Um da turma disse: como 2005 passou depressa ! Não deu nem para avaliar os acontecimentos no decorrer dos meses. Foi rápido demais. Ontem mesmo era janeiro, e, de repente já estávamos comemorando o Natal e Ano Novo. Chegou 2006.
Bem, paramos para pensar. Pensamos bastante, analisamos suas palavras e voltamos à conversa com as seguintes explanações e questionamentos:
01 – Realmente, o tempo voou. O ano passou rapidamente. Não percebemos os segundos, os minutos, as horas, os dias, as semanas, os meses, e, finalmente, o ano que se foi.
02 – Será que foi assim para todos ou somente para alguns poucos privilegiados. Será que a grande maioria levantou-se pela manhã, viu o mundo colorido através da melhor TV a cores existente no mundo, nossos olhos ? Será que todos foram ao banheiro sozinhos, se lavaram, fizeram suas necessidades sem a ajuda de ninguém ? Será que todos após se lavarem vieram para a mesa da cozinha tomar seu café com leite, sucos, pão fresco, vitaminas, cremes, bolos e outras guloseimas ? Será que todos após tudo isto feito, se dirigiram ás suas tarefas diárias, o trabalho, o passeio, ás compras, ou mesmo ficar vagando, desfrutando uma aposentadoria ? Será que todos após o labor ou passeio do período matutino vieram almoçar em casa e encontraram uma farta mesa posta para ele ou eles ? E depois do almoço, uma pequena “cochilada” para renovar as forças e continuar a mesma coisa no período da tarde ? E com o período da tarde cumprido, será que todos voltaram para o lar, passando antes no barzinho para uma cervejinha com os amigos, aperitivo para um belo jantar ? E depois do jantar, teriam reunido a família, conversado com a “cara metade”, com os filhos, dialogado bastante, assistido as novelas da TV, sendo enrolado pela Globo para esperar pela vida de JK que está com audiência total ?
03 – E depois de tudo isto, será que analisaram o dia, deram graças ao Criador por tê-lo desfrutado ao máximo, sugado dele os segundos, minutos, horas, enfim o dia ?
Com tudo isto realizado, findo o belo e rápido dia, foram dormir, descansar seus olhos, a TV colorida maravilhosa que Deus nos deu e que só percebemos que não está boa quando fica nublada, inflamada, ardendo, dando trabalho, sem se aperceberem de que passou um dia do calendário da vida.
Afinal, no dia seguinte será tudo igual novamente. Será ???
Expusemos isto ao pessoal da roda que ficaram a pensar e comentar diversos argumentos arrumados no momento.
Um deles disse: sabem que não havia me apercebido disto ? Como é impressionante se pararmos para pensar o valor de cada segundo, minuto, hora e dia. Agora que estou sentido-me bem de saúde me apercebo do quanto ela é boa. É bom demais fazer tudo sozinho, sem depender da ajuda dos outros. Vou passar a valorizar meu dia.
O outro disse: estive em um hospital ontem, pude notar a dor existente nele. Fui visitar um amigo atropelado por um moto (geralmente os atropelamentos em Araguari são com motos), e, senti o coitado ardendo em febre, braço quebrado, operado da perna que também quebrou, todo arranhado, estava nu, com o corpo esfolado pelo asfalto. Ele gemia, sentia a dor, seus familiares estavam desesperados, tentavam ajudar, nada podiam fazer. O pior, é que um transeunte foi atingido pela moto desgovernada e acabou todo machucado também. Mais um sofredor e uma família sofrendo. Interessante, agora que você falou a respeito do tempo, começo a analisar como deve estar demorando a passar para ele e os seus.
O terceiro componente do grupo disse: nossa vida está deveras abençoada. Estamos felizes sem o saber. Ontem também passei por momentos desagradáveis. Fui no velório de um amigo de família. Ele era até colega de serviço meu. Rapaz que pancada. Dor doída. A família arrebentada em volta da urna mortuária. Velório triste e concorrido. Pensei então, para esta família e todas as que sofrem, um segundo deve durar um minuto; um minuto demora uma hora; uma hora leva um dia para passar; o dia leva uma semana; a semana demora um mês para acabar; um mês demora um ano; um ano se arrasta por dez anos e assim por diante. E o pior, é que quando encontramos algum amigo, comentamos a respeito de um acontecimento desagradável, o mesmo diz: já faz dois anos, barbaridade, como o tempo passou depressa !!!
Interpelamos novamente a conversa dizendo: só sabemos dar valor em nossas vidas, só sabemos desfrutá-la, só contamos o tempo, quando alguma intempérie, alguma catástrofe, algum designo de Deus cai sobre nós. É uma pena que não saibamos desfrutar com a família, com os amigos, com os parentes distantes, com aqueles que nos são caros, segundos importantes; minutos valiosos; horas inesquecíveis; anos abençoados, vividos com saúde, paz e alegria.
Na roda, todos concordaram conosco. Além de concordarem aumentaram: doravante, vamos tentar passar adiante tudo aquilo que temos, que recebemos, que vivemos e não sabemos. Devemos dizer que éramos felizes e “o” sabíamos, e não que éramos felizes e “não” sabíamos. Vivamos e levemos ao nosso semelhante um pouquinho de gratidão por tudo aquilo que possuímos. Vamos dar graças a Deus por tudo.
Aí, um dos presentes, disse alegremente: eu li que vão fazer a festa dos Anos Dourados novamente. Os anos 60 serão revividos. Vocês já pensaram ? Perguntou e respondeu nosso amigo. Em 1960, quem tinha 20 anos, hoje está com 66 anos de idade. Quem tinha 25, está com 71. Muitos já não estão conosco. Já partiram. É bom ver uma festa para comemorar nossos Anos Dourados.
O outro respondeu: tem toda razão. Inclusive quero e vou participar da festa. Isto se alguma surpresa não me pegar antes dela. Só que tem um problema. Como é difícil enfrentar um baile dos Anos Dourados que começa depois da 10 da noite e termina pelas 4 da matina. Bem que poderiam passar esta festa para vespertina. Começando as 4 da tarde e indo até onde a turma agüentasse.
Em conjunto todos responderam a ele: tem toda a razão. Ô Peron, escreve aí em um Ponto de Vista sugerindo ao pessoal que organiza a festa para nos dar esta chance. Garantimos que vai muito mais gente.
Respondemos: porque não. Contem comigo. É uma boa. Tem muitos de nós com problemas de coluna, de tornozelo quebrado, pernas fraturadas com próteses, artrose, osteoporose e outros problemas mais que a idade querendo ou não trás. Vamos sugerir, talvez acatem a idéia. Já pensaram ouvir e dançar Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Vanderléia, os Golden Boys, os Vips, Eduardo Araújo, Silvinha e outros mais.
Então é isto aí pessoal dos Anos Dourados. Pensem a respeito. Pode até dar certo. Queremos estar lá.
Mas voltando ao tempo, concordamos unanimemente, como ele passa. Rápido ou devagar, ele passa. Para todos, quer queiram ou não, com dores, sofrimentos, desilusões, alegrias, vitórias, derrotas, amarguras, decepções, ilusões vividas, ilusões perdidas. Sonhos sonhados.
Caros Leitores façam uma retrospectiva de suas vidas. Encontrarão coisas e fatos que passaram até despercebidos. Ficarão surpresos com o que o computador que existe em nossas cabeças, trará em sua tela sobre suas vidas.
Não se assustem, assim é a vida de todos.
Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.
PUBLICADO NO DIA 10/03/2006, NO BLOG www.panoramaaraguari.blogspot.com
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