sábado, setembro 13, 2008

50 Anos da Churrascaria Camponesa

Caros Leitores.

Um programa tradicional na nossa Araguari é freqüentar a “Churrascaria Camponesa”.
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Esse é um programa que eu e a Terezinha, a esposa e companheira inseparável, fazemos nos 40 anos de casados que temos.

Nosso pedido: o “típico” churrasco servido na quase cinqüentenária churrascaria, desde a sua fundação, pois em 2008 está completando seu Jubileu de Ouro.

Observar o recinto é relembrar tempos idos, tempos de namoro e noivado em que lá jantávamos. Tempo de nossos filhos pequenos e que lá almoçávamos, quando os meninos ganhavam pirulitos do “Gordo”, famoso e alegre garçom da época, sendo que à noitinha voltávamos para saborearmos uma cervejinha e um jantar para arrematar o domingo alegre. Belos tempos.

O piso original do estabelecimento foi construído para um ringue de patinação. A estrutura e esteios de aroeira permanecem intactos.

Quando do ringue de patinação, onde os jovens da época patinavam em patins com rodas de aço, nós, crianças na ocasião, década de 50, anos 54 a 57 mais precisamente, ficávamos no parapeito admirando os ases da patinação fazerem suas acrobacias.

Lembramo-nos dentre outros, dos irmãos Lucindo e Amélio Valente com suas performances que deixavam a todos maravilhados.

No local, existia uma casinha em um canto, onde o Paulo Nogueira, cedia para que o “Manga de Colete”, o Elias, aquele “velhinho” que andava com um porrete nas mãos provocando a meninada a mexer com ele, para que o mesmo ficasse irado e corresse atrás da turma.

Era nesta casinha que o Elias, “Manga de Colete” morava. Se os meninos não mexiam, ah, que tristeza era ver o “Manga de Colete” jogar pedras (nunca para acertar, mas só para assustar) nos meninos (inclusive nós), para que em revide, o irritássemos. Saudades.

Em 58, o senhor Ovídio Nogueira, juntamente com o João Grillo, adaptaram o ringue de patinação para uma churrascaria. Fizeram tudo rusticamente. Queriam um ambiente especialmente próprio para churrascaria. E o fizeram.

As duas caveiras de vaca que estão na porta de entrada, são as originais. O João Grillo foi buscá-las no Matadouro Municipal, escolhidas a dedo para atração pública. Dão a nota característica nos dias atuais.



O Luiz Roberto Cruvinel Santos, o “Cruvinel da Ótica”, passou a exercer o cargo de Gerente do estabelecimento que recebeu o nome de “Churrascaria Camponesa”. Com sua gentileza peculiar, permaneceu no cargo até seu ingresso no Banco de Crédito Real.

A churrascaria ficou em poder dos fundadores até 1965, quando foi vendida para o Herculano de Melo Franco, ex-funcionário do Ovídio, na farmácia, hoje em Brasília.

Para substituir o Cruvinel na churrascaria, entrou o Heráclito Roberto Filho, também da farmácia, juntamente com o senhor Geraldo Machado dos Santos, pai do Cruvinel. Leni Cruvinel Cunha Coelho, viúva do Teófilo Coelho, por longo tempo ajudou na manutenção da Camponesa para atender sua enorme e fiel clientela.

Apenas para ilustrar, a Farmácia do Ovídio, sempre foi onde é, na rua Marciano Santos, ao lado do “Rueda” (lembram-se?) e pelo outro lado, com a Padaria das Famílias, do Heitor de Carvalho. Belos tempos.

O atendimento segue no mesmo estilo do Antonio Mota, o “Gordo”, garçom de tempos idos, sempre servindo um suculento.

Tudo continua criteriosamente como anos e anos atrás. Arroz soltinho, vinagrete, feijão tropeiro, couve refogada e o belo espeto com o gostoso churrasco de vaca ou de porco.

Em março de 1966, Celso Rodrigues do Nascimento, o Celso da Rodoviária, adquiriu a “Churrascaria Camponesa”, quando juntamente com sua esposa, Maria Aparecida de Oliveira, a inesquecível “Santinha”, passaram a administrar a mesma.

“Santinha”, com toda sua alegria e comunicação, tornava o ambiente familiar, aconchegante e amigo, pois a todos tratava com sua simpatia, enquanto Celso ficava no comando dos pedidos e no controle musical, sendo que até um pequeno palco a churrascaria tinha para a apresentação de artistas locais e visitantes. Nelson Gonçalves e Altemar Dutra eram as principais atrações em discos e fitas no decorrer dos longos dias e agradáveis noites.

“Santinha” partiu em 1988, minutos após o falecimento de sua mãe, senhora Augusta Carpaneda de Oliveira, com 92 anos, estando ambas ainda no hospital.

Celso não esmoreceu. Levantou a cabeça, trouxe seus filhos, Celso Rodrigues do Nascimento Filho e Cristina Rodrigues do Nascimento Cruz, para com ele trabalharem e continuaram a proporcionar aos araguarinos, as iguarias servidas pela “Camponesa”.

Juntos ficaram por 4 anos. Cristina se casou, deixando de participar, e com o casamento de Celso Filho com Neide Rodrigues do Nascimento, passaram a comandar a churrascaria, sempre no seu estilo tradicional.



A camponesa passou por várias reformas e modernizações, porém, por tradição, continuam mantendo a estrutura original do local, e a presteza do compromisso de qualidade para com os assíduos freqüentadores.



Em março passado completou 42 anos de trabalhos sob a direção da família Celso Rodrigues do Nascimento. Celso Filho ostenta com orgulho a flâmula de sua inauguração, datada de setembro de 1958.

Nestes cinqüenta anos podemos dizer que os freqüentadores são os mesmos. Araguarinos e visitantes, vários destes nossos amigos e conhecidos. A mesma clientela, o mesmo ambiente, as músicas.

Parabéns Celso. Parabéns a você e sua família. Parabéns por manterem em Araguari, intocável, original, aconchegante, tradicional e único, restaurante cinqüentão, churrascaria famosa para os araguarinos e por quem aqui passa, a “Camponesa”. Original. Como foi. Como é. Como será.

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Destacamos ainda que neste ano de 2008 a Churrascaria Camponesa recebeu o prêmio Top Of Mind na sua categoria, organizado pela Universidade Presidente Antônio Carlos (Unipac), Jornal Gazeta do Triângulo e revistas Evidência e Evidência Rural.


Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.

Fotos: Churracaria Camponesa - Celso Filho / Top Of Mind - Jornal Gazeta do Triângulo (Pedro Fonseca)

Um comentário:

Anônimo disse...

Churrascaria Caponesa,fez parte da minha vida!!!!!Os sanduíches de pernil do gordo são inesquecíveis!!!!Só boas lembranças!!!Dna Santinha como era agradável!!!!