Comércio


Quanto ao professor, Dr. Maurício Alves, de saudosa memória, prestamo-lhes com este Ponto de Vista, nossa homenagem.

Dr. Maurício Alves faleceu em 31/08/75. Apenas 42 anos de vida.

Todo nosso respeito, nossa admiração e nossa gratidão pelo grande amigo, grande homem que foi.

Receba nossos reconhecimentos, senhora Irani Ribeiro Alves, esposa dedicada com quem Maurício conviveu anos felizes e momentos de angústias com a doença que nos privou de seu convívio. Mãe carinhosa dos filhos de Maurício Alves. Sérgio Antônio Alves, Selma Maria Alves Sicari, Carlos Alberto Alves e José Rafael Alves.

Os agradecimentos dos araguarinos reconhecidos dos benefícios feitos e deixados por este exemplar homem com quem tivemos a honra de conviver longos e produtivos anos.

Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.

Fotos: Arquivo Pessoal

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