Araguari 120 anos

Caros Leitores,

Nada melhor que fazermos uma volta ao passado neste 28 de agosto do ano de 2008 , momento em que comemoramos os cento e vinte anos de Emancipação Política de Araguari.

Vamos voltar lá em 1965, quando nossa terra completava festivamente seus 77 anos de vida pública independente.

Estávamos no governo do Dr. Miguel Domingos de Oliveira.

Como todos que o conhecem sabem ser ele um homem dinâmico, ágil, de resoluções rápidas e que havia imprimido em seu governo, de 1963 a 1966 um ritmo de desenvolvimento jamais visto em Araguari.

Havia, dentro de sua persistência, conseguido a vinda do então 2º Batalhão Ferroviário, Batalhão Mauá, para nossa terra, o que causou um surto de desenvolvimento que nos deixou definitivamente incluídos no cenário nacional.

Logicamente, em torno disso, outros acontecimentos se fizeram importantes para marcar definitivamente a mudança do visual da cidade, fruto do progresso em que estava vivendo.

Para os que não se lembram, a cidade era iluminada com lâmpadas incandescente em suas ruas e avenidas. De acordo com o movimento da rua, ela recebia maior ou menor intensidade, considerando-se os postes serem de trilhos de estradas de ferro, e os braços com as luminárias não suportarem maiores benefícios.

Praça Manoel Bonito

Fazia-se então necessária a substituição de toda rede de distribuição de energia elétrica e de alterações na iluminação pública.

Rua Marciano Santos

Nesta época, quem gerenciava a Cia Prada de Eletricidade, era nosso pai, Julio Erbetta, de saudosa memória. Nós também trabalhávamos nela, sendo que estavamos em 1960, juntamente com Bartolomeu Teixeira, Déo Garcia, Joaquim dos Reis Sobrinho e pouco tempo depois, Mário Ferreira da Silva Júnior.

Dr. Miguel Domingos de Oliveira, juntamente com Julio Erbetta passaram a fazer estudos minuciosos e profundos, para dentro dos limites de expansão permitidos pela produção de energia elétrica, oriundas das Usinas Piçarão em Araguari e Martins, Dias e São Pedro em Uberlândia, sendo uma delas a óleo diesel. O Governo Federal já estava com o programa de estadualização das empresas que exploravam os serviços de utilidade pública, como energia elétrica e telefonia.

Hoje já voltou tudo ao que era. A privatização voltou a imperar tanto na telefonia como na energia elétrica.

Mas voltemos à época, como dizíamos ambos lutaram para o progresso, sendo que gradativamente conseguiram mudar toda a iluminação pública da cidade de lâmpadas incandescentes para vapor de mercúrio, trocando para tanto, toda a rede elétrica como postes, fiação e luminárias.

A primeira rua importante da cidade a receber tais melhorias foi a rua Marciano Santos. A partir da Avenida Minas Gerais, indo até a saudosa Estação da Mogiana, demolida posteriormente. Toda a rede elétrica foi substituída por uma nova.

A ansiedade dos araguarinos, principalmente dos moradores da rua era imensa, pois todos queriam e necessitavam ver a beleza de uma iluminação pública a vapor de mercúrio, luz branca, claridade total, resultado do progresso, da luta de uma empresa que já trabalhava sufocada pelo governo. Já não podia construir mais usinas para atender ao progresso, e o prefeito que dentro da sua juventude estava a todo vapor trabalhando para a grandeza da cidade.

Chegou o dia. Chegou 28 de agosto de 1965, dia em que iríamos comemorar o aniversário da cidade. Naquele ano completávamos 77 anos de Emancipação Política Social.

São passados 43 anos daquela efeméride. Data comemorada com uma vasta programação, sendo seu ponto máximo a inauguração na noite do dia 28, da nova iluminação pública e da rede de distribuição da Rua Marciano Santos.

Foi essa a rua escolhida por ser ela a rede mestra de distribuição por toda a cidade. A rede de alimentação chegava da Usina Piçarão, indo para subestação Paulo Miller, que ficava onde hoje se encontra o ocioso prédio da CEMIG, na Rua Josias Batista Leite, sendo que de lá descia pelas Ruas Padre Anchieta e Marciano Santos indo abastecer além das indústrias Nasciutti, os poços artesianos de Fátima, assim como os bairros Fátima, Independência, Goiás além de outros vindos no futuro.

Instalações dos poços artesianos no bairro de Fátima

Homenageamos assim dois homens que muito fizeram por nossa terra. Em agradecimento aos seus feitos, as suas lutas e principalmente pela persistência dentro de tantas adversidades encontradas. Homenageamos nosso saudoso pai, Julio Erbetta e o então Prefeito Municipal de Araguari, Dr. Miguel Domingos de Oliveira.

O local da inauguração foi bem defronte ao hoje com suas modernas instalações, o Laboratório Pio XII, ao lado do It Magazine.

Fotografia 1

Na primeira foto vemos uma garotada, vindo do Grupo Escolar Raul Soares, juntamente com a professora, populares que prestigiavam o ato, discursando sobre o mesmo o prefeito Dr. Miguel Domingos de Oliveira, tendo ao fundo Julio Erbetta estando ao seu lado o senhor Paulo Nogueira Cruvinel.

Vê-se o poste em que estava o transformador, com a escada encostada para que fosse acionada a chave mestra procedendo-se assim a inauguração da iluminação.

Fotografia 2

Na segunda fotografia, temos as autoridades presentes, sendo da esquerda para a direita: Julio Erbetta, Dr. Miguel Domingos de Oliveira, Major Ruppi, engenheiro do 2º Batalhão Ferroviário, Ney Montes Pinto com seu filho Paulo César, Paulo Nogueira Cruvinel com sua filha Paula, um cidadão visitante e finalmente o radialista Odilon Neves registrando o evento.

A inauguração foi feita, 43 anos são passados.

Araguari em muito se desenvolveu. A própria rede instalada não é mais a mesma. Veio a CEMIG, novas metas, energia de sobra, modificações gerais. Maiores facilidades para conquistas. A cidade cresceu.

Rua Marciano Santos

Enfim, mais um registro da história da nossa querida Araguari.

Pessoas que muito fizeram devem sempre ser lembradas, avivando as memórias dos mais antigos, trazendo conhecimento para os novos e a alegria por rever fatos e fotos importantes.

Apresentamos com muita gratidão, carta do ex-prefeito Dr. Miguel Domingos de Oliveira, quando essa matéria foi publicada em 2005 na imprensa local.

Clique sobre a figura para ampliar

e
e
e
e
e
e
e
e

Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.

Fotos: Arquivo pessoal e acervo Antônio Gebhardt